Capítulo 13

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Sem deixar minha mente pensar em quanto beijar Ben me trouxe um sentimento jamais experimentado antes e como o que eu fiz logo após foi tão errado, abro o livro e começo a lê-lo.

Em busca do poder, Dark Nightmare corre atrás dos piratas.

Os piratas fogem dele, temendo sua magia negra.

Não conseguindo escapar a tempo, são amaldiçoados.

Passo as páginas.

O que poderia salvá-los do homem mau?

Bem, a resposta é simples:

O coração de sua querida filha.

Pisco. Ele tem uma filha? Continuo a ler, querendo saber quem é a filha.

Seu poder pode mover oceanos.

Dizem que foi sequestrada ainda bebê e que nunca conheceu seu pai.

Mas, bem, são apenas histórias, não é mesmo?

E fim.

O livro termina assim. Minha cabeça arde com tantos sentimentos diferentes me atormentando, tantos acontecimentos me deixam exausta. Meus olhos ardem e o sono acaba me dominando.

***

Uma batida na porta me acorda, Elizabeth nem espera por minha resposta e já adentra a cabine.

— Perceberam que foi um erro me dar um quarto e decidiram me colocar novamente no calabouço? — Levanto os braços me espreguiçando.

— Não seja ridícula.

— Não estou sendo. Como está Benjamin, aliás? — Sorrio, no fundo, realmente preocupada.

— Você é realmente a filha do diabo — ela murmura.

— O que disse? — Estreito os olhos.

— Nada — ela se apruma.

Beth deve achar que eu não consegui ouvir o que disse, mas eu ouvi em alto e bom som.

— Se não veio para me expulsar, então o que te traz aqui? — Levanto da cama, alcançando um scrunchie na mesa de cabeceira, prendo o cabelo no topo da cabeça.

— Mesmo que suas intenções não sejam, particularmente, puras e eu esteja começando a achá-la um perigo para mim e minha família, Ben ainda quer que você siga conosco.

Levanto uma sobrancelha.

— Por que seu querido capitão ainda me quer nessa linda aventura em família?

— Pergunte a ele.

— Vocês dois têm tanto em comum...

— Como é?

— Adoram se esquivar de perguntas simples.

Ela me observa de cima a baixo, antes de seguir em direção a saída.

— E você adora fazê-las, mesmo sabendo que não obterá respostas.

Me arrumo e espero algum tempo antes de me obrigar a descer as escadas para chegar à sala. Estou na metade do caminho quando vejo Beth e Ben conversando, não sou intrometida, então continuo andando, até ouvir a menção da minha pessoa e parar.

— Não acredito que você ainda não contou nada a ela — Elizabeth balança a cabeça.

— Não é como se eu precisasse.

Coração PirataOnde histórias criam vida. Descubra agora