Capítulo 2

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Parecia uma eternidade essa espera angustiante de finalmente ver meu pai pessoalmente depois de tantos anos. A gente se falou por ligação pelo menos uma vez ao mês durante os anos em que estive fora, mantive bastante contato com a Erin e com o Justin, mas a dois dias meu irmão simplesmente sumiu do mapa. Não respondia nem atendia nenhuma ligação, por um momento cheguei a achar que estava me dando um gelo por eu ter perdido o primeiro aniversário do meu sobrinho, que por sua vez, eu não o conheci, ainda. Acabou por ser um dos motivos pela qual me peguei comprando a passagem e voltando pra Chicago as pressas.

Eu me sentia culpada pela distância que botei entre a gente, fui eu quem fez com que ele corresse para o lado errado. Quando fui embora, Justin surtou comigo, ficou meses sem falar comigo ou com o papai. Comigo por eu ter mentido todas as vezes em que dizia estar bem, e com o papai por ter me mandado embora sem nem tentar me ajudar antes.

Não consigo culpar nenhum dos dois por nada, só a mim mesma. Hoje agradeço que Joe White disse precisar de mulheres na marinha para um projeto pessoal e que meu pai resolveu que era a hora deu criar juízo. Muito do que virei hoje é graças a isso.

Mas não consigo me perdoar de ter feito meu irmão chegar num ponto de fazer com que papai fosse preso por protegê-lo. Tudo por ter perdido o controle depois que minha mãe morreu e me deixado levar pela influência de um namorado que eu mal gostava.

Isso sempre seria um peso pra mim.

-Sabemos que foi um tiroteio na frente de uma boate e que até o momento a única vítima crítica é o rapper. Mas ainda não consigo... -sinto meu corpo arrepiar ao ouvir a voz do meu pai tão de perto. -Quem está na minha sala?

-Não sabemos quem é, mas foi a Sargento Platt que a deixou ali dentro, chefe.

Finalmente tomo coragem de me levantar e virar para a porta, vendo a boca de meu pai abrir enquanto me olha. E mais ao fundo, vejo Erin também sem reação me olhando.

-Guerra de gangue é? Estou tentando fugir de uma pra cair cair de paraquedas em outra?

Tento fazer uma piada pra descontrair o clima, mas somente duas pessoas entenderiam a referência, duas essas que estavam chocadas demais, para esboçar qualquer reação.

-Julia.

Meu nome parecia incrivelmente convidativo vindo da voz da pessoa que considero uma irmã. Sorrio pra ela e sinto meu olho encher de lágrima, que logo cai assim que sinto os braços de Erin ao meu redor, me apertando com força, me fazendo soltar um baixo gemido de dor quando ela aperta minhas costelas.

-Bom te ver, Erin.

Falo mais alto tentando esconder minha reclamação. Não era hora de ninguém saber o quão machucada eu estava. Física e emocionalmente falando. Mas se alguém se esforçar um pouco percebe o tom trêmulo na minha voz, da dificuldade de falar.

-Como? O que? Quando chegou? Por que não disse que estava vindo?

Fiquei perdida com tantas perguntas, mas aliviada de ela não ter falado nada do meu gemido, mesmo tendo a certeza dela ter escutado.

-Vou explicar tudo, prometo. Mas depois.

Sorrio amorosamente pra ela e volto meu olhar pro meu pai, e sem me importar com nada, corro na direção dele e o abraço pela cintura, sentindo aquele cheiro e aconchego de lar.

-Podia ter avisado, eu te buscava...

-Por favor... só me abraça, pai.

Sinto os braços dele me apertando e sinto meus músculos relaxarem quase completamente, mas ainda retraídos pela dor que se espalha pelos machucados ainda não curados, presente em todo o meu tronco.

-Pai?

Escuto um dos detetives perguntarem, vejo ser o homem negro no fundo da sala, ele parecia um armário.

-Isso mesmo, essa é minha filha Julia, não falo muito dela por motivos pessoas e pela segurança dela. -reviro os olhos e solto um riso fraco. Ele nunca falou de mim pra ninguém desde que fui embora. Mal falava comigo.

-Segurança dela. Meio contraditório, por que da onde estou vindo eu estava tudo, menos segura.

-Julia.

Sinto o tom de repreensão de Erin sem nem mesmo olhar pra ela.

-O que? Não menti, eu estava numa guerra até 3 dias atrás, Erin, fora que sei me cuidar muito bem. -Antes que qualquer um pudesse retrucar ou falar algo, puxo o assunto do caso deles a tona. -Mas entao... guerra de gangue é? Os South Side ainda dominam a área?

Sempre fui conhecida por gostar de mudar de assunto para evitar algum outro.

Um breve silêncio se instala na sala com a minha pergunta, do jeito que eles me olhavam, pareciam não saber nem como agir. Não é como se fosse normal uma doida aparecer do nada e vir agindo como se soubesse de tudo que se passava por ali.

-Estamos com o que parece 3 gangues rivais entrando em conflito. A maior suspeita é que alguém de fora tenha incitado essa briga.

Um dos detetives, que preciso dizer, chamou minha atenção disse. Olhei no fundo dos olhos verdes dele e juro que senti pelos do meu corpo, que eu mal tenho, se arrepiando. Sacudo a cabeça e assinto em sequência.

-Ok, como posso ajudar?

Me viro pro meu pai, que permanecia de braços cruzados e me olhava com a sobrancelha arqueada, enquanto Erin, parecia fugir do meu olhar.

-Julia, acabou de voltar de uma missão, eu tô vendo seu roxo no maxilar mesmo com a maquiagem que você tentou usar pra esconder. -engulo em seco com a constatação de Hank, mas disfarço. -Vai pra casa e descansa um pouco. Depois a gente...

-Desculpe pai, não pode mais me controlar. Eu tomo minhas próprias decisões. E acredite, esse pequeno roxo, não é nada perto de como o outro cara ficou.

Me viro de volta pro detetive dos olhos verdes e falo, mesmo sem ser direcionado a ele.

-Quem vai me explicar mais do caso?

Todos de início ficaram receosos de ir contra o chefe deles, mas com um nome saindo da boca de Hank, todos pareceram acordar.

-Adam, ajude a Julia. Erin, Halstead e Al, preciso falar com vocês na minha sala. Agora.

Sinto meu pai passar como um foguete pra sala, sendo seguido por Erin, tio Al, que me lança uma piscadela, e o detetive dos olhos azuis.

-Vamos lá, vou te explicar tudo o que precisa saber sobre o caso.

Vejo o mesmo cara que ficou me olhando lá fora vindo na minha direção e do quadro investigativo para me explicar sobre o caso, pelo o que entendi, esse é o Adam. E mesmo que eu estivesse entendendo uma parte do que ele falava, ainda estava olhando de canto para a sala de meu pai, somente para imaginar o que estavam falando lá dentro. Mesmo que eu soubesse exatamente sobre o que se tratava. Eu.

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Mais um capítulo fresquinho, que acabou de sair do forno.
Eu não tenho nadaaaa pronto dessa história. Escrevi ela enquanto assistis o capítulo 4 da 4° temporada de Chicago PD e voila. tudo saindo na hora, começo a digitar, se ficar bom eu posto, se não ficou... não irei postar até acertar.
Espero que estejam gostando, ainda está no começo, mas prometo que ainda tem muito o que acontecer. Alguns acontecimentos eu tenho planejado, outros, virão pelo improviso e nem sempre seguindo a ordem da série.

Curtem, comentem e compartilhe, amo ver sugestões e comentários sobre o que escrevo.

Beijos e até a próxima.

CAPÍTULO REVISADO ✅️

Uma nova vida - Jay halstead Onde histórias criam vida. Descubra agora