Capítulo Nove

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Leonardo Ferraz

Quando acordo, demoro um pouco para processar, mas logo descubro que não estou no meu apartamento.

__ Ai, caramba - coloco minhas mãos no rosto - eu não deveria ter chorado na frente dele.

Olho ao redor e reparo que Dimitri não está ali. Me levanto e dou uma olhada, mas apenas tenho uma confirmação de que ele não estava.

Vou ao banheiro e faço xixi. Lavo minhas mãos e escovo meus dentes com minha escova, que estava ali. Lavo meu rosto para acordar melhor.

Ando pelo apartamento com minhas meias do Homem de ferro. Eu tenho três dessas.

__ Luke, você está aqui - o cachorro tinha corrido na minha direção - cadê o seu dono?

Acaricio o pelo do cane corso, que lambe o meu rosto como resposta.

__ Está com fome? - olho ao redor.

Vou até o armário da cozinha e pego a ração que estava ali. Pego a carne na geladeira e misturo tudo. Me lembro do local, porque vi tudo no dia que fiz um jantar para ele.

Coloco para o cachorro que fica parado, me olhando.

__ O que foi? - ele abana o rabo e continua me olhando - não quer? - então me empurra com o focinho - prefere carne? - ele se deita no chão e fica me olhando.

Será que ele tinha um ritual? Sempre que dou carne ele come, mas agora não quer.

Tento me lembrar do que eu fazia para ele comer. Colocava e dizia...

__ Ah, seu cachorro mimado - acaricio o rosto dele - venha comer, Luke - ele corre em direção ao pote.

Escuto o barulho de um celular e corro para atender. Poderia ser o meu? Estava quebrado, mas ainda funcionava.

Vou até a mesa e vejo que era o meu sim. Na hora de pegar, ele acaba caindo no chão. Me abaixo para pegar e bato com minha cabeça na mesa.

Olho para cima e me assusto com o que vejo.

__ Ah! - grito e caio sentado no chão.

Luke corre até a mim e começa a me cheirar. O cachorro late e anda ao meu redor.

__ Estou bem. Volte a comer - ele me olha - coma!

Assim que ele sai de perto, eu dou uma olhada no que estava ali.

__ É uma arma - coloco minha mão na boca.

Dimitri tinha uma arma? Será que ele tinha porte para uma?

"__ Com o que você trabalha, Dimitri?

__ Sou um mafioso."

Eu tinha levado aquilo como uma brincadeira. Porque um mafioso não iria morar em um lugar como esse, certo?

"__ Por que você perguntou se eu tenho passaporte? Eu achei muito estranho. Até parece que você vai me sequestrar.

__ De certa forma sim."

Eu também levei na brincadeira, até brinquei com ele também. Mas vendo agora... Não parece que ele brincou.

Eu sou muito burro. Dimitri mesmo disse que ele não fazia piadas.

Mas se for tudo verdade... Eu estou convivendo com um assassino?

Como não reparei antes? Ele sempre foi misterioso, todo sério, com ar de perigo. Gostoso, bonito, sexy... Ah, foi por isso que não reparei.

O que eu faço agora? Chamo a polícia?

Não, isso não! Porque ele pode muito bem querer me matar depois.

Meu Misterioso Vizinho (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora