— Harrison!
O grito furioso vinha da sala do editor-chefe.
— Harrison!
Não tendo resposta o homem se levanta e vai até a porta e grita novamente sem sucesso.
— Senhorita Parrish, localize o Harrison e o mande a minha sala imediatamente.
— Sim senhor. — a secretária respondeu para o vazio, o homem já tinha virado e entrado novamente na sala fechando a porta.
A mulher pegou o telefone e ligou para o departamento de arte e fotografia e só foi atendida na segunda tentativa.
— Harper. — Alguém atendeu do outro lado da linha.
— Paul é Natalie. Onde está o Alexander?
— Ele está na revelação. Por quê?
— Russell quer vê-lo agora. E ele não está de bom humor.
Paul resmungou do outro lado da linha.
— Ele nunca está. E eu não posso chamá-lo agora.
— Mas ele vai ter que largar o que está fazendo e subir. — a mulher parou de falar quando o barulho de alguma coisa caindo no chão veio da sala de seu chefe.
— Vou ver o que posso fazer. — Paul falou depois de ter ouvido um barulho pelo outro lado da linha.
— Seja rápido.
— Não prometo nada. — ele disse e desligou.
***
Depois de desligar o telefone, Paul saiu de sua sala e foi até o fim do corredor – a luz vermelha estava apagada – e bateu na porta. Ele entrou quando recebeu a autorização vinda de dentro. O quarto não estava mais escuro e os negativos estavam guardados.
— Algum problema Paul? — Alexander perguntou depois de dar uma rápida olhada em quem entrava.
— O de sempre. Mais um dia no paraíso! — ele revirou os olhos. — Russell está procurando você.
— O que ele quer agora? — Alexander virou-se para olhar seu chefe.
— Não faço ideia. Talvez o café dele esteja amargo e frio e ele queira alguém para culpar. — deu de ombros. — Você só vai descobrir indo lá em cima. — apontou para o teto.
— Eu tenho mais o que fazer. — Alexander apontou para o carretel de negativos em que estava trabalhando.
— Você pode fazer isso depois. — ele pegou o carretel das mãos de Alexander e deu uma leve batida no ombro do outro. — Vá com calma. Lembre-se que ele ainda é o nosso chefe.
Muito a contragosto Alexander largou o que estava fazendo e saiu. Seja o que for que Russell queira com ele não pode ser bom. O homem não gostava dele e já tinha deixado isso bem claro.
***
Alexander deixou o departamento de Arte & Fotografia que ficava nos fundos do 1° andar, passou pelo lobby e subiu a escada para o 2° andar onde ficava a redação. Ao chegar ao andar foi direto a mesa de Natalie. Que com um gesto de mão ela o mandou para a sala de Russell.
Sem vontade ele bateu na porta e entrou sem esperar por uma resposta. Russell que estava atrás da mesa tirou os olhos do que estava fazendo e levantou a cabeça para ver quem havia invadido sua sala.
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MEMÓRIAS QUE O TEMPO NÃO APAGA
Historical FictionÉ inicio dos anos de 1960. É neste momento que conhecemos a historia de Liam Mulrooney e Alexander Harrison, que vivem na pequena cidade de Eudora, localizada no Condado de Dutchess, na região de Hudson Valley, estado de NY. Liam é um homem gentil e...