Capítulo Vinte e Sete

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Leonardo Ferraz

__ O senhor está bem? - volto a perguntar.

Eu estava achando que deveria ter alguma coisa no meu rosto. Será que estou brilhando ou algo assim?

__ Eu estou bem - ele pigarreia - você apenas... Se parece muito com uma pessoa.

__ Sério? - dou um sorriso - existem muitos sósias por aí.

O homem parecia pensativo, mas depois do que eu falei, ele pareceu finalmente voltar a si.

__ O que estava fazendo escondido ai? - seguro o gatinho contra mim.

__ Eu não estava escondido. Saí para tomar um ar - suspiro - acabei que escutei sua discussão, mas foi sem querer, eu não tenho culpa.

Quando menos reparei, ele estava de olhos fechados, me ouvindo falar. Aquele homem não parecia nada bem.

__ Isso não é possível. Mas é tão parecido.

__ Do que está falando. O senhor fumou?

As vezes Gael ficava bem distante quando fumava, então imaginei que poderia ser isso.

__ Está aqui com quem?

__ Com o meu namorado. Ele está conversando com o Sheik.

__ É mesmo? E posso saber porquê não está com ele?

__ Eu precisava de um tempo. Mas acabei de me estressar com uma poc azeda. Eu estou me sentindo um péssimo namorado. E tudo por culpa daquele Donovan - faço uma careta.

Agora eu estava desabafando com um desconhecido, ótimo. Mas se ele está aqui com certeza é do crime também. Afinal, as peças são roubadas.

__ Donovan D'Angelo?

__ Você o conhece? - ele assente - aposto que é um velho amargurado. Se ele espirrar a morte se lembra que não o levou e volta para o buscar.

__ Acha que é tão velho assim?

__ Só pode ser já que é tão amargurado da vida. Ele nem me conhece e já me odeia. Por culpa dele, meu namorado está tendo problemas.

__ O que ele fez?

__ Só porque eu não faço parte dessa merda de Conselho, que mais parece um asilo para idosos. Só não faço parte porque sou novo demais. E para entrar tem que ter no mínimo 100 anos. Meu namorado é um caso a parte.

O homem me olha com raiva, mas então acaba dando uma risada divertida, que acabou me fazendo rir também.

__ Você com certeza não gosta dele - o homem coloca as mãos no bolso da calça.

__ Ele também não gosta de mim - viro o rosto.

Sinto uma coisa pinicar nas minhas costas e começo a me coçar sem parar.

__ O que está acontecendo?

__ Acho que tem alguma coisa nas minhas costas. Me ajuda por favor.

Coloco o gato no chão. Retiro o sobretudo e levanto o casaco que estava por baixo.

__ Acho que tinha uma formiga ai.

__ Formiga desgraçada. Tomará que caia dentro de um pote com sal.

Passo a mão pela minhas costas, esfregando a área atingida por aquela coisa.

__ Espere um pouco! - me assusto com seu grito.

Seu dedo toca em uma certa área das minhas costas.

Eu tenho uma marca de nascença nas costas. Era em formato de um coração humano.

Meu Misterioso Vizinho (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora