Capítulo 4

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      Acordo antes do despertador tocar, me sinto agitada e ansiosa. Eu esperava que pudesse descansar, mas fiquei imaginando como a missão seguiria, e como seria estar com o Hak por meses. Ai meu pai! Vou ficar junto do Hak por meses!!! Me levanto, vou ao banheiro e tiro a roupa, ligo o chuveiro e deixo a água cair no meu corpo e tento relaxar, sinto o frio passar na minha coluna e estremeço, acabei congelando alguns jatos de água, e feri meus braços, nossa, como sou desastrada!
Visto o uniforme da agência e passo no quarto das minhas irmãs.
      Teleporto para dentro do quarto da Maggie que acorda sonolenta, seu familiar abre os olhos e fecha novamente, abraço ela e afago seu cabelo.
      — Tchau May! — sussurro para ela. Ela sussurra um tchau e volta a dormir, ela é uma fofura.
       Em seguida, teleporto para o quarto da Luise, ela acorda com os olhos semi abertos, provavelmente está fazendo o download da alma, abraço ela dizendo tchau.
       Volto para o corredor e  vou para o escritório encontrar meu pai e o Hak.
      — Tá atrasada hein! — Hak cumprimenta.
      — Ok. Este é o inibidor que vocês devem utilizar, ele vai camuflar e diminuir as ondas cerebrais que dão origem aos seus poderes. A IORCH pode detectar tais ondas e descobrir o plano. — meu pai começa.
      — Então vamos ficar sem poder nenhum? — perguntei.
      — Uma pequena parte ainda poderá ser usada, mas não será duradoura. Você, Karen, ainda poderá congelar uma coisa ou outra, mas não poderá fazer nada além disso e nem teleportar. Além disso, seu familiar deve ficar preso no colar.
       Balanço a cabeça concordando, para isso tivemos tantos treinamentos sem a utilização de poderes.
       — Você, Hak, terá sua força, e poderá invocar suas asas. Mas vocês sentirão muito cansaço, isso exigirá muito esforço, então vocês tem que se alimentar e descansar, não serão super-heróis. Entenderam?
       — Sim, senhor! — afirmamos.
       Ele chama um outro homem, que trás uma caixa, ele abre e vemos duas seringas.
       — Sente-se aqui, vou inserir na nuca de vocês. — ele aponta para uma cadeira e olha para mim.
       — A Karen vai chorar com essa agulha — Hak ri.
       — Você confundiu a irmã que tem fobia de agulha, espertalhão. — digo para ele.
      Sento na cadeira e coloco o cabelo para frente. Inclino a cabeça e sinto ele passar algo macio, em seguida, sinto a agulha furar minha pele, uma pequena pressão e coceira, ele passa novamente o material macio e coloca a mão no meu ombro.
      — Terminamos aqui, senhorita. — me levanto e vejo que o olhar do meu pai está sobre a mão que o homem colocara sobre meu ombro. — Agora é você — ele aponta para o Hak.
     Vejo ele passar um algodão, perfura a nuca com a agulha e passa o algodão de novo.
      — Prontinho! — ele diz e em seguida se retira carregando a caixa.
      — Aqui estão as mochilas, cada um cuida de uma, usem os recursos com sabedoria, vou acompanhar vocês até o helicóptero.
       Caminhamos pelos corredores e subimos as escadas até chegar no último andar da casa, o barulho das hélices pôde ser ouvido quando a porta foi aberta.
       — Até mais, senhor! — Hak diz e entra no helicóptero.
      — Não me decepcione, Hak.
      Meu pai olha pra mim, ele está com sua expressão séria de sempre, abraço ele, e ele retribui.
       — Tchau, pai.
       — Tchau, e se comporte.
       Entro no helicóptero, coloco o cinto de segurança e os protetores de ouvido, então o piloto levanta vôo, enquanto eu olha pela janela.
       — Não vai chorar, vai, Karen?
       — Cala essa boca Hak!
       — O olho já tá cheio de lágrimas! — ele gargalha.
       — Dá pra parar de me encher?
       — Isso é uma lágrima escorrendo aqui? — ele toca meu rosto com o dedo, então agarro seu dedo e ameaço quebrar.
       — Se você não parar, eu vou quebrar sua cara.
       — Fica assim, não, eu falo pra o canguru te abraçar.
      — Eu vou te jogar desse helicópoto... Helicópta...
      — Tá nem mais sabendo falar! — ele se contorcia de rir.
      Dou um peteleco na testa dele, ele ri ainda mais. O piloto suspira.
      Hak pega meu braço e dá uma mordida.
      — Virou um cachorro agora, foi?
      — Você que virou criança, onde já se viu, nessa idade e dando peteleco???
       — Você é fraco demais pra receber um murro, estou sendo misericordiosa.
       — Misericordiosa ?...
       Não percebemos com o tempo passou, o piloto chama nossa atenção quase gritando, a noite tinha chegado novamente.
      — Nós chegamos! — ele dá uma risada histérica e suspira de alívio.
       Vemos um extenso deserto e uma prainha abaixo. O piloto pousa sobre um pequeno morro, pegamos nossas mochilas e saímos. Em terra, acenamos para o piloto que levanta a mão e se retira dali o mais rápido que pode.
       Olhamos ao redor, estamos sozinhos agora, por nossa própria conta, tiro o mapa da mochila e olho para o Hak.
       — Temos que encontrar um lugar para dormir.
      
     
     
      
      

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