Uma nova vida - Jay halstead

Capítulo 4

Escuto sons de bips ao meu redor e sinto a cabeça latejar ao tentar abrir os olhos e encontrar uma forte luz em cima, me forçando a fecha-los novamente para me acostumar com a claridade.

-Hank, ela acordou.

Escuro a voz de Erin ao fundo e a vejo do lado da maca em que me encontro deitada. Em seguida vejo meu pai entrando no leito com mais dois dos seus detetives atrás, o negro e o dos olhos verdes.

-Que bom que acordou, Julia. Assustou a gente.

Fico calada enquanto me lembro do que ocorreu, engulo em seco no mesmo tempo em que escuto o barulho da máquina aumenta e fica rápido.

Todos ficam agitados e um médico ruivo entra junto de uma médica morena.

-Pressão e batimentos subindo. Julia, precisa se acalmar.

Começo a hiperventilar.

-Ele morreu. Justin tá morto. Meu irmãozinho.

Falo tudo rápido no meio das respiras entrecortadas. Os médicos começam a me examinar enquanto tentam me fazer me acalmar. Mas meus pensamentos estavam muito desconexos, eu só pensava em Justin. Fica revendo várias memórias com ele, a gente brincando quando criança em casa, ele me abraçando a noite quando eu tinha pesadelo. E agora. Eu estava vivendo em um.

-Julia, filha, você precisa respirar, se não eles vão ter que te dar algum remédio. Por favor.

Meu pai se aproxima e fica olhando nos meus olhos e começa a fazer uma respiração pausada, que sem perceber começo a seguir e vou me acalmando.

-Batimentos se estabilizando, pressão está boa. -o médico ruivo diz olhando pro monitor e depois se vira pra mim. -Julia, você desmaiou por um pico de pressão alta, te medicamos para abaixar a pressão e colocamos em soro para hidratação. Seu pai disse que estava em missão. É militar?

Assinto enquanto engulo em seco. Não queria ficar mais tempo nesse hospital.

-Estava no Afeganistão, em missão da marinha. Sou tenente de uma equipe de Seal.

Explico rapidamente e me ajeito na cama para me sentar. Fecho os olhos com força ao sentir um incômodo na costela, mas disfarço respirando fundo e me viro pro meu pai.

-Por que não me contou?

Ele ficou me olhando mas não disse nada, apenas desviou o olhar para os médicos.

-Will, Natalie, preciso que fiquem de olho nela ate que eu volte para busca-la, tenho um caso pra resolver e sei que esta em boas mãos.

A dupla concorda enquanto eu bufo e falo alto antes dele sair com seu batalhão atrás.

-Isso, foge. Já estou acostumada em me deixar como segunda prioridade.

Me viro de costas pro médico e peço que me deixem sozinha por um momento, enquanto sinto as lágrimas me inundaram com as lembranças voltando.

Vejo os médicos voltando uns 15 minutos depois para verificar como estou. Parece que querem cumprir com o que meu pai lhes pediu.

-Viemos nos apresentar devidamente. Sou Natalie Manning e esse é Will Halstead.

Sorrio de leve para eles.

-Acho que sabem quem eu sou né?

Vejo que eles riem e se aproximam mais da maca.

-Sua pressão estabilizou. Esta mais calma?  

-Estou sim, Dr. Halstead. Só fui pega de surpresa.

-Me chame de Will. E não posso nem imaginar como está se sentindo. Só de pensar em perder o meu irmão, já sinto até falta de ar.