Capítulo 10

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Ninguém na Torre da Grifinória dormiu àquela noite. Todos sabiam que o castelo estava sendo revistado novamente e os alunos da casa permaneceram acordados na sala comunal, esperando para saber se Black fora apanhado. A Profª. Minerva voltou ao amanhecer para informar que, mais uma vez, ele escapara.

Durante todo o dia, onde quer que fossem, os garotos percebiam sinais de uma segurança mais rigorosa, o Prof. Flitwick podia ser visto, às portas de entrada do castelo, ensinando-os a reconhecer uma grande foto de Sirius Black, Filch, de repente, andava para cima e para baixo nos corredores, pregando tábuas em tudo, desde minúsculas fendas nas paredes até tocas de camundongos. Sir Cadogan fora demitido. Repuseram seu retrato no solitário patamar do sétimo andar e a Mulher Gorda voltou ao seu lugar. Fora competentemente restaurada, mas continuava nervosíssima e só concordara em voltar ao trabalho com a condição de receber mais proteção. Um bando de trasgos carrancudos tinha sido contratado para guardá-la. Eles percorriam o corredor em um grupo ameaçador, falando em rosnados e comparando o tamanho dos seus bastões.

Harry, Ron e Meredith não puderam deixar de reparar que a estátua da bruxa de um olho só, no terceiro andar, continuava sem guarda nem bloqueio. Parecia que Fred e George tinham razão em pensar que eles, agora Harry, Ron, Hermione, Meredith e Evelyn, eram os únicos que conheciam a passagem secreta a que a bruxa dava acesso.

-- Vocês acham que devemos contar a alguém? -- perguntou Harry a Ron e Meredith.

-- A gente sabe que Black não está entrando pela Dedosdemel. -- disse Ron, ele e Meredith descartando a ideia. -- Saberíamos se a loja tivesse sido arrombada.

Harry parecia contente que os dois amigos pensassem como ele. Se a bruxa de um olho só também fosse fechada com tábuas, ele não poderia voltar a Hogsmeade.

Ron se transformara numa celebridade instantânea. Pela primeira vez na vida, as pessoas prestavam mais atenção a ele do que a Harry ou até mesmo Meredith e os gêmeos Weasley, e era evidente que ele estava gostando bastante da experiência.

Embora ainda estivesse muito abalado com os acontecimentos da noite anterior, ficava feliz de contar a quantos perguntassem o que acontecera, com riqueza de detalhes.

-- ... Eu estava dormindo e ouvi barulho de pano cortado e achei que estava sonhando, sabe? Mas aí senti uma correnteza de ar... acordei e vi que o cortinado de um lado da minha cama tinha sido arrancado... me virei... e vi Black parado ali... como um esqueleto, os cabelos imundos... segurando um facão comprido, devia ter uns trinta centímetros... e ele olhou para mim e eu olhei para ele, então eu soltei um berro e ele se mandou. Mas por quê? -- Ron acrescentou para Harry e Meredith, quando o grupo de garotas do segundo ano, que estivera escutando sua história enregelante, se afastou. -- Por que foi que ele correu?

Harry e Meredith andaram se perguntando a mesma coisa. Por que Black, ao verificar que escolhera a cama errada, não silenciara Ron e procurara Harry? Ele já provara doze anos antes que não se importava de matar gente inocente, e desta vez só precisava enfrentar cinco garotos desarmados, quatro dos quais adormecidos.

-- Ele devia saber que ia ter problemas para sair do castelo depois que você gritasse e acordasse todo mundo. -- concluiu Meredith, pensativa. -- Teria que matar a Grifinória inteira para passar pelo buraco do retrato... e teria dado de cara com os professores...

Neville caiu em total desgraça. A Profª. McGonagall estava tão furiosa com ele que o banira de todas as futuras visitas a Hogsmeade, lhe dera uma detenção e proibira todos de lhe informarem a senha para a torre. O coitado era obrigado a esperar do lado de fora da sala comunal, todas as noites, até alguém deixá-lo entrar, enquanto os trasgos da segurança caçoavam dele. Nenhum desses castigos, porém, chegou nem próximo do que sua avó lhe reservara. Dois dias depois da invasão de Black, ela mandou a Neville a pior coisa que um aluno de Hogwarts podia receber na hora do café da manhã – um berrador.

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