Dez dias.
Era o tempo determinado até que ela deixasse a aldeia.
— Conclua todos os preparativos dentro desse prazo. Diga isso a Avane Ropilli também —
No dia em que ela acordou de um longo sonho, depois de um silêncio profundo, Saura deixou para trás aquelas palavras e saiu.
Foi pouco tempo para recuperar o corpo e se preparar para iniciar a longa jornada, mas Shan apenas assentiu.
De repente, ela sentiu pena de Avane, que tinha que terminar sua pesquisa em dez dias.
— Ufa, acho que está quase acabando. É tudo graças a Shan —
disse Avane, enxugando o suor.
Faltavam apenas três dias para o prazo estipulado por Saura.
— É tudo por minha causa que a professora vai sair com tanta pressa em primeiro lugar. É claro que eu tenho que ajudar —
Shan sacudiu as mãos empoeiradas e riu.
Ela tinha uma cara feliz depois de terminar o que estava segurando por vários dias.
—E quanto a você? Está... pronta para ir embora? —
A pergunta de Avane era infinitamente cautelosa.
— Hmm... —
Shan, que estava pensando por um tempo, logo assentiu.
— Eu não tenho muito para trazer comigo de qualquer maneira —
—... E a chefe? —
Quando o assunto de Saura saiu, o rosto sorridente de Shan também inevitavelmente sombreou.
— Acho que minha mãe está muito zangada —
Saura agiu como se nada tivesse acontecido.
Ela trabalhava como antes e à noite sentavam-se juntas para comer.
Mas não estava tudo bem.
— Ela não faz contato visual comigo —
Saura evitou olhar para Shan o tempo todo.
Como se ela não quisesse ler o que Shan estava pensando por engano.
— Aqueles que partem serão diferentes daqueles que ficam. A menos que as regras dentro da tribo mudem, vocês podem não se ver por muito tempo. Shan, por favor, entenda —
— Sim. Porque podemos não nos ver por muito tempo —
O verdadeiro significado de deixar a aldeia era conhecido apenas por Shan e Soura.
Naturalmente, enquanto contava os dias restantes que poderia passar com sua mãe, Shan levantou-se de seu lugar de descanso.
— Vejo você em breve, professora Avane. Acho que devo ir para casa mais cedo hoje —
— Certo. Até logo, Shan —
Depois de deixar a casa de Avane Ropilli,
Não havia muito tempo para passarem juntas, então ela pensou que não poderia deixar passar em vão assim.
Talvez Saura nunca a perdoasse pelo resto da vida.
Mas isso não significa que ela deveria deixar as coisas desse modo. Ela não queria ir embora assim.
— Vou fazer o jantar antes que minha mãe volte —
Ela deveria passar um tempo com sua mãe.
Ela tem que aproveitar enquanto puder ver o rosto de sua mãe.
No entanto, tal plano foi quebrado antes mesmo de começar.
— Você chegou? —
Foi porque Saura estava esperando por Shan com antecedência.
— Mãe? —
Shan não esperava que Saura estivesse em casa naquele momento, e ela estava um pouco confusa.
Ela se assustou e Saura acenou para a filha, que não conseguiu entrar porque estava parada na porta.
— Eu tenho algo para lhe dar, então venha e sente-se —
Shan sentou-se rapidamente no local apontado por Saura.
Havia alguns pequenos pacotes no centro da mesa.
Saura primeiro perguntou a Shan, que não sabia nem perguntar o que eram, e estava olhando atentamente para eles.
— Como você está se preparando para ir? —
— Terminei de arrumar a casa da professora Avane. Quanto ao prazo que você deu... acho que posso ir embora sem problemas —
— Certo —
Saura assentiu.
E então ela disse.
— Leve isso com você. —
— O que é tudo isso, mãe? —
Houve um som de tilintar quando ela levantou a primeira bolsa pesada.
Os olhos de Shan se arregalaram enquanto ela olhava para dentro inclinando a cabeça.
— Isso não é... dinheiro do lado de fora? —
Era algo que não era necessário na aldeia, onde a maioria das coisas eram trocadas e compartilhadas.
— Dinheiro é a coisa mais necessária lá fora. A professora Avane Ropilli não poderá cuidar de você o tempo todo, então certifique-se de levar isso —
— ...Sim —
Assentindo com a cabeça, Shan abriu o segundo pacote.
Bem maior que o primeiro, continha várias roupas grossas.
Eram roupas que ela nunca usaria em uma selva onde fazia calor o ano todo.
Além disso, não era nem mesmo o traje usado pela tribo Chara.
Eram vestidos e túnicas como as roupas usadas por Avane Ropilli.
— É inverno lá fora, troque de roupa quando começar a sair da floresta para as montanhas —
Além disso, foram preparados sapatos de formato rígido com bico fechada e luvas.
— E isto —
Soura estendeu o terceiro bolso para Shan.
Era menor em tamanho e muito mais leve que os dois anteriores.
No entanto, por algum motivo, ela pôde prever imediatamente que este último item seria o mais importante e valioso.
Ela franziu os lábios e abriu o terceiro bolso com uma mão cuidadosa.
— Mãe, isso é.... —
Os olhos verdes de Shan olhando para Saura tremeram.
— É... um mapa? —
A localização da aldeia da tribo Chara, localizada na vasta selva do Sul, era estritamente confidencial.
Era uma forma de proteger a tribo daqueles que cobiçam o poder mágico.
No entanto, no mapa que Saura deu a Shan agora, continha todas as rotas detalhadas da aldeia para fora da floresta que foram registradas.
— Quanto tempo os anciãos argumentaram contra para não entregá-lo. É apenas uma cópia desenhada do original —
Saura resmungou de insatisfação.
— Você esteve ocupado todo esse tempo por causa disso? —
— Sim. Não deveríamos ter isso para sair da selva com segurança? E só por precaução —
Palavras que haviam sido cortadas por algum tempo continuaram.
— Você tem que saber como voltar —
Teary* (N/T: Lágrima)
Shan cerrou os lábios mais uma vez sem perceber.
E mal falou.
— Eu... eu pensei que minha mãe estava com raiva de mim. Então eu pensei que você não queria me ver —
— Palavras inúteis —
Saura estalou a língua descontente.
— Você realmente pensou que eu deixaria você ir de mãos vazias? —
—...Obrigada —
— Não se esqueça de guardá-lo —
Shan dobrou as roupas e o mapa com muito cuidado, para o caso de amassar.
Ssura que estava olhando para ele perguntou de repente.
— Para onde você está indo? —
— ...Um lugar chamado Lombardi —
Shan, que parou por um tempo, respondeu.
— Ela disse que levaria um bom tempo porque está localizado no centro do império —
— Certo, tudo bem..... Então —
— Sim? —
Saura disse a Shan que inclinou a cabeça.
— Peça a professora Ropilli para ensiná-la a escrever durante caminho. Você deve saber escrever —
— Sim, mãe —
— E eu vou escrever uma carta para você, então quando você sair da floresta, visite a família Sector*. É um lugar onde praticamos trocas há muito tempo, então eu vou pedir para que eles a ajudem e..... —(N/T: Não sei se vocês se lembram do amigo do Perez chamado Steely, mas ele pertence a familia Sector)
Saura não dizia muitas palavras enquanto Shan crescia e olhava para ela, sua mãe pertencia ao lado reticente.
Por isso, não era familiar ver sua mãe derramando palavras uma após a outra.
— Shan, você tem o hábito de ficar gravemente doente uma vez por ano, então cuide de sua saúde —
No final das contas, tudo isso era porque ela se preocupava com a filha que estava indo embora sozinha.
— Mãe.... —
Shan abraçou Saura com força.
Até Saura, que estava paralisada por um momento, gentilmente acariciou as costas de Shan.
— Espero que suas escolhas a levem à felicidade —
Por muito tempo depois disso, mãe e filha ainda se abraçavam, elas não sabiam como largar o abraço. Ou talvez, não queriam.
***
Era o dia em que Shan e Avane Ropilli deixariam a aldeia.
Assim que amanheceu, Shan e Saura saíram de casa e se dirigiram para a entrada da vila onde Avane esperava.
O som dos passos das duas pessoas caminhando ressoou particularmente alto.
Nem Saura nem Shan disseram algo.
A estrada longa terminava na entrada da aldeia.
Avane, que cumprimentou Saura silenciosamente à distância, não se aproximou.
Era para dar tempo de mãe e filha se despedirem.
Shan, que estava olhando para a estrada que levava além da aldeia, voltou-se para Saura.
— Mãe —
— Shan —
No entanto, nenhuma das duas conseguiam falar mais.
Desculpe.
Cuide-se.
Eu te amo.
Milhares de palavras permaneceram em sua boca, mas no final, a filha não ousou dizer uma palavra e finalmente abraçou a mãe com força.
—...Tudo bem —
A mãe, que compreendia seus sentimentos, disse com firmeza, segurando o ombro da filha como se ela ainda fosse uma criança.
— Não olhe para trás e vá —
Shan, que permaneceu paralisada por um tempo, saiu lentamente dos braços de Saura.
Step. Step* (N/T: Passo*)
O som dos passos estava ficando mais distante
Ela sabia que o sol nasceria deslumbrantemente em breve, mas sua filha saiu para a estrada escura.(N/T: Uma alegoria, já que Shan está indo para um caminho traçado onde o fim a leva à escuridão)
Até que finalmente o som daqueles passos não foi mais ouvido.
— Por favor, tenha cuidado. Tenha cuidado... —
No final, apenas a voz de Saura permaneceu na entrada da aldeia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
-NOVEL- Eu Serei a Matriarca Nesta Vida - SIDE STORY -
RomanceEssas são as Sides Storys (acontecimentos depois do fim da história principal) Florentia reencarnou como uma filha ilegítima da família mais rica do império. Ela tinha pensado que tudo iria bem no futuro. Mas seu pai faleceu, seus parentes a abandon...