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Era noite e a praia estava deserta. Eu estava deitada na areia e ouvia o mar ao fundo. Estava desnorteada e todo o meu corpo doía. Levantei-me questionando o que tinha acontecido e senti-me muito fraca.

Olhei para os meus pés, mas ao invés de pernas, tinha uma calda de escamas azuis. Passei a mão sobre ela, confusa com a sua sequidão inesperada. Minha boca não tinha um vestígio de saliva e meus lábios estavam cortados.

Coloquei a mão no meu colar esperando que ele estivesse comigo. Mas, não estava.

Um desespero invadiu meu ser. Olhei para os lados procurando pelo cordão mas não tinha nada. Eu deveria estar uns quatro metros de distância do mar e ao meu lado tinha uma rede de pesca gigante embolada.

Como eu cheguei aqui?

Foi a pergunta que eu tentei fazer a mim mesmo mas a minha voz saiu rasgada e minha garganta doeu. Estava desidratada e, pelos sintomas, era fato que estava aqui fazia bastante tempo.

Movimentei-me devagar tentando ignorar todo o meu corpo dolorido. Tentei me arrastar até a água mas no meio do percurso ouvi uma voz atrás de mim:

— Está pretendendo salvar-se?

Olhei para trás vendo um pirata com roupas negras de couro. Eu não conseguia ver seu rosto com clareza, mas eu sabia quem era.

— O que fizeste com a minha irmã? — Minha voz saiu trêmula e lágrimas caíram de meus olhos.

— Você já sabe o que fiz. — Ele estendeu dois colares.

— Querida, acorde! — Serena ouviu uma voz doce chamar por ela quando levantou-se abruptamente da rede

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— Querida, acorde! — Serena ouviu uma voz doce chamar por ela quando levantou-se abruptamente da rede.

Estava ofegante, soava frio e seu coração batia desesperadamente dentro de seu peito.

— Acalme-se... — Eleonor, ajoelhada ao lado da rede, colocou suas mãos delicadas nos ombros da garota para tranquiliza-la.

Serena olhou ao redor, percebendo que era apenas um sonho e devagar, começou a acalmar-se novamente. Colocou a mão no colar e o apertou com força.

— Está melhor? — A loira perguntou quando percebeu a respiração de Serena voltar ao normal.

Ela balançou a cabeça e passou a mão na testa, limpando as gotas de suor que tinham alí.

— Vou pegar um pouco de água para você. — Eleonor levantou-se do chão e foi até a pequena cozinha onde encheu uma caneca de alumínio com a água de um pequeno barril.

Serena, com as mãos ainda trêmulas, pegou a caneca de alumínio com as mãos e começou a tomar devagar.

— Foi apenas um pesadelo. — A loira passou a mão nas costas de Serena para ajudar a acalma-la.

— Espero... — Serena sussurrou passando uma mão em seu rosto.

Eleonor pegou a caneca de sua mão e a morena voltou a deitar-se na rede, ainda atordoada com o que tinha sonhado.

A Sereia E O Pirata Onde histórias criam vida. Descubra agora