Capítulo Cinquenta e Um

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Dimitri Petrov

Quando saio do helicóptero, uma coisa pequena corre na minha direção e me abraça.

Eu não estava entendendo muito bem o motivo dele estar me agarrando. Sinto meu corpo ficar rígido com o toque de um desconhecido.

__ Me desculpa se eu machuquei você. É que estou muito feliz - o menino limpa as lágrimas - achei que tivesse morrido, Dimitri.

Encaro ele por um tempo e franzo meu cenho em confusão.

__ Quem é você?

Ele fica parado por um tempo, parecendo não entender a minha pergunta.

__ Isso é algum tipo de piada? Porque eu não achei engraçado.

__ Alguém pode me explicar o motivo desse menino se achar tão íntimo de mim? - grito para Hana.

__ Dimitri... - ele tenta me tocar mais uma vez, porém eu me afasto.

Alguém puxa ele para longe e eu finalmente posso respirar aliviado. Odeio qualquer tipo de toque.

Olho um pouco além e vejo Ricardo González parado em frente a um carro. Mas o que caralhos ele estava fazendo ali?

__ Dimitri - Vince me cumprimenta.

__ Por que está com essa cara de idiota? - ele coça a nuca, parecendo desconfortável.

__ Vejo que está bem, como sempre.

O ignoro e ando até o carro. A última coisa que eu quero agora é ter que me envolver em uma conversa com ele.

Antes de morrer meu pai teve que foder com minha vida trazendo o Vince para se tornar meu braço direito. Que o velho desprezível queime no inferno.

***

Termino o meu banho e me olho no espelho por um tempo. Faço um rápido curativo na minha testa.

Parece que eu tinha sido atingido por alguma coisa. Não importa quem seja, vai morrer da pior forma.

O latido de um cachorro toma conta do ambiente.

__ Luke? - ele corre na minha direção e começa a pular envolta de mim.

Me agacho no chão e passo a mão no pelo do animal.

__ Da última vez que vi você, era apenas um filhote. Agora está bem grande.

Ele late e passa a língua no meu rosto. Me afasto para não ficar cheirando a baba de cachorro.

Observo o lugar onde eu estava. Aquilo não se parecia em nada com meu antigo quarto. Tinha coisas estranhas.

Abro o closet e vejo roupas que não são minhas ali. Eu dúvido muito que eu iria usar uma camisa daquele tamanho.

__ Mas que porra?

Não era só aquela camisa, era metade do closet. Parece que tinha alguém dividindo o quarto comigo?

__ Cheira! - levo a camisa ao focinho do cachorro.

Luke late alto e começa a festejar. Ele reconhecia o cheiro.

Levo a camisa ao meu nariz e cheiro também. Não era desagradável, era bom até demais.

Jogo a camisa dentro do closet e deixo tudo ali. Depois mando alguém queimar essas coisas.

__ Dimitri, posso entrar? - Vince me olha com a mesma cara de idiota.

__ Você já entrou. E pare de me olhar assim - puxo minha camisa social até o cotovelo.

Meu Misterioso Vizinho (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora