Não demorou nada e Defesa Contra as Artes das Trevas se tornou a matéria favorita da maioria dos estudantes.
Depois dos bichos-papões, eles estudaram os "barretes vermelhos", criaturinhas malfazejas que lembravam duendes e rondavam os lugares onde houvera derramamento de sangue, como masmorras de castelos e valas dos campos de batalha desertos, à espera de abater a porrete os que se perdiam.
Dos barretes vermelhos eles passaram aos kappas, seres rastejantes das águas, que lembravam macacos com escamas, palmípedes cujas mãos comichavam para estrangular os banhistas desavisados que penetravam seus domínios.
Meredith só desejava que fosse tão feliz com outras matérias. A pior delas era Poções. Snape andava com uma disposição bem vingativa ultimamente, e ninguém tinha dúvidas do que motivara isso. A história do bicho-papão que assumira a forma dele e a maneira com que Neville o vestira com as roupas da avó, correra a escola como fogo espontâneo. Snape não parecia ter achado graça. Seus olhos faiscavam ameaçadoramente à simples menção do nome de Lupin e ele andava implicando com Neville mais do que nunca.
Meredith também estava começando a temer as horas que passava na sala sufocante da Profª. Sybill, decifrando formas e símbolos enviesados, tentando fingir que não escutava todas as previsões ruins que a professora fazia para ela e para seus amigos. Não conseguia gostar de Sybill, embora ela fosse tratada, por muitos alunos da turma, com um respeito que beirava a reverência. Parvati Patil e Lavender Brown passaram a rondar a torre da professora na hora do almoço e sempre voltavam com irritantes ares de superioridade, como se soubessem de coisas que os outros desconheciam.
Ninguém gostava realmente de Trato das Criaturas Mágicas que, depois da primeira aula repleta de ação, tornara-se extremamente monótona. Hagrid parecia ter perdido a confiança em si mesmo. Os alunos agora passavam aula após aula aprendendo a cuidar de vermes, que eram uma das espécies de bichos mais chatas que existem no mundo, e não era por acaso.
-- Por que alguém se daria o trabalho de cuidar deles?! -- exclamou Ron, depois de mais de uma hora enfiando alface fresca picada pela goela escorregadia dos vermes.
No início de outubro, porém, eles receberam uma boa notícia, uma tão prazerosa que mais do que compensou as aulas chatas.
-- Primeiro fim de semana em Hogsmeade. -- leu Ron, apontando para uma nota que aparecera no escalavrado quadro de avisos. -- Fim de outubro. Dia das Bruxas.
-- Ótimo. -- comentou Fred que acabara de voltar do treino de quadribol com George e Harry. -- Preciso visitar a Zonko’s. Meus chumbinhos fedorentos estão quase no fim.
Harry se atirou em uma cadeira ao lado de Ron, nem um pouco animado, afinal, não tinha autorização de ir. Hermione pareceu ler seus pensamentos.
-- Harry, tenho certeza de que você vai poder ir na próxima visita. -- disse a garota. -- Vão acabar pegando o Black logo. Ele já foi avistado uma vez.
-- Black não é louco de tentar alguma coisa em Hogsmeade. -- argumentou Ron. -- Pergunte a McGonagall se você pode ir, Harry. A próxima vez talvez demore um tempão para acontecer...
– Ron! – exclamou Hermione. -- Harry tem que ficar na escola...
-- Ele não pode ser o único aluno de terceiro ano que vai ficar. -- disse Ron. -- Pergunta a McGonagall, anda, Harry...
-- O não você já tem. -- Meredith deu de ombros, mordendo sua maçã.
-- É, acho que vou perguntar -- disse Harry se decidindo.
Hermione abriu a boca para protestar, mas naquele instante Bichento pulou com leveza em seu colo. Trazia uma enorme aranha morta pendurada na boca.
-- Ele tem que comer isso na frente da gente? -- perguntou Ron aborrecido.
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Harry Potter: Red Blood, Dark Soul I
AventuraHarry Potter provavelmente teria tido uma vida relativamente normal para um bruxo de sua idade se não fosse por Voldemort. O Lorde das Trevas foi o grande responsável pela morte dos pais de Harry, e agora, seu maior objetivo é dar o mesmo fim ao "Me...