Capítulo Um

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Leonardo Ferraz

Deixo a caixa sobre o chão e me jogo no sofá. Essa foi a última, graças a Deus.

Não estava aguentando mais carregar caixas para lá e para cá. Infelizmente não consegui pagar ninguém para me ajudar.

Trabalhei muito para conseguir dinheiro e pagar essa faculdade.

Depois da morte do meu pai, minha mãe trabalhou muito para criar três filhos sozinha.

Mesmo assim ela conseguiu, criou a gente muito bem. Eu sou o mais novo de todos eles, portanto o último a sair de casa.

Somos três meninos, eu Joaquim e Gael. Eu vou causar fotografia, meu sonho desde que ganhei uma câmera do meu pai.

Não me importo de ser o único que não vai fazer alguma coisa que ganhe muito dinheiro. Sempre fui diferente dos meus irmãos mesmo.

Olho para o pequeno apartamento. Não é grande, ou muito bom, mas vou tornar o mais agradável possível para mim.

Depois de mandar a preguiça embora me levanto e começo a arrumar tudo.

Ajeito meus livros em uma prateleira, e depois meus prémios acadêmicos em outra.

No meu quarto eu deixo todas as minhas câmeras. Algumas eu ganhei e outras eu mesmo comprei.

Não vim para a cidade despreparado. Já consegui um emprego de meio período em uma livraria, então pago pelas minhas coisas.

Depois de arrumar tudo eu vou tomar um banho. Coloco uma calça, camisa e casaco.

Preciso sair para comprar alguma coisa para comer. Por enquanto vai ter que ser pronto, vou fazer compras para o apartamento.

Saio do apartamento e tranco a porta. Quando guardo as chaves no meu bolso, levo um susto com um latido.

Dou um passo para trás e olho para a porta a minha frente. O cachorro está quase quebrando a porta para sair.

Se ele me atacar da forma que está, eu provavelmente vou morrer. Parece ser um cachorro de grande porte.

Saio dali o mais rápido possível. Pego o elevador e aperto para o térreo.

Ele apara em um outro andar e uma mulher entra. Ela é muito bonita, usando um vestido vermelho curto, que realça suas curvas.

__ É novo aqui? Nunca te vi! - ela se vira para mim.

__ Sim, me mudei hoje. Prazer, Leonardo - estendo minha mão para ela.

__ Evelyn! Qual apartamento?

__ 303 - ela da uma risada e eu acho estranho.

__ Do lado do homem misterioso - pisco meus olhos confuso.

__ Como assim?

__ Ele se mudou faz três semanas, não fala com ninguém, a gente nem sabe o nome dele. Tem um cachorro assustador, tão quanto o dono.

__ Eu já ouvi os latidos do cachorro.

__ Até joguei meu charme para ele, mas o cretino me ignorou totalmente.

Acho estranho isso acontecer. Apesar de não gostar de mulheres, não posso negar que ela é uma mulher atraente ao olhar de todos.

Resolvo ignorar isso e saio do elevador. Me despeço dela e atravesso a rua.

Vou até uma lanchonete e faço um lanche. Depois disso vou ao mercado e faço a compra do mês.

Vendo que comprei muita coisa, o mercado oferece um entregador. O nome dele é Jorge, um cara que não fala muito.

Ele me ajuda a levar até o meu apartamento. Ofereço um copo de água e ele aceita prontamente.

Abro a porta para ele. Logo latidos são ouvidos, só que não da porta ao lado e sim do corredor.

O homem entra e fecha a porta me deixando do lado de fora. O covarde entra no me apartamento e me deixa do lado de fora.

O cachorro vem correndo até a mim. Me jogo no chão e me escolho de medo. Aquela coisa é enorme.

Sinto sua respiração perto do meu rosto. Logo uma coisa quente e áspera vem de encontro ao meu rosto.

Abro os olhos e o vejo na minha frente. Dou uma risada ao ver que ele não vai me atacar.

__ Então você é manso? - faço uma carinho nele

O cachorro late e lambe meu rosto novamente. Olho para o nome de me na coleira

__ Bom menino, Luke! - acaricio o pelo dele.

Me levanto e paro com os carinhos, ele late e depois choraminga. Dou um sorriso para o cachorro e bato na porta.

__ Ele é manso, saia do meu apartamento!

A porta é aberta lentamente. O cachorro pula sobre ele e agarra seu braço em uma mordida.

Arregalo os olhos ao ver isso. Ele estava tão calmo nesse instante.

Um assobio preenche o ambiente. O cachorro o solta e vai até a fonte do som.

__ Você disse que ele era manso - o homem segura o braço ensanguentado.

__ Mas ele...

Um homem aparece no corredor. O cachorro estava na corrente, ao lado do homem.

Ele usa terno e sobretudo. Além de ser elegante é bonito, muito bonito.

Ele é alto, com um porte de atleta, os músculos marcando na roupa. Cabelo para trás, olhos escuros e barba por fazer.

Acho que é o meu vizinho misterioso. Seu olhar vai para o homem ensanguentado, com o braço machucado pelo cachorro e depois vem para mim.

Ele me olha de uma forma intensa, assustadora, que me faz estremecer.

O entregador iria falar alguma coisa, mas como o bom covarde que é, não diz nada, apenas sai andando até o elevador.

A mordida não parece ter sido tão ruim. Se o cachorro quisesse matar aquele cara, faria muito diferente.

__ Eu sou seu novo vizinho, muito prazer - estendo minha mão.

Ele me olha e depois entra no apartamento, me ignorando totalmente.

__ Mal educado! - falo um pouco alto demais.

Entro no meu apartamento e fecho a porta. Parece que eu não vou me dar tão bem com o meu vizinho assim.

Pode até ser bonito, mas é um mal educado estúpido.

*****

Luke

Meu Misterioso Vizinho (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora