Capítulo 11

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Se passou alguns meses desde que deixamos Elie na estação de trem. Ela me mandou algumas mensagens dizendo que estava bem e que estava se ajeitando. Parecia estar se dando bem.

Eu passei grande parte do meu tempo colocando o sono em dia, assistindo vários filmes e séries. Dividia meu tempo com Matt, meu pai e Erin. Via Jay direto, sempre que ia na delegacia para almoçar com meu pai e Lind. Nós falamos as vezes, mas não passava disso. Eu soube que ele havia falado com Erin sobre o beijo que dei nele da Brady.

Tudo bem que aquilo não foi bem um beijo, mas ele falou. Erin não tocou no assunto comigo, mas parecia que estava tudo bem entre eles e entre a gente. Apesar de eu e Jay nos evitarmos quando nos víamos sozinhos. O clima tinha ficado um pouco pesado desde que ele e Erin começaram a morar juntos.

Matt vivia presente na minha vida. Não me deixou me afastar mais. Pelo contrário, me buscava na minha casa direto para fazermos programa de amigos, íamos no Molly’s direto, me aproximei do pessoal do quartel 51 tambem. Por incrível que pareça me dei super bem com Gaby e Brett, viramos bem amigas. Fazíamos a festa com tequila no bar. O restante do pessoal também me acolheu super bem. O que deixou meu pai um pouco mais tranquilo.

O que me lembra da conversa que tivemos a 1 semana. Ele queria saber mais do tempo que passei na marinha, de tudo que aconteceu, se tinha algo de urgente que ele precisava saber. Eu evitada um pouco alguns assuntos, mas passei a falar mais sobre com ele.

Mas nunca tocamos no nome de Justin. Parecia um assunto proibido para ambos. Todas as vezes que tentamos falar acabávamos brigando, não entrávamos em consenso sobre o que devia ter acontecido. O que faltou ser feito ou qualquer coisa do tipo. E depois que a mulher do meu irmão foi embora com meu sobrinho, meu pai se fechou mais um pouco. Então evitamos esse assunto.

Outra coisa, meu pai estava me pressionando sobre o que eu faria agora. Peguei esses meses para pensar sobre o que quero seguir da minha vida. Ele me pediu pra entrar na Inteligência. Disse que teria uma vaga pra mim, se eu quisesse. Mas também me perguntou da faculdade. Mas ainda era difícil pensar em voltar pro curso quando eu entrei nele por conta da mamãe e Justin, e nenhum dos dois estava mais ali. Parecia incompleto eu me formar em medicina sem as duas pessoas que me fizeram acreditar que eu seria uma boa médica. Eu fiz alguns cursos na época em que estive na marinha. Tenho vários certificados técnicos, mas ainda parecia estranho.

Ou seja. Estou em um dilema. Seguir meu sonho de ser médica, apesar de faltar um pedaço meu aqui. Ou seguir naquilo cujo sei que sou boa e faço com maestria.

-Julia, vamos. Se não vamos nos atrasar.

O que me leva a esse momento. Estava olhando no espelho enquanto me via numa calça jeans, coturno prero, blusa branca e jaqueta preta, com meu distintivo na calça pensando se voltar a estar em um caso com eles iria me ajudar a decidir o que eu quero seguir.

Respiro fundo e desço as escadas, havia prometido a Erin que iria tentar por ela. Ela estava passando por uma investigação da corregedoria por estar com uma arma no meio de um interrogatório. E me pediu para cobrir ela hoje na inteligência, para que o time não fique desfalcado.

-Estou pronta, vamos.

Pego minha bolsa na sala, já havia deixado tudo pronto. Sempre deixo possíveis produtos de emergência na bolsa. Absorvente, desodorante, perfume, uma bolsa com maquiagem, lixa de unha e outras produtos a mais. Fora um ótimo kit médico de emergência. Sou uma pessoa precavida. E por mais que as pessoas tenham a visão de mulheres na marinha como homens e que não se cuidam, eu sempre me cuidei muito bem. Priorizava minha auto estima. E me mantinha com as unhas feitas, cabelo hidratado, quando tenho criatividade faço penteado,  enfim. Sou uma garotinha mimada que sabe como usar uma sniper melhor que muitos homens por aí.

Uma nova vida - Jay halstead Onde histórias criam vida. Descubra agora