Capítulo Quarenta e Cinco

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️⚠️ Esse capítulo contêm cenas que podem causar gatilhos.⚠️

***

Dimitri Petrov

Fico parado por alguns segundos, ainda processando o que Leonardo me contou.

Ainda não acredito que Galina foi até ele contar o que aconteceu. Eu não neguei nada. Não tinha o porquê.

__ Não vai falar nada?

__ É tudo verdade - ele me olha assustado.

__ Dimitri...

__ A 8 anos atrás Galina tinha 11 e eu 19. Meus outros irmãos tinham entre 20 a 30 anos. Meu pai era um sádico que gostava de brincar com os filhos.

__ Brincar?

__ Quando eu cheguei até a casa dele fui tratado como um nada, um ninguém. Eu era apenas filho de uma prostituta. Aos olhos de todos, um inútil.

( Flashback de 16 anos atrás)

" Sinto dor por todo meu corpo ao ficar jogado no chão duro e frio daquela cela.

Minha barriga doía por causa da fome. Coloco a mão sobre ela e tento afastar a dor de alguma forma.

__ Ei! - alguém bate na cela fazendo com que eu me assuste.

__ Sim?

__ Como disse que se chama mesmo?

__ João - o homem faz um som estranho com a boca.

__ O senhor Petrov vai atender você - assinto.

Eu fui criado em um lugar onde as mulheres eram pagas por sexo. Costumo ficar em um quartinho nos fundos. Eu não gostava, mas não tinha opção.

Mas uma amiga da minha mãe falou que eu poderia procurar pelo meu pai.

Me levanto e reclamo de dor quando meus pés tocam o solo frio e desgastado do lugar. Eu andei muito para chegar até aqui.

Fico em silêncio e sigo o homem até chegar em um lugar escuro e estranho.

__ Aqui está, senhor. Disse que se chama, João.

O homem sentado a cadeira era estranho. Ele estava com alguma coisa na boca que soltava fumaça, não parecia um cigarro.

__ Que nome patético. Aquela vadia não teve a mínima capacidade de colocar um nome decente em você.

__ Va-vadia? - gaguejo ao ouvir a voz dele.

__ Eu permiti que você falasse? - balanço a cabeça em negação - só acredito que é meu filho por causa do exame. Você age como um cãozinho abandonado.

Me escolho ao ouvir algumas gargalhadas. Eu não sabia que tinha pessoas ali, não dava para ver.

__ O que devemos fazer? - o homem que me fez seguir ele até ali questiona.

__ Jogue no lixo, não me tem serventia nenhuma - arregalo os olhos assustado.

__ Sim senhor! - o homem segura meu braço e me puxa para fora dali.

__ Espera! - ele grita repentinamente - talvez ele possa me divertir um pouco. Vamos ver o quanto aguenta."

Leonardo estava me olhando assustado. Ele vem na minha direção e deita o corpo em cima do meu.

Meu Misterioso Vizinho (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora