Capítulo 47

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Estrondo!

A carruagem balançou excessivamente, talvez porque acertou uma pedra na estrada.

— Ugh! —

— Kyah! —

O interior da carruagem, cheio de quatro pessoas e bagagens. tornou-se um caos por um momento.

— Ah, ei! Vá devagar com essa carruagem! —

Um homem que se encharcou ao tentar beber água reclamou em voz alta com o cocheiro.

Avane Ropili, que havia adormecido encostada na parede da carruagem e acordou com o solavanco da carruagem, arrumou os óculos e perguntou do outro lado.

— Shan, você está bem? —

— ...Sim? —

Shan, que estava olhando fixamente pela janela, respondeu à chamada um segundo depois.

— Oh, tudo bem. As folhas não foram danificadas —

O que ela perguntou não foi a condição da flor, mas a condição de Shan.

Avane pensou em perguntar novamente, mas logo balançou a cabeça.

Já fazia tempo que haviam deixado a aldeia da tribo Chara e estavam finalmente chegando a Lombardi.

Durante a jornada juntas, as duas se tornaram muito próximas e aprenderam muito uma sobre a outra.

No entanto, ainda havia algumas vezes que Avane inclinava a cabeça ao olhar para Shan com indagações.

É óbvio que era a primeira vez que Shan saía da floresta, mas ela sabia muitas coisas como se ela já tivesse vivido por vários anos fora da aldeia, ela  também não tirou o vaso de flor de seus braços, não importava o que acontecesse —

"É por causa da habilidade?"

Para pessoas comuns que não podem ver o futuro, Shan era apenas uma pessoa peculiar.

Avane disse, segurando no joelho de Shan, que estava perto o suficiente para alcançá-lo com um pequeno movimento.

— Esse vaso de flor. Você disse que é uma Bomnia, certo? Deve ser pesado, vou segurá-lo para você. Mesmo que por um momento, fique mais à vontade, Shan —

O vagão de passageiros, que era compartilhado com pessoas com o mesmo destino, era estreito e apertadp.

No meio disso tudo, foi muito estressante e difícil viajar por vários dias com o querido vaso de flor sobre o colo.

— Hum —

Shan pensou por um momento na sugestão de Avane, mas então balançou a cabeça.

— Não. Estamos quase em Lombardi. Posso esperar. Obrigado por oferecer tal gentileza, professora Avane —

Shan, que respondeu com um sorriso, arrumou o vaso uma vez, abraçou-o e olhou pela janela novamente.

"O que você está olhando tanto assim?"

Embora fosse um dia claro, a carruagem estava rodando em um campo com nada além de terras agrícolas ao redor.

No entanto, os olhos de Shan se moveram como se estivessem olhando para algo além dos campos verdejantes.

Avane, como uma boa e curiosa estudiosa, foi incapaz de conter suas perguntas, segurou no joelho de Shan novamente e perguntou em voz muito baixa.

— O que você está olhando, Shan? —

— Hmm. Eu também não sei. —

Shan respondeu com um sorriso tímido.

— Eu vi um prédio enorme ali. Um prédio lotado com muitas pessoas —

No entanto, o lugar para onde Shan apontava era apenas um vasto campo de trigo.

— É semelhante ao prédio que vi da última vez quando passamos por Chesail —

Chesail era apenas uma pequena cidade de passagem na travessia do sul para o centro.

Não havia nada para ver, exceto o grande rio fluindo nas proximidades, então, mesmo quando todos na carruagem adormeceram enquanto roncavam, Shan não conseguia tirar os olhos da paisagem do lado de fora da janela.

(N/T: Posso contar uma coisa pra vocês surtarem? Tem uma nota no final do capítulo dizendo o que foi que Shan realmente viu)

— Ah, isso é... —

Quando a tímido e sorridente Shan estava prestes a dizer algo.

— Wo, woo--. —

A carruagem parou lentamente com o som de um cocheiro acalmando o cavalo do lado de fora.

— Por que a carruagem para, professora Avane? —

Disseram que ainda demoraria um pouco mais para chegar a Lombardi.

— Talvez seja por causa das pessoas que fazem fila para entrar em Lombardi. Teremos que esperar provavelmente até que o sol se ponha. —

— L-leva tanto tempo assim!? —

— É a cidade mais próspera do império. Se você está curiosa, desça e dê uma olhada, Shan —

Avane acrescentou: 'De qualquer maneira, não vamos nos mover por um tempo'.

— Então... vou dar uma olhada. —

Shan abriu cuidadosamente a porta da carruagem e saiu.

Terra sujou seus calçados, mas não havia tempo para se preocupar com essas coisas.

— Uau! —

Foi espetacular ver todos os tipos de carruagens e pessoas enfileiradas em uma longa fila.

E no final havia uma cidade enorme.

Não era possível ver tudo de relance por causa das muralhas altas e fortes, mas isso era o suficiente.

A cidade exalava uma tremenda pressão apenas por estar ali.

— Lombardi —

Shan murmurou, quase tropeçando para trás sem perceber.

A cidade mais próspera do império.

Ao mesmo tempo, o vento leve que soprava de Lombardi sacudia as folhas de Bomnia e causou arrepios nos braços de Shan.

De repente, ela sentia uma falta insuportável de sua cidade natal.

Ela queria se virar e voltar para a floresta.

Mas Shan cerrou os punhos e repetiu o nome, dando-lhe coragem.

— ...Gallahan. —

Ele estava naquela cidade enorme.

Shan abraçou o vaso com a Bomnia, que agora estava começando a dar sementes.

— Não tenha medo, Shan. —

Depois de se esforçar, ela olhou um pouco mais para Lombardi e silenciosamente entrou na carruagem.



***


O restaurante e pousada Onda azul (Blue Wave) localizado em Lombardi era conhecido pelos locais como seu próprio restaurante gourmet.

O menu representativo não era outro senão 'café da manhã caseiro', e desde o início da manhã até a hora do almoço era o horário mais movimentado com os clientes.

—Shan! Você pode trazer este pão para a mesa ali? —

Quando Marge, a dona do restaurante, estendeu uma cesta cheia de pães e gritou, Shan, com seus cabelos ruivos presos juntos, rapidamente aceitou e atendeu.

— Sim, senhora! —

O Onda Azul foi o primeiro albergue onde Shan, que chegou a Lombardi há um mês, se hospedou.

Depois que Avane, que passou cerca de uma semana com ela, deixou Lombardi, Shan, que ficou sozinha, tentou encontrar um lugar e um emprego para se estabilizar.

E Marge, que ouviu a história, ofereceu de bom grado um emprego que lhe desse alojamento e refeições.

Embora a pousada estivesse agitada desde o acordar de manhã até a tarde, Shan estava muito satisfeita.

Era de madrugada, e estava tudo bem porque estar acordada nesse horário era um hábito cultivado na aldeia, e ela gostava de trabalhar na 'Onda Azul' onde podia conhecer muita gente.

E, acima de tudo, havia muitas coisas que ela aprendeu enquanto se reunia entre as pessoas.

— Você ouviu essa história? A filha de Mark, Helen, tornou-se uma estudante bolsista Lombardi. —

—É verdade? Que garotos espertos vão para a academia para estudar sem dinheiro? —

Graças a isso, Shan, uma estrangeira, que está em Lombardi há apenas um mês, aprendeu muito sobre a cidade e a família Lombardi.

Naquela época, a mesa onde duas jovens, que pareciam ser amigas, sentavam-se de repente tornou-se barulhenta.

—Coma agora, apresse-se! —

— Pare de me apressar! Se eu comer mais rápido, vou morder minha língua! —

—Quero dizer, eu vi aquele homem perto do rio mais cedo! Temos que dar uma olhada antes que ele vá embora! —

— Entendi, entendi! Ugh, vamos! —

Eventualmente, a mulher que não conseguiu superar a animosidade de sua amiga se levantou de seu assento com metade da comida ainda na boca.

Shan suspirou baixinho,

Foi por causa de um fato novo que ela havia aprendido recentemente.

— O que é bonito aos meus olhos também é bonito aos olhos dos outros —

Gallahan é bastante famoso entre as jovens da cidade de Lombardi.

Claro, as pessoas não sabiam que ele era filho de Lombardi.

Parece que o fato de 'Um homem muito, muito bonito às vezes aparecer na cidade para pintar' tocou o coração de muitas mulheres.

— Isso é compreensível. —

Shan suspirou mais uma vez, lembrando-se da aparição de Gallahan em sua memória.

Gallahan era muito bonito.

Sua pele branca parecia brilhar e suas sobrancelhas caídas eram muito gentis.

Acima de tudo, Gallahan era tímido e fofo.

Em seu sonho, ele era um homem fofo como um cachorrinho macio ou um esquilo esfregando o rosto.

— Todo mundo tem um bom olho —

Shan murmurou com uma boca amuada.

"Aquele homem é meu"

Foi quando ela estava pensando dessa maneira.

A estalajadeira, Marge, deu um tapinha no ombro de Shan.

— Shan, seu trabalho ocupado acabou, então vá e descanse. —

— Já está na hora? Então eu saio e volto, senhora! —

— Tudo bem. Tome cuidado! —

Shan pôs de lado o avental que usava e caminhou devagar, aproveitando a brisa fresca da primavera.

Enquanto ela sentia através de sua pele que a primavera havia chegado, seu coração batia forte.

— Poderemos nos encontrar em breve. —

Era para garantir que as flores desabrochassem na árvore de floríferas, como visto no sonho.

(N/T: Shan está esperando o momento em que viu no sonho, as flores nas árvores estavam desabrochadas quando ela se encontrou com Gallahan em seu sonho)

Alguns dias atrás, ela perguntou levemente a Madame Marge, e ela disse que aquelas árvores florescem um pouco mais tarde que as outras.

Então ela ainda terá que esperar mais alguns dias.

Por falar nisso.

— Huh...? —

Quando Shan chegou debaixo da árvore a caminho da praça, seus olhos se arregalaram.

— As flores... desabrocharam?—

Obviamente, ainda ontem, apenas botões de flores haviam surgido.

Saa--.

Quando o vento soprava, as pétalas caíam como chuva.

Já faz um tempo desde que ela ficou hipnotizada pela vista espetacular que se desenrolou durante a noite.

Shan lentamente abaixou a cabeça e olhou para frente.

Era um olhar para a fonte no meio da praça.

— Ah! Está aqui —

Embora distante, a pessoa sentada na fonte desenhando era definitivamente Gallahan.

— Hoje... É hoje —

Hoje foi o dia em que ela o viu repetidas vezes em seu sonho.

Ba-dump*  Ba-dump

(N/T: Onomatopeia para o batimento do coração)

Seu coração começou a bater incontrolavelmente.

— Ah- Ah —

Shan respirou fundo.

— Eu não deveria estar envergonhada. Eu tenho que causar uma boa primeira impressão, então fique calma Shan —

Shan de repente calou a boca.

Foi porque ela sentiu o olhar, ou porque de repente ela fez contato visual com Gallahan, que levantou a cabeça.

Ba-dump, Ba-dump, Ba-dump, Ba-dump

O vento soprou mais uma vez através do som do coração batendo em seus ouvidos.

Mesmo entre as pétalas espalhadas,

E foi o mesmo para Gallahan.

Parando a mão enquanto desenhava, ele ainda olhava para Shan.

Era um tempo que parecia existir apenas os dois na multidão de pessoas reunidas na praça.

Shan se aproximou dele um passo de cada vez com o desejo de fugir.

E finalmente parou na frente dele.

— Oi. —

Felizmente, sua voz não estava tremendo.

— ...... —

No entanto, Gallahan não respondeu.

Ele apenas olhava para Shan.

Shan ficou ansiosa.

Foi porque de repente falei com ele?

Ela ficou nervosa o suficiente pra realmente querer fugir.

Mas ela tomou coragem para perguntar mais uma vez.

— Qual o seu nome? —

— ...Gallahan —

De sobressalto.

O ombro de Shan estremeceu com a voz mais baixa do que o esperado.

— Eu sou Gallahan —

— Ah...eu, eu sou Shan. —

— ... Shan —

Gallahan murmurou o nome dela.

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Agora o coração de Shan estava batendo o suficiente para doer.

Ao mesmo tempo, ela ficou impaciente.

"Eu preciso dizer algo mais."

Shan rapidamente fez uma pergunta que veio à mente.

—Hmm. Você gosta de desenhar? —

— ...Sim. Bem... eu não sou muito bom em desenho —

Gallahan respondeu, tocando a borda do papel com o dedo.

— Eu acho que você desenha muito bem. Se estiver tudo bem para você, você pode me mostrar... Ugh! —

Ela ia olhar a foto, quando tropeçou.

Naquele breve momento, todos os tipos de pensamentos passaram por sua cabeça.

O que quer dizer com boa impressão?

Acho que continuarei sendo uma mulher engraçada que tropeçou nos próprio pés.

Shan fechou os olhos com força.

Ela pensou que a única coisa que restava era a dor e o constrangimento de bater os joelhos no chão de pedra.

Tuk!

Ela pensou que sua cintura estava envolta por algo duro, mas o que ela viu na frente dela foi o peito de Gallahan.

— Você está bem? —

Ela ficou surpresa e olhou para o lugar onde ouviu a voz.

No entanto, seu olhar continuou a subir mais do que o esperado.

Sua cabeça também ficou inclinada por um tempo.

— Você se machucou? —

O coração de Shan batia forte.

Se você olhar para olhos suaves e pele clara, é Gallahan.

É o "Meu Gallahan" que ela queria abraçar e sentar em seus joelhos e apertá-lo porque ele era fofo.

Glup*

Shan engoliu a saliva sem perceber.

— ...Shan? —

Parecia que seria difícil para este homem alto apoiá-la com somente um braço.


***


N/T: Curiosos?

Prestem atenção:

"— Eu vi um prédio enorme ali. Um prédio lotado com muitas pessoas —

No entanto, o lugar para onde Shan apontava era apenas um vasto campo de trigo.

— É semelhante ao prédio que vi da última vez quando passamos por Chesail

Chesail era apenas uma pequena cidade de passagem na travessia do sul para o centro.

Não havia nada para ver, exceto o grande rio fluindo nas proximidades, então, mesmo quando todos na carruagem adormeceram enquanto roncavam, Shan não conseguia tirar os olhos da paisagem do lado de fora da janela.

O que Shan viu foi as sedes da Pellet Corporations. Tanto a de Chesail quanto a de Lombardi no seu auge. O futuro novamente!


De nada <3



CONTINUA..........


-NOVEL- Eu Serei a Matriarca Nesta Vida - SIDE STORY -Onde histórias criam vida. Descubra agora