XVI

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Ilha Tortuga - Mar do Caribe

Dois meses haviam se passado desde que Lorelai havia desaparecido repentinamente e, Serena na tentativa de resgatá-la, tomou o mesmo rumo.

O casarão não era mais o mesmo. Merluza, quem já havia sofrido bastante com a perda de filhas no passado, andava extremamente apreensiva, apesar de fazer grande esforço para que não mostrasse suas emoções para ninguém. Mas, era nítido que ela temia pelas filhas, uma vez que quando a porta do saguão ou da casa abria-se, uma expectativa brilhava nos olhos da sereia-mãe. Infelizmente, dia após dia, esse sentimento era quebrado. Quanto mais o tempo passava, mais a esperança de que elas voltassem se esvaía. 

As vezes, perder um ente querido é muito mais reconfortante do que não saber em que situação eles se encontram, mesmo que estejam vivos. Afinal, vivo e bem eram dois estados que nem sempre estavam relacionados. 

Merluza deitou em sua cama, depois de mais um dia tentando ser forte. Respirou fundo, sem esperança, e virou para o lado, encontrando um homem másculo, de cabelo escuro, que iam até  os ombros, e olhos azuis acinzentados marcantes e sérios. 

Merluza saltou da cama, completamente surpresa. 

— Netuno? — Ela murmurou, sem acreditar. 

— Querida... — Ele sorriu. — Como você tem passado? — Ele observou suas olheiras evidentes e seu rosto cansado. 

— O-o que está fazendo aqui? — Piscou atordoada e acendeu a vela que havia ao lado da sua cama. 

— Vim ver como você está. 

Com Merluza, ele parecia ser apenas um homem comum e Netuno gostava disso. Era uma pena que as suas responsabilidades o impedia de ser presente. 

— Assim, tão de repente? O que você sabe? — Ela o olhou desconfiada. 

Ele suspirou, ao levantar-se da cama, esquecendo-se de como ela era questionadora. 

— Eu sei o que aconteceu com as meninas. Por isso, vim até aqui vê-la. — Ele admitiu.

— O que você sabe? Elas estão bem? — Merluza andou a passos rápidos até ele. 

— Estão bem. — Ele assentiu. — Eu estou fazendo o possível para que elas continuem assim. Por isso, vim vê-la. Para dizer que estou ajudando. 

— Por que não pode trazê-las de volta, simplesmente? — Merluza afastou-se, angustiada. 

— Sabe que não posso, querida...se pudesse, já teria o feito. — Ele aproximou-se, complacente. 

Merluza apenas assentiu, olhando para os próprios pés. Odiava se sentir impotente diante de alguma coisa. Já não bastava ter passado de uma rainha para uma simples humana mediocre novamente e ter perdido a maioria das filhas que tanto amava, viver presa a um colar que retém todos os seus poderes e camufla a sua real natureza marinha, estar longe de casa e saber que nunca mais irá retornar. 

Percebendo todos os pensamentos que passava pela cabeça da mulher loira a sua frente, Netuno aproximou-se e a abraçou, permitindo-se sentir um sentimento comum aos seres humanos: compaixão.

Percebendo todos os pensamentos que passava pela cabeça da mulher loira a sua frente, Netuno aproximou-se e a abraçou, permitindo-se sentir um sentimento comum aos seres humanos: compaixão

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