Capítulo Oitenta e Dois

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Leonardo Petrov

Minha prima estava morta. Ela estava morta. Yasmin morreu, ela morreu.

É tudo que se passa na minha mente. Eu não estava conseguindo acreditar naquilo.

Olhando para seu corpo jogado no chão, tudo que imaginei que fosse acontecer, seria ela levantar e mostrar que nada aconteceu, era tudo invenção da minha cabeça.

Mas infelizmente não era. Yasmin estava morta e eu estava destruído.

Meu porto seguro nos momentos mais difíceis. Me fazia rir mesmo quando tudo parecia estar ruim.

Yasmin me ajudava em tudo. Eu sempre contei meus segredos a ela, porque eu confiava na minha prima.

Aquilo era injusto, a morte dela é injusta.

Eu estava de joelhos no chão, olhando para o corpo dela. Não consegui ter nenhuma reação.

Não consegui chorar, não consegui falar. Meu corpo estava preso ao chão e meu olhar preso ao seu cadáver.

Em estado de choque, é como eu melhor me defino.

__ Senhor - alguém chama por mim - não pode ficar aqui, está comprometendo o local do crime.

Eu não respondi.

__ Você a conhecia? Era algum parente seu?

__ Com licença, precisamos fazer a perícia.

Alguém tenta me tocar, mas eu o agrido com um soco.

Então alguns policiais me seguram e me puxam para trás.

Eu grito com raiva e ódio. Agora entendo o sentimento, era raiva que eu estava sentindo.

Raiva do assassino dela, raiva da máfia, raiva da Galina, raiva de mim. Estou com raiva da porra do mundo inteiro.

__ Se continuar assim vamos ter que o prender para que se acalme.

Mas eu não parei, porque naquele momento eu não pensava por mim mesmo.

Minha mente estava em branco e minhas reações não eram pensadas.

Os policiais desceram comigo, colocaram algemas nos meus pulsos e me prenderam dentro do carro.

Mas eu não passei muito tempo ali, porque Dimitri chegou e fez os policiais me soltarem.

Quando meu marido me segura em seus braços, eu me permito chorar.

Choro como nunca antes. Finalmente eu tinha percebido que ela se foi.

O pior de tudo, é saber que eu provavelmente tenho relação com a morte dela.

***

O detetive coloca um copo de água na minha frente. Eu me nego a pegar a água.

__ O senhor tinha alguma relação com as vítimas?

__ Minha prima e minha cunhada - respondo no automático.

Se passaram algumas horas desde a morte da Yasmin. Todos já sabiam que ela estava morta.

Como a polícia foi acionada e eu estava no local do crime, fui obrigado a depor.

Mesmo que minha mente e corpo estejam cansado.

Dimitri estava me esperando do lado de fora.

__ O senhor recebeu uma ligação da sua cunhada?

__ Sim!

__ E o que ela disse? Demonstrou medo ou preocupação?

__ Ela estava normal, como sempre.

__ Também conversou com sua prima?

Meu Misterioso Vizinho (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora