Em todo o caminho, fiquei pensando em tudo o que já falamos. Sabia que ele estava com raiva. Sentia isso de longe. E o conhecia bem demais pra saber que isso só iria pior conforme eu explicasse toda a história.
Mas também sabia o quanto algumas feridas seriam reabertos em mim. Mentir pra Matt agora estava totalmente fora de cogitação. Depois de Justin, ele era a pessoa que mais me conhecia. Sabia de todos os meus tiques, medos. Tudo.
Mas também tenho medo de como ele vai reagir om algumas coisas que irei contar. Ao longos desses 6 anos em que servi, vivi coisas que nem quem estava comigo 24 horas por dia sabia. Nem meus superiores as marinha sabiam alguns detalhes. E depois da reação de Matt, ele ela pra de a pessoa mais certa para que eu comece a contar minha história. Meus medos. Minhas inseguranças. Tudo.
Chegamos na casa de Matt e entramos. Era bem a cara dele. Dou um sorrisinho de lado quando vejo fotos nossas em quadros.
-Seus amigos do quartel nunca ouviram falar de mim, mas você ainda tem os quadros que te dei com nossas fotos?
Me viro pra ele enquanto tiro o casaco e deixo coma minha bolsa na poltrona.
-Eu já disse de vocês pra eles. Uma vez. Não devem se lembrar, era uma história de adolescência nossa. Quando você bateu na menina que eu estava saindo, porque ela saiu dizendo pra todo mundo que eu larguei ela pra ficar com você.
Rumos com a lembrança, o que ajudou a aliviar um pouco a tensão que havia se instaurado entre nós.
-Ela não estava insinuando só isso. Só nunca chegou em você porque ameacei bater em qualquer um que trouxesse isso a tona. Bati nela porque ela te chamou de infiel e que era pau mandado meu. -dou de ombros enquanto finalizo. -Lembro direitinho da sensação de agarrar o cabelo daquela vaca e bater nela ate você me separar.
-Eu nunca soube mesmo desse lado. Mas isso explica porque não consegui tirar você de cima dela tão fácil.
-Nunca gostei que falem de quem eu amo. Isso nunca mudou e nem vai.
Ele assente e se senta no sofá depois de pegar uma cerveja. Arqueio a sobrancelha e olho o relógio.
-Álcool as 10 da manhã? O que aconteceu com o tente responsável?
-Está precisando se manter firme pra terminar de ouvir toda a história.
-Não vou beber, mas pode ficar a vontade.
Deixo a garrafa de cerveja na mesinha para que ele pegue após acabar essa. Não queria beber, uma porque não gosto de cerveja. Muito amargo. Outra, se eu tiver que beber pra tomar coragem de conversar com Matt, então nossa amizade deixou de existir. E eu preciso encarar algumas coisas sóbria. Não bêbada.
-Então tá. Você me afastou, teve a overdose e seu pai te mandou pra longe. Por que nunca ligou?
-Porque depois que cheguei lá. Nós primeiros meses eu não liguei pra ninguém. Estava envergonhada mas principalmente com raiva. Aproveitei esses sentimentos pra me focar e melhorar. A desintoxicação foi um inferno. Nada tirava a minha sensação de ainda estar suja. -falo tudo isso com o olhar meio longe. -Não podia falar com o meu passado quando ele ainda era meu presente. Tive medo de ligar e sentir saudade. E voltar com os velhos hábitos.
-Tá bom, não vou brigar dessa vez. Seu ponto até que faz sentido. Mas porque medo de voltar? Não estava limpa?
-Tive recaída lá, Matt. Me senti pior ainda. Foi tão besta. Fiquei com raiva de uma das garotas do programa. E sai pra beber pra aliviar. Um cara no bar me chamou a atenção e quando vi estamos cheirando em um beco próximo do quartel.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma nova vida - Jay halstead
AksiyonE se a irmã gêmea do Justin nunca tivesse morrido, e o famoso Sargento Hank Voigth também tivesse uma linda menina de filha? Essa é a história de Julia Voigth, a verdadeira gêmea problema. Justin somente chegou no ponto de ser preso depois de ver s...