MAIO, 1977
ㅤEra horrível ter medo e sofrer por um acontecimento que ainda não havia realmente acontecido, e que poderia talvez nunca acontecer. Saphira sentia estar pagando por todos os seus pecados, quando ficava nervosa em apenas imaginar possibilidades e no que faria naquele momento, todas as coisas que falaria, como tentaria se defender. Ela chorava desesperada, imaginando coisas que teria que ouvir, ou maneiras de que poderia ser punida.
Além disso, não adiantava nada falar sobre para alguém. Eles sempre diriam sobre o quanto ela estava ansiosa, para beber um chá, para relaxar e parar de pensar em coisas que nem eram tão prováveis assim. Para ela eram, para ela era apenas uma questão de tempo até seus pesadelos se tornarem reais.
E, obviamente, não demorou para ela começar a sonhar com aquilo, acordava no meio da noite suando e com o coração acelerado, tudo o que podia fazer era tomar um gole de água, chorar e tremer, então voltar a ler mais páginas de "Drácula" porque era óbvio que não conseguiria dormir mais. Isso estava começando a lhe dar olheiras, mas ela estava acabando o livro rapidamente.
James parecia estar sofrendo como ela, não pela ansiedade e o medo, mas sim porque se sentia muito impotente vendo-a naquela situação. As palavras dele não adiantavam muito para ela, e quando adiantava, durava pouco. De qualquer forma também, ela era boa em sorrir e fingir estar tudo bem, porque após dois dias parou de tentar explicar para alguém como se sentia.
Na noite de sexta, quase uma semana após todo o ocorrido, James perguntou se Saphira queria passar um tempo com ele e os amigos dele em seu dormitório. Os amigos dele, na verdade, constituíam em Peter e outras garotas. Saphira, que já estava um pouco melhor, disse que iria se pudesse também levar Evelyn e Hazel e ele disse estar tudo bem desde que ela fosse.
As meninas entraram na comunal quando ela já estava consideravelmente vazia, e as pessoas que estavam por lá pareciam ocupadas demais para darem atenção para quem entrava ou saia. Além disso, estavam na presença de James e Peter, e usando roupas comuns, então estavam de certa forma pouco reconhecíveis.
Era a primeira vez de Evelyn e Hazel naquela comunal e elas quiseram prestar atenção em cada detalhe, exatamente como Saphira fez em sua primeira vez. Elas deram risadinhas e cochicharam o quanto a Masmorra da Sonserina era muito melhor, ao subir para o dormitório de James.
Com a quantidade de pessoas, o dormitório de James parecia ter diminuído. Marlene, Lily, Dorcas e Mary estavam no chão, parecendo brincar com um baralho de cartas, ou jogando um jogo. Rebecca estava sentada na cama de Peter, parecendo animada ao falar com ele enquanto esse não parava de beber Cerveja Amanteigada num copo exageradamente grande.
Além disso, um disco rodava no toca-discos que provavelmente era de Remus. Uma música animada saia de lá, sendo cantada por um homem que Saphira julgou ter uma voz muito bonita, ele também parecia ser conhecido porque as meninas no chão pareciam constantemente cantarolar baixinho alguns trechos.
— Ei, gente — James os chamou ao entrar com as meninas e fechar a porta do quarto. Todos os olhares se voltaram para eles, Saphira se sentiu levemente constrangida, Hazel sorriu e Evelyn tentou fazer isso. — É a Saphira, minha namorada, e as amigas dela, Evelyn e Hazel.
— Oi! — Marlene foi a primeira a se levantar do chão, com certa animação. — Eu sou a Marlene, mas podem me chamar de Lene. Oi, Saphira, o James não para de falar de você, ele é tipo, doente por você.
De repente ela estava na frente de Saphira erguendo a mão em direção a ela, esperando que ela pegasse. Marlene tinha uma quantidade de sardas no rosto, ela tinha os olhos finos como o de Hazel e uma boa camada de máscara nos cílios. Seus cabelos eram loiros, mas só porque foram pintados, sua raiz era preta e já estava aparente.
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BLACK BEAUTY / JAMES POTTER
Fanfiction𝑺aphira Black, uma jovem que está presa aos preconceitos e tradições de sua família purista, é, frequentemente obrigada a conviver com James Potter, um garoto destemido e de bom coração da Grifinória. Inicialmente, ambos se detestam, mas com o deco...