Acordo antes do despertador tocar, me sinto agitada e ansiosa. Eu esperava que pudesse descansar, mas fiquei imaginando como a missão seguiria, e como seria estar com o Hak por meses. Ai meu pai! Vou ficar junto do Hak por meses!!! Me levanto, vou ao banheiro e tiro a roupa, ligo o chuveiro e deixo a água cair no meu corpo e tento relaxar, sinto o frio passar na minha coluna e estremeço, acabei congelando alguns jatos de água, e feri meus braços, nossa, como sou desastrada!
Visto o uniforme da agência e passo no quarto das minhas irmãs.
Teleporto para dentro do quarto da Maggie que acorda sonolenta, seu familiar abre os olhos e fecha novamente, abraço ela e afago seu cabelo.
— Tchau May! — sussurro para ela. Ela sussurra um tchau e volta a dormir, ela é uma fofura.
Em seguida, teleporto para o quarto da Luise, ela acorda com os olhos semi abertos, provavelmente está fazendo o download da alma, abraço ela dizendo tchau.
Volto para o corredor e vou para o escritório encontrar meu pai e o Hak.
— Tá atrasada hein! — Hak cumprimenta.
— Ok. Este é o inibidor que vocês devem utilizar, ele vai camuflar e diminuir as ondas cerebrais que dão origem aos seus poderes. A IORCH pode detectar tais ondas e descobrir o plano. — meu pai começa.
— Então vamos ficar sem poder nenhum? — perguntei.
— Uma pequena parte ainda poderá ser usada, mas não será duradoura. Você, Karen, ainda poderá congelar uma coisa ou outra, mas não poderá fazer nada além disso e nem teleportar. Além disso, seu familiar deve ficar preso no colar.
Balanço a cabeça concordando, para isso tivemos tantos treinamentos sem a utilização de poderes.
— Você, Hak, terá sua força, e poderá invocar suas asas. Mas vocês sentirão muito cansaço, isso exigirá muito esforço, então vocês tem que se alimentar e descansar, não serão super-heróis. Entenderam?
— Sim, senhor! — afirmamos.
Ele chama um outro homem, que trás uma caixa, ele abre e vemos duas seringas.
— Sente-se aqui, vou inserir na nuca de vocês. — ele aponta para uma cadeira e olha para mim.
— A Karen vai chorar com essa agulha — Hak ri.
— Você confundiu a irmã que tem fobia de agulha, espertalhão. — digo para ele.
Sento na cadeira e coloco o cabelo para frente. Inclino a cabeça e sinto ele passar algo macio, em seguida, sinto a agulha furar minha pele, uma pequena pressão e coceira, ele passa novamente o material macio e coloca a mão no meu ombro.
— Terminamos aqui, senhorita. — me levanto e vejo que o olhar do meu pai está sobre a mão que o homem colocara sobre meu ombro. — Agora é você — ele aponta para o Hak.
Vejo ele passar um algodão, perfura a nuca com a agulha e passa o algodão de novo.
— Prontinho! — ele diz e em seguida se retira carregando a caixa.
— Aqui estão as mochilas, cada um cuida de uma, usem os recursos com sabedoria, vou acompanhar vocês até o helicóptero.
Caminhamos pelos corredores e subimos as escadas até chegar no último andar da casa, o barulho das hélices pôde ser ouvido quando a porta foi aberta.
— Até mais, senhor! — Hak diz e entra no helicóptero.
— Não me decepcione, Hak.
Meu pai olha pra mim, ele está com sua expressão séria de sempre, abraço ele, e ele retribui.
— Tchau, pai.
— Tchau, e se comporte.
Entro no helicóptero, coloco o cinto de segurança e os protetores de ouvido, então o piloto levanta vôo, enquanto eu olha pela janela.
— Não vai chorar, vai, Karen?
— Cala essa boca Hak!
— O olho já tá cheio de lágrimas! — ele gargalha.
— Dá pra parar de me encher?
— Isso é uma lágrima escorrendo aqui? — ele toca meu rosto com o dedo, então agarro seu dedo e ameaço quebrar.
— Se você não parar, eu vou quebrar sua cara.
— Fica assim, não, eu falo pra o canguru te abraçar.
— Eu vou te jogar desse helicópoto... Helicópta...
— Tá nem mais sabendo falar! — ele se contorcia de rir.
Dou um peteleco na testa dele, ele ri ainda mais. O piloto suspira.
Hak pega meu braço e dá uma mordida.
— Virou um cachorro agora, foi?
— Você que virou criança, onde já se viu, nessa idade e dando peteleco???
— Você é fraco demais pra receber um murro, estou sendo misericordiosa.
— Misericordiosa ?...
Não percebemos com o tempo passou, o piloto chama nossa atenção quase gritando, a noite tinha chegado novamente.
— Nós chegamos! — ele dá uma risada histérica e suspira de alívio.
Vemos um extenso deserto e uma prainha abaixo. O piloto pousa sobre um pequeno morro, pegamos nossas mochilas e saímos. Em terra, acenamos para o piloto que levanta a mão e se retira dali o mais rápido que pode.
Olhamos ao redor, estamos sozinhos agora, por nossa própria conta, tiro o mapa da mochila e olho para o Hak.
— Temos que encontrar um lugar para dormir.
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O doce sabor dos insultos
RomansaKaren e Hack nunca se deram muito bem. Um cara retardado que sempre surge do nada, pensa ela. Uma garota chata que cai do nada, pensa ele. Mas, uma importante missão do chefe da agência, envia ambos para longe do conforto, e colocando-os para trabal...