Leonardo Ferraz
__ Julien derrubou o copo, mas eu disse que não tinha problema - dou um sorriso - vou ajudar você a pegar.
Saio da cadeira e começo a pegar os cacos de vidro do chão.
__ Não faça isso, Leonardo - senhor Donovan pega minha mão, me fazendo jogar o vidro no chão - você pode se machucar.
__ Não tem importância. Vou ser cuidadoso.
__ Largue isso - jogo tudo no chão - quero mostrar uma coisa a você - Limpe isso, Julien!
__ Sim senhor!
Olho para trás apenas para ver o francês me enviar um olhar de ódio.
Dessa fez eu tinha saído por cima. As palavras dele estavam deixando de me afetar.
Senhor Donovan abre uma porta e eu entro no quarto.
Era um quarto de bebê. As cores eram claras deixando um ar leve no lugar.
No meio tinha um berço grande, com uma babá eletrônica ao lado. Acima do berço tinha alguns carrinhos presos por uma corda e suspenso no teto.
__ Era para ter sido seu quarto. Raquel planejou tudo nos mínimos detalhes.
Pego o urso que estava dentro do berço, o segurando na minha mão com força. Que sentimento é esse que está quase me fazendo chorar?
Raquel deve ter sofrido muito. Ela planejou tudo para o bebê e no fim não foi capaz de ficar com ele.
Eu queria poder ter conhecido ela. Esse sentimento que estou criando é bem forte.
__ O que foi, Leonardo?
__ Me desculpa, é que... - respiro fundo - é bom saber que tudo isso foi feito para mim.
__ Você teria sido muito amado. Eu vou amar você por dois, por mim e por ela.
Passo meus braços envolta do corpo dele e o abraço.
Eu não cheguei a fazer isso antes, mas vendo agora, eu deveria ter abraçado ele desde o começo.
O sentimento era de proteção e carinho. De pai para... Filho.
***
Respiro fundo e seguro o volante com força. Estou botando na cabeça que vou conseguir fazer isso.
__ Está pronto?
__ Sim!
Eu disse para o senhor Donovan que sei dirigir, mas não muito bem, então ele prometeu me ajudar.
__ Comece com o básico primeiro.
Coloco o cinto de segurança, ajeito o espelho e observo se está tudo ok.
__ Não vai colocar o cinto?
__ Eu confio em você.
Dou a partida e começo a dirigir lentamente. Só que estava chato ficar sem fazer nada.
__ Por que o senhor sai a noite?
__ O que?
__ É que... O senhor sempre sai se noite e volta pela manhã. Até achei que pudesse ser o Batman, mas... - dou uma risada - é apenas uma brincadeira, para que eu não fique nervoso.
Não acho que ele tenha entendido muito o que eu falei.
__ Eu trabalho a noite. Não sou como Dimitri que tem a cara de pau de fazer as coisas a luz do dia.
Sim, eu já tinha reparado que o ódio que ele sente pelo meu namorado é bem grande.
__ Dê a seta antes de virar. Estamos em uma rua movimentada - faço o que ele disse.
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Meu Misterioso Vizinho (Romance Gay)
RomansaDimitri é um mercenário habilidoso, além de Don da famosa "A Bratva", máfia muito respeitada no mundo do crime. Os assassinatos que ele comete trazem um rastro de sangue pelo seu caminho. Frio e impetuoso, não se importa com ninguém, mata a sangue f...