notas de rodapé**

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Emparelhamento: Pedro Pascal×você

Resumo: divagações sobre seu (ex) namorado, como foi o depois.

Se existe alguém para ser culpada essa é Taylor Swift, os parágrafos são desconexos, mas todos fazem referência a alguma música da loirinha. xo

Palavras: 1k

Contém obscenidade








Pedro sempre foi do tipo carinhoso, no início te mandava flores, não importava o quão distante estava, por conta do trabalho, ele sempre te ligava, e por duas ou três vezes te enviou cartas.

Mas nos últimos meses ele se tornou distante, algumas vezes frio. Por várias noites você acreditou que seu amor havia acabado.

(Tolerate it)

As gotas da chuva escorriam pela janela, você observava enquanto o carro te levava até sua casa, seu modesto espaço em uma cidade calma nos arredores Los Angeles.

Não era comum chover tanto, mas a umidade no ar te acalmava.
Normalmente Pedro estaria te esperando com um guarda-chuva amarelo que ficava no armário de casacos perto da porta.
Então quando passassem pela porta ele te pegaria em seus braços, te beijando, te enchendo de perguntas:

- Como foi seu dia Mi amor?

- Muito trabalho! Estou exausta.

- Posso cuidar de você?

- Meu velho amante quer cuidar de mim?

Ele sorria, te beijaria com fome, ansioso pelo contato com sua pela. Te pegaria no colo, te levaria para o quarto.

Vocês eram tão bons nisso. Suas pernas nuas ao redor da cintura dele, no meio da cama com os lençóis totalmente bagunçados. Seus dedos enrolados nos cabelos dele, a testa apoiada no ombro. Ele investiria tanto que apenas ficar parada era suficiente. Pedro conhecia seu corpo, ele o tinha mapeado em sua mente, sabia onde tocar, sabia como te fazer gritar.

- Vamos querida, olhe pra mim, venha para mim, comigo.

Então o orgasmo os atingiria, mas vocês estariam exaustos para sequer cogitar se mexer. Pedro deitaria com você aninhada em seu peito, as batidas do coração dele ainda são sua música favorita.

O carro para e você desce, a realidade é fria e dura, quase como a chuva que te molha agora.

(Sad Beautiful Tragic 'TV')

Você se atrapalha com as chaves na porta, a água gelada desce por suas costas provocando arrepios desagradáveis, você não gosta de estar onde está, e isso não é apenas um estado físico. As lágrimas se formam em seus olhos. Como você o queria.

Sua última discussão ainda borbulhar fresca em sua mente, seus gritos, sua decepção.

- Eu desisti de tudo por você, eu me escondi atrás das cortinas para você poder brilhar! Então não, por favor, não diga que a culpa de tudo desmoronar é minha, porque eu dei tudo que eu tinha por nós dois.

  Os olhos dele, caindo para o chão, sabendo da sua razão.

- Você não devia ter parado sua vida, eu não tinha o direito de te pedir isso.

- Você não fez. Eu fiz, eu escolhi isso. Me desculpe, P.

- Querida, sou eu que tem que pedir desculpas. Desculpa por ser velho de mais e não poder mais te entender. Desculpe por não me dedicar o suficiente, desculpe por partir seu coração..

- Não faça isso. Pedro, por favor.

Ele fez, você se lembrava perfeitamente dele se afastando, deixando você aos prantos, soluçando ao vê lo partir.
Nunca doeu tanto.

Você finalmente destranca a porta, entra em casa deixando sua bolsa, chaves, casaco, tudo cair no chão, encharcando o carpete.

(My tears ricochet)

Amar Pedro foi a coisa mais fácil da sua vida, perder ele foi a mais dolorosa.

Inúmeras noites em claro lembrando da felicidade que te acolheu, noites abraçando o travesseiro que tinha seu cheiro, olhando para cada canto da casa vivendo das lembranças do que vocês foram, suas mãos sempre te puxando para perto, seus lábios cobrindo sua pele de beijos, a barba fazendo cócegas na sua pele, seus cachos enrolados nos seus dedos.

O modo como ele franzia as sobrancelhas enquanto empurrava em você, os gemidos dele, o suor. A sensação da pele dele contra a sua, a pequena eletricidade que a energia de vocês produzia.
Um fio que não podia ser cortado, exceto pelo fato de que foi. Partido ao meio, puxado tanto que seu único fim possível foi se romper e espalhar fagulhas por todo o caminho que construíram juntos.

Um ano se passou, mais de vinte dias e constelações que você sabia de cor, corpos na sua cama, beijos vazios, sem paixão, sem desejo, sem nada além de saliva e lábios. Mãos que vagavam por você sem te dar prazer.

Caminhe por uma rua vazia no fim da tarde, assista o por do sol na praia. Tire uma foto e guarde na galeria, não há para quem enviar, ele não é mais seu amigo.

Corra de manhã, fazia ioga na sala. Mas sem as mãos dele para te segurar de surpresa, fazendo cócegas e te deixando muito mais leve e relaxado do que os exercícios.

Panquecas para um.
Cinema sozinho.
Um jantar solitário.
Quarto para um no seu hotel favorito.

Dois anos, a dor é sua amiga agora, você não chora como a dois anos, você encontra prazer com outras pessoas, mesmo que eles nunca te toquem lá, não como ele.
Você tem novos amigos, novos trabalhos.
Ele saiu com alguém, você ouve algo sobre, mas Pedro não é mais problema seu.

Você ainda se atrapalha com as chaves na porta de casa.

Sai de Los Angeles. Vai para Europa, algumas semanas no Caribe, um cara chamado Juan te deixa bêbada de prazer. Damn God, a língua dele é viciante. Você quer levá-lo para casa, mas Juan não é Pedro, e você só levaria Pedro para casa. Pode se passar vinte anos, ainda seria ele.

Três malditos anos e você está quase noiva de um mexicano que você não levou pra casa, mas te tocou de tantas formas que você quer esquecer seu ex, mas Pedro está tatuado em você, por debaixo da pele, no fundo do cérebro, permanentemente no seu coração.

Cinco anos, ele é um sucesso. Você não fala mais com seu ex marido, menos de um ano casados e o divórcio foi inevitável, vocês eram bons amantes, não marido e mulher.

Você volta para Los Angeles, a luz da sala está acesa, a porta não está trancada, a casa cheira a bebida, não qualquer um, seu Passo de los Andes, algo mais, um chileno que você costumava te embebedar anos atrás, o aroma te guia pelo corredor, você ouve a música na vitrola, ela deveria estar empoeirada, ou quebrada, parece intacta. Siga o calor que te atraí, você o encontra na esquina da sala com a cozinha. Sua bolsa cai no chão quando seus braços o envolvem, chorando. Ele te devolve, ele está ali. Não há palavras, não há nada, apenas vocês dois novamente.











Pedro Pascal | one-shotOnde histórias criam vida. Descubra agora