Capítulo 12

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Cheguei no local que combinei de encontrar meu contato. Eu e ela não éramos o que chamamos de amigas. Tivemos um desentendimento a uns 3 anos. Mas quando fizemos um trabalho juntas e eu a salvei, nosso relacionamento ficou um pouco mais suportável. Não gostávamos uma da outras, mas nós respeitávamos e ela me devia uma depois que a salvei da morte certa.

Estava encostada no carro de braços cruzados enquanto olhava a cidade. O local era fora de Chicago e nos dava uma visão ampla da cidade por cima. Fechei os olhos e senti o vento batendo e fazendo meu cabelo voar. Respiro fundo ainda pensando se era uma boa ideia pedir ajuda dela.

Isso poderia dar muito errado, Erin poderia ficar irritada comigo, poderia me odiar por pedir que façam isso por ela. Mas prefiro ela me odiando mas trabalhando com o que gosta e segura, do que aqui, infeliz, sem seu distintivo e com a mãe a colocando em enrascada atrás de enrascada.

Abro os olhos e viro o rosto ao ouvir um carro chegando. Reviro os olhos e rio de lado ao ver que era um homem dirigindo e balanço a cabeça negando enquanto me desencosto e o cara abre a porta pra ela.

-Sério, diretora? Precisa de segurança pra me ver?

-Pode me julgar, Julia? Foi você que me chamou pro meio do nada. -ela chega mais perto e coloca a mão no bolso do casaco. -E eu ainda não sei como você sabia que eu estava em Chicago.

-Não, também não confio em você. E como eu sabia, não importa. –Olho pro brutamontes do lado dela e arqueio a sobrancelha. -Seu bichinho pode nos dar uma distância ou ele vai pular no meu pescoço a qualquer momento?

Ela olha pra mim que sorrio fraco pra ela e me aproximo da beirada e fico olhando a cidade enquanto ela fala com o cara para nos dar um tempo e o mesmo se afasta.

-Pra você ter me chamado, coisa boa não é. O que quer Voigth?

Respiro fundo e olho pra ela antes de olhar pra cidade.

-Barbara Fletcher. O marido dela. Sei que está com um caso federal contra ele. Que o FBI está juntando peças para o prender.

-Tá, e daí? Além dessa ser uma informação sigilo federal, que eu também não sei como você. O que tem?

-Ele foi encontrado morto com ela do seu lado na cama essa manhã. -ela me olha surpresa e volta o olhar pra cidade. -E eu sei porque não confio na Bunny, então mantive o máximo de olhos possíveis na vida dela e das pessoas ao seu redor.

-A filha dela é sua irmã de consideração né? Vocês cresceram juntas, estou certa?

Assinto com a cabeça e finalmente olho pra ela.

-E foi por ela que te chamei. -dou uma pausa e olho no fundos dos olhos da mulher a minha frente. -Você me deve uma. Tá na hora de ficarmos zerada uma com a outra.

-Você quer que eu leve ela comigo pro FBI e não deixe o caso da mãe dela respingar nela, né?

Respiro fundo e assinto.

-Ela tá sendo investigada por ser vista com a arma durante um interrogatório. Tem grandes chances de perder o distintivo, só que ela é uma ótima policial.

-Por que você acha que eu consigo fazer isso?

-Você é a diretora adjunta do FBI, sei que pode fazer bem mais que isso. Inclusive limpar a barra dela com as merdas da Bunny.

Ela assente, olha pra cidade e depois volta o olhar pra mim.

-Sabe. Quando você me mandou aquela mensagem, eu já sabia que iria cobrar o favor. Mas achei que usaria pro Mike. Ou seja, por você.

Uma nova vida - Jay halstead Onde histórias criam vida. Descubra agora