Sara é a mulher responsável pela segurança da família Smith. Sara é uma mulher que desde sempre gostou da aventura e da ação, e por isso escolheu um trabalho que se encaixasse bem a isso, ela só não esperava que as coisas fossem tão complexas. Ela s...
Hoje o meu dia já foi mais produtivo, passei o dia malhando e lutando para entreter a cabeça, mas na realidade; descontei tudo o que eu estou sentindo no treino.
Eu sofro, mas pelo menos fico mais gostosa.
Ao chegar em casa preparei algo para comer e logo tomei um banho, e como minha rotina tem sido comer, tomar banho e me jogar na cama, foi isso que eu fiz.
E lá estava eu distraída no meio da noite em um completo tédio quando do nada recebo uma ligação de um número desconhecido. Penso em deixar de lado e não atender, até que a vibração do celular parou, após a ligação cair, mas logo retornou e foi aí que eu decidi atender.
-Alô?
“Oi, Sara!”
A voz do Martin.
“Por favor, não desligue, preciso muito falar com você!”
-É? Mas eu não tenho nada pra falar com você!
“Por favor, Sara... Me dá uma chance de resolver toda a situação, de colocar os pingos nos i’s. Realmente eu estou enlouquecendo, só preciso falar com você...”
-Eu passo!- Falei e cliquei no botão vermelho na tela encerrando a ligação.
De problemas já basta nos quais você me envolveu!- Falei e joguei o celular de lado, suspirei colocando as mãos no rosto.
Depois de tanto tempo sem ouvir a voz dele, pareceu tão diferente.
Virei-me de lado e encarei o abajur apagado ao meu lado, a única coisa que alumiava o quarto era a luz do luar.
Meu celular vibrou novamente, mas apenas uma vez, notificando uma mensagem.
“Mais uma vez, Sara. Por favor, me encontre na praça rusvel, preciso muito conversar com você!”
Essa foi a mensagem recebida pelo número que o Martin ligou. Deixei o celular de lado e dessa vez encarei o teto.
Eu estou sem sono nenhum, mas também não irei levantar pra ir falar com esse cafajeste.
10 minutos depois lá estava eu indo rumo a praça rusvel.
Eu sou muito TROUXA.
Eu dirigia devagar tentando encontrar o Martin com o olhar e achei o mesmo no banco da praça com uma roupa toda preta.
Estacionei o carro ao lado e desci.
Meu coração está disparado e minha barriga cheia de borboletas, minhas mãos estavam muito geladas e não era por conta do frio.
Caminhei lentamente até o banco de cabeça baixa, ainda sem encará-lo.
Ao contrário de mim, ele me encarava sem desviar o olhar um minuto, eu sei disso pois meu corpo inteiro queimava com o seu olhar.
Com as mãos nos bolsos do meu casaco moletom, sentei no banco ainda sem olhá-lo.
-Pode ir direto ao assunto!- Falei apenas.
-Primeiramente antes de tudo... Eu queria te pedir desculpas por tudo!
-Eu fico me perguntando, você fez o que fez logo depois de se declarar pra mim, falar maravilhas... Tudo isso pra quê? Pra sentir o gostinho de me ver sofrer?
Ele negou com a cabeça várias e várias vezes, olhei dentro dos seus olhos e só via escuridão.
-Depois de tudo você não deveria nem me ligar, nem mandar mensagens... Nada!
-Era isso, ou beber litros e ligar... Eu prometi para mim mesmo nunca mais colocar uma gota de álcool na boca... Por você, Sarinha.
-E por que ligar?- Perguntei ainda olhando nos olhos dele. Desde que a conversa começou eu não tirei os olhos do rosto dele, de suas expressões, tudo isso para ver se ele está me enganando com alguma fala.
-Eu liguei pois precisava conversar com você, precisava resolver tudo isso!
-E como acha que tudo isso vai se resolver? Você vai pedir perdão, eu irei perdoar e pum, nos beijamos e vivemos felizes para sempre?
-Seria fácil demais, eu não estaria falando com a Sara Summer que eu conheci!- Eu ia jogar na cara dele mais uma vez tudo o que ele fez comigo com ajuda de seu pai, mas ele me cortou dizendo:- Eu queria tanto ter você por perto, poder te abraçar, beijar... Mas aí cai a ficha que eu simplesmente coloquei tudo a perder...
-Tá aí algo que eu concordo!
-Posso ser sincero com você?
-Era pra ter sido desde o começo!- Falei com a língua afiada, eu simplesmente estou tão magoada que não consigo o tratar bem, educadamente...
É só lembrar de tudo o que ele me fez que a raiva e o rancor crescem mais.
-Sara, quando eu penso em você, em nós... Tudo parece mudar, parece que o meu mundo está tendo cor, com você eu sei o que é ser feliz, e não são festas, mulheres, motos, carros e corridas que vão levar esse prêmio, é você!- Ele falava isso como se estivesse implorando pelo olhar para eu acreditar nele.- Eu achei que nunca fosse capaz de amar e ser amado, achei que meu coração estivesse bloqueado para esses sentimentos, mas quando eu te vi pela primeira vez... Isso mesmo, eu me encantei, mas acho que já percebeu que a minha forma de demonstrar amor é diferente...
Joguei a cabeça para trás e gargalhei.- Realmente, a sua forma de amar é bem diferente... Usando, mentindo, iludindo... Posso fazer uma lista se quiser!
Ele não deixou se abalar e continuou:- Quando estou perto de você, parece que o mundo realmente é um lugar perfeito, que o amor realmente faz sentido!
Eu já estava ficando engasgada com tanta mentira, a cada palavra dita por ele, meu peito apertava em dor sabendo que nada daquilo era real.
-Não, não fala mais nada!!- Fiquei de pé sentindo um bolo na minha garganta.
-Eu amo você, Sara. Mas infelizmente descobri isso da pior forma!
Eu encarei seus lábios e esperei que ele percebesse que eu não queria ir, mas logo EU percebi que estou me auto sabotando, principalmente por estar aqui “tentando resolver” com uma pessoa que me magoou demais.
Sendo assim, virei de costas para ir embora.
-É tudo culpa do Steve!!- Martin falou na tentativa de me fazer ficar.
-PARA, MARTIN, PARA!! PARA DE COLOCAR A CULPA DOS SEUS ERROS NOS OUTROS!!! Assume a burrada que você fez!
-O Steve é o grande motivo de tudo isso ter acontecido, me escuta!!
-O Steve errou feio comigo também, mas o erro dele não anula o seu. Adeus, Martin!
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