Não lembrava o quanto o frio de Chicago podia ser forte. E fiquei remoendo na minha cabeça o porque inventei desse café da manhã com o Matt, as 9 horas de um sábado, com um frio como o que estava hoje e pensando no quanto o casaco que peguei não estava me esquentando.
Óbvio que isso era devido a baixa resistência ao frio que adquiri por viver em lugares quentes durante os anos servindo. Desde quando fiquei um período alocada no Brasil, percebi que o calor era algo que eu não conhecia. Ali foi o primeiro país onde realmente senti um calor absurdo. Depois veio o México, Saara, Paquistão, e vários outros.
Fechei os olhos enquanto me balançava na frente do quartel 61, esperando Casey voltar de um chamado, com os bolsos dentro do casaco e pensando que a touca que usava estava aliviando o frio na orelha.
Escuto a sirene do caminhão dos bombeiros e começo a me aproximar devagar da entrada, vendo que chegaram pelo outro lado do quartel.
Logo vejo Casey no banco da frente do veículo, que sorriu assim que desceu do carro e me viu. Soltei um sorriso assim que vi ele chegando perto de mim.
-Julia.
-Matt.
Quando vi, pulei em seus braços. Sentindo uma familiaridade impressionante. Nem parecia que não nos víamos a anos. Não dava pra negar o quanto senti falta dele. A amizade dele foi meu alicerce por muito tempo, senti-lo assim tão perto, depois de tudo o que aconteceu, me fez sentir lágrimas começarem a cair.
-Merda, voltar pra Chicago me deixou uma maria mole.
Brinco e me afasto dele para limpar meu rosto.
-Você tá diferente. Parece mais madura. Apesar do rosto de criança e o cabelo de fogo.
Rio e balanço a cabeça, vejo umas pessoas atrás dele nos olhando, mas aquilo não me importava agora.
-Aconteceu muitas coisas.
Ele me olha e posso jurar que sinto minha alma sendo sugada, como se ele puxasse tudo o que eu precisava dizer sem que eu abrisse minha boca.
-Só preciso trocar de roupa e vamos comer. Mas antes, vem conhecer o pessoal.
Me abraça pelos ombros e afaga meu braço, enquanto me puxa na direção da turma do 61.
-Pessoal, essa é a Julia. Uma grande amiga minha da época de escola e ensino médio. -alguns balançam a cabeça, mas vejo uma loira e uma morena com roupas de paramédicos me olhando meio de lado, como se me analisassem. -Ju, esses são Kelly Severide, Joe Cruz, Christopher Herrmann, Mouch, Ottis, Peter Mills, aquelas são nossas paramédicos, Sylvie Brett e Gabby Danwson e o nosso chefe, Wallace Boden.
-Oi pessoal. Prazer conhece-los.
-O prazer é todo nosso.
O tal do Kelly diz se inclinando um pouco pra frente e sorrindo. Era bonito, muito bonito, mas senti o ar de cafajeste daqui. Então apenas sorrio fraco pra ele.
-Então Julia, dá onde é? Nunca a vi por aqui. E nem ouvi falar sobre você.
A morena, Gabby, recebendo um olhar de Matt e de alguns companheiros.
-Nascida e criada em Chicago, mas há 6 anos tive uns problemas e acabei entrando pra marinha americana, passei os últimos anos por lá. Mas deu saudade de casa.
Todos me olhavam surpresos, mas Casey, parecia ser o mais atingido pelas minhas palavras.
-Marinha? Seu pai deixou?
-Foi ele que me mandou pra lá, Matt.
Matt para por um minuto e tenta raciocinar as informações nova que lhe dei. Sabia que seria confuso e até um pouco cansativo explicar tudo pra ele. E o fazer entender que foi realmente o melhor pra mim. Mesmo que eu tenha demorado a entender.

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Uma nova vida - Jay halstead
ActionE se a irmã gêmea do Justin nunca tivesse morrido, e o famoso Sargento Hank Voigth também tivesse uma linda menina de filha? Essa é a história de Julia Voigth, a verdadeira gêmea problema. Justin somente chegou no ponto de ser preso depois de ver s...