CAPÍTULO 10

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    O público já começava a se reunir no Parque George Whittemore. Naquele ano a expectativa de público era de ser o dobro do ano anterior. O prefeito e a primeira dama já se encontravam no coreto para a abertura oficial do evento. No momento em que cumprimentava algumas pessoas ele avistou sua filha, Dorothy e sobrinhos aproximando-se do local.

    Eles tinham chegado bem a tempo. O quarteto juntou-se à multidão em frente ao coreto para ouvir o discurso de Jared.

    — Com licença. — seu assistente aproximou-se dele. — Está na hora senhor prefeito.

    — Ótimo! Eloise querida! — ele virou para o lado e chamou pela esposa estendendo a mão para ela.

    Os dois se posicionaram em seus lugares. Com um sorriso no rosto em frente ao microfone, Jared preparou-se para iniciar seu discurso.

    — Bom dia, senhoras e senhores! Sejam todos muito bem vindos! O tão aguardado dia por nossa cidade chegou. É com muita satisfação que dou início oficial ao 78º Festival da Primavera de Eudora. — a multidão aplaudiu com entusiasmo, ele esperou os aplausos cessarem para retomar a palavra. — Nessa bela manhã ensolarada nos reunimos para celebrar a chegada da primavera e mais do que isso, para apreciar com nossos amigos e familiares as belezas e cores que enfeitam e encantam nossa cidade. Hoje é um dia para celebramos a união e a confraternização, pois é com muito entusiasmo que Eudora recebe durante as festividades seus visitantes, e espero que todos aproveitem a hospitalidade de nossa comunidade. Divirtam-se com nossas atividades e apreciem a nossa rica culinária local e das cidades vizinhas que como todos os anos nos prestigiam na feira gastronômica. Desejo a todos um bom festival. — Jared finalizou o discurso e acenou para a multidão.

    Sobre aplausos a banda marcial deu início ao hino da cidade.

    Sobre aplausos a banda marcial deu início ao hino da cidade.

***

    Ao fim do discurso enquanto a multidão se dispersava, os quatro foram ao encontro do prefeito e sua esposa que desciam os degraus do coreto e cumprimentavam algumas pessoas.

    — Como sempre seus discursos são breves e limitados ao essencial, tio Jared. — comentou Christian parando ao lado do outro homem.

    — Obrigado! Saber como e onde usar as palavras é o que realmente prende a atenção do público. Por falar em atenção. — eles viraram-se para as mulheres que conversavam paralelamente ao lado. — Você e sua irmã com certeza serão o assunto do momento. — de cima do coreto enquanto falava Jared notou que algumas pessoas ao invés de prestarem atenção ao seu discurso olhavam para seus sobrinhos e cochichavam.

    Christian colocou a mão no bolso da calça e deu de ombros antes de responder.

    — As pessoas terão que se acostumar. O mundo está evoluindo quer eles queiram ou não.

    Jared concordou com um aceno de cabeça.

    — Christian querido, você está parecendo um verdadeiro lorde inglês! — exclamou Eloise voltando-se para ele chamando sua atenção. — Tenho certeza de que conquistará muitos corações.

    — Se eu conquistar o coração desta bela dama, já terei ganhado o meu dia. — ele pegou a mão enluvada de sua tia segurando levemente e depositando um breve beijo. — Aliás, esse vestido cor de lavanda realça a cor dos seus olhos.

    O gesto deixou Eloise encantada. E chamou atenção de algumas pessoas ainda presentes no local. Sorrindo discretamente, Jared ajeitou seu chapéu fedora marrom na cabeça e abriu os botões do paletó caqui.

    — Tão galanteador como o pai. — murmurou para si mesmo.

   — Bom. Melhor irmos andando. — sugeriu Dorothy. — Temos muito o que ver.

   Juntando-se ao quarteto, Jared e Eloise foram apresentar pela primeira vez o festival aos seus sobrinhos.

***

    — Ao que parece o prefeito resolveu ser econômico nas palavras. É um homem sensato. Gosto dele.

    Adam e Alexander levaram um susto com a voz rouca que falou atrás deles. Os dois sviraram rapidamente dando de cara com o dono da voz.

    — Senhor Clarkson!

    — Bom dia rapazes.

    — Bom dia! — responderam os dois.

    — Como estão as coisas? Espero ver uma bela reportagem sobre o festival Adam. Melhor do que a porcaria do ano passado.

    — Não se preocupe, senhor. Vou dar o meu melhor.

    — Esse é o motivo por ter lhe escolhido, meu rapaz. E quanto a você Alexander. Confio no seu olhar crítico para registrar tudo.

    Alexander apenas balançou a cabeça concordando.

    Por estar doente no ano anterior, Clarkson ficou afastado do jornal, o que deu a Russell total poder de decisão. As fotos desfocadas e reportagens monótonas tinham sido o maior fiasco do jornal até então, desde a sua criação.

    — Mas não se esqueçam. Aproveitem o festival também. A vida não é só trabalho meus jovens! Aproveitem as suas juventudes! — ele fez uma pausa olhando para o lado. — Eu preciso ir. Vejo vocês na segunda-feira. — dizendo isso ele virou e foi em direção a feira.

    — Ele se move rápido para alguém da idade dele. — comentou Adam vendo o homem desaparecer na multidão.

    — Pois é. — concordou Alexander. — E eu detesto quando ele aparece do nada. — ele fez uma careta.

    — Deixando isso de lado, vamos andando? A prova de canoagem vai começar daqui a pouco. E ainda temos que ir até o jardim e a feira mais tarde também.

    Os dois afastaram-se deixando o Parque Whittemore voltando para o jornal para pegar o carro e partiram para o Parque Reese onde aconteceriam as competições de canoagem e caiaque no Lago Jones

MEMÓRIAS QUE O TEMPO NÃO APAGAOnde histórias criam vida. Descubra agora