XVIII

236 27 8
                                    

Os dois deixaram a cabine rapidamente, esquecendo-se do que quase acabara de acontecer e Christopher subiu até a gávea, um pequeno cesto no alto do mastro principal que só cabia até dois marujos. Ele pulou para dentro do cesto e pegou a luneta que o marujo vigilante usava.

Fechou um dos olhos e usou o outro para olhar pela luneta. Avistou a silhueta da ilha ao fundo do horizonte escurecido pela noite. Percebeu, que quanto mais perto da ilha, mais protuberâncias rochosas apareciam ao redor do local e o timoneiro teria que tomar mais cuidado ao atravessar aquelas águas.

Christopher entregou a luneta novamente e desceu pelas cordas do mastro. Ao chegar lá embaixo, todos os marujos olhavam atentos, esperando por suas ordens.

— É o seguinte, homens. Sabemos que Magnus têm uma tripulação maior, e por isso eu tenho um plano. Iremos nos dividir em três grupos: o primeiro grupo ficará aqui no navio e atracará no cais. O único trabalho de vocês é dar muito trabalho. — Marujos gritaram em comemoração. — Os capangas de Magnus virão para tirar satisfações e vocês terão que trazer o máximo deles para cá. Vão precisar de muita munição e resistência, porque eles vão querer lutar e vocês precisam estar preparados. Vocês serão o ponto chave para que o plano dê certo. — Ele olhou para os marujos com confiança e eles assentiram como se entendessem a responsabilidade que tinham. — Gaspar... — Ele virou-se para o imediato. — Conto com você aqui para que os lidere. — Christopher disse decidido.

O homem grisalho, barbudo, com traços rudes e com um dente de prata ajeitou sua postura e afirmou com a cabeça.

— Será uma honra, capitão. — Ele disse firme.

Christopher sorriu como um grande líder faz quando tem orgulho de seus homens e assentiu com a cabeça.

— O segundo e o terceiro grupo agirão juntos. — Christopher continuou. — E vão sair do navio amtes do terceiro grupo aportar no cais, para que ninguém nos veja. Teremos que cercar o casarão, dali ninguém sai e ninguém entra. Uma vez que fizemos isso, vamos invadir e aí que nos separamos: o segundo grupo dará cobertura para o terceiro grupo, que entrará em confronto direto com Magnus e seus guardas. Lewis... — Ele virou-se para o homem que de dreads. — Você vai liderar o segundo grupo. Conto com você. — Christopher colocou a mão no ombro do amigo.

Ambos sorriram, repletos de coragem e assentiram um para o outro em afirmação.

— O terceiro grupo, eu mesmo liderarei. — Ele disse para todos. — Eu mesmo entrarei em confronto com Magnus, representando todos vocês. — Disse firmemente e os marujos vibraram em animação. Uma energia de irmandade instalava-se ali. — Como todos devem estar cientes, essa não será uma luta fácil, para nenhum de nós. Hoje, estamos nos sacrificando para que o ciclo de violência que Magnus instaurou entre os piratas finalmente acabe. Não podemos ser temerosos, vamos erguer nossas espadas e vamos lutar por aqueles que, um dia, lutaram por nós. Por aqueles que, um dia, se sacrificaram por nós. — Ele aumentava a voz gradativamente em uma onda de determinação que atingiu todos ao redor. — Não podemos ser temerosos, lembrem-se que não estamos aqui apenas por nós mesmos, mas por eles. Estamos aqui para justificar as vidas que Magnus tirou sem propósito algum e assim faremos. — Disse a última parte com convicção e olhos brilhantes de pura adrenalina e coragem.

Os marujos ergueram seus braços para o alto e gritaram, empolgados e confiantes. Olhos ferozes, prontos para a batalha. Abraçavam-se e gritavam palavras de encorajamento uns aos outros.

Depois que acalmaram-se, todos começaram a se preparar para o que estava por vir. Adagas e espadas foram afiadas, todas as armas foram levadas para o convés e distribuídas entre os marujos para que todos estivessem bem equipados.

A Sereia E O Pirata Onde histórias criam vida. Descubra agora