XXIV - Vitória

79 8 0
                                    

— Como é, Magnus... — Christopher caminhou calmamente até ele. — me ver na posição em que, um dia, você esteve? — Cerrou os olhos com divertimento e observou o pirata furioso a sua frente. 

Ele ofegava de ira, parecia uma besta prestes a atacar. 

— Vamos, diga-me. — Christopher provocou mais. — Como é a sensação da derrota? De perceber que o caminho que trilhou te levou ao mesmo lugar em que sempre odiou estar? — Riu com escárnio.

— Cale essa maldita boca, seu verme. — Despejou com tanto ódio que saliva saltou junto as palavras. 

— Vulnerável... — Christopher continuou a instigar. — Submisso... 

A cada palavra, Magnus definhava mais em ódio e seu corpo tremia com a pronunciação delas, como se fosse alérgico a essas definições.

— Completamente impotente. — Christopher zombou, levando Magnus ao limite. 

Ele avançou em direção a Christopher, mesmo imobilizado. 

— Prendam-o no mastro. — Christopher ordenou e passou pelo homem que já não parecia ser mais racional, mas um animal feroz e raivoso.

Os três homens fizeram o que foi pedido e prederam Magnus com uma corda nos pés, duas no tronco e uma na altura dos ombros para que ele ficasse bem imobilizado. 

— Você é tolo igual ao seu pai. — Ele gargalhou enlouquecido. — Cadê o seu peixe de estimação? Não estou vendo ela por aqui. — Zombou, finalmente afetando o capitão. 

Christopher pegou seu rosto com rispidez em um subido excesso de raiva e fez o homem olhar no fundo de seus olhos. 

— Dobre a sua língua detestável para falar da minha mulher. — Ele murmurou em um ameaçador.

Soltou o rosto de Magnus que ficou as bochechas marcadas pelos seus dedos. 

— Por que não me mata logo, Ranger? Já estou na palma de suas mãos. Termine o trabalho de uma vez. — Disse com raiva de reconhecer que aquele seria seu fim. 

— Ainda não. Temos contas a acertar, Magnus. — Christopher voltou-se para ele com um sorriso. — O primeiro acerto já foi, seus homens agora são meus. — Ele disse abrindo os braços em direção aos marinheiros que apenas observavam. — Agora, eu vou pegar, não só o que roubou de meu pai, mas também o que adquiriu por toda a sua vida. — Ele sorriu. 

Magnus soltou uma risada rouca. 

— Se acha que todas as minhas riquezas estão nesse navio, você é realmente mais tolo do que achei que fosse. — Retrucou. 

— Não. Nunca achei isso, — Ele deu de ombros, andando de um lado para o outro. — mas, como capitão, sei que guardou as informações para achar os seus tesouros mais valiosos e eu as usarei. — Sorriu e voltou-se para os marujos. 

— Levem tudo que estiver nesse navio para o meu. Não quero que nada seja perdido. As coisas que estão na cabine, quero que transfiram tudo para a minha. Eu darei uma olhada depois.

— Pode revirar a minha cabine inteira, você nunca saberá onde está tudo. — Ele disse em um rosnado raivoso e remexeu-se em uma tentativa falha de escapar. 

— Talvez, não. Talvez, sim. — Encolheu os ombros com indiferença. — De qualquer forma, eu tomarei tudo. Tenho certeza que com um tempo eu conseguirei encontrar alguma coisa. Seus homens também parecem dispostos em me ajudar nisso. — Riu. 

— Seu maldito miserável. — Magnus falou entre dentes e remexeu-se com mais veracidade. — Eu deveria ter te matado naquele dia. — Berrou, fazendo força contra as cordas que o seguravam até que ficasse exausto. 

A Sereia E O Pirata Onde histórias criam vida. Descubra agora