31: Um verão gelado.

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don't wanna weep for you

i don't wanna know

i'm blind and tortured

the white horses flow

the memories fire

the rhythms fall slow

black beauty, i love you so...

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Julho, 1977

Saphira estava sorrindo para ele, finalmente ela estava de volta para ele, deitada ao seu lado, onde ele conseguia sentir novamente o calor de seu corpo. Seus dedos passavam por toda a pele arrepiada dela, seus rostos estavam tão próximos que conseguiam sentir suas respirações quentes, e ele podia ver o próprio sorriso refletido nas íris muito claras e brilhantes dela. Ela estava tão feliz, sorrindo daquela maneira tímida, porque às vezes parecia que Saphira não sabia realmente como sorrir. Ele aproximou-se para unir seus lábios e sentir o sabor dos dela novamente, sua ternura e todo o seu desejo. Mas, antes de se aproximar o bastante dela, a garota evaporou no ar, tornando-se uma fumaça e desaparecendo, sendo levada pelo vento para fora da janela aberta.

James abriu os olhos rapidamente, sendo pego de surpresa por aquele pesadelo. Girou sua cabeça algumas vezes para os lados, como se de alguma forma pudesse achar Saphira naquele quarto — que não era o seu, mas tudo o que seu campo de visão proporcionou foi a parede e a cama do lado desocupada; o que indicava que Sirius já havia acordado e deixado o quarto.

Ele havia dormido em um beliche, então, enquanto descia as escadas com pouco cuidado, seus olhos vagavam pelo cômodo iluminado pelos finos raios de sol que entravam pela grande janela. Era um dos quartos de hóspedes da casa de seu tio, já que a casa era tão grande quanto a casa dos Potter na Inglaterra. Aquele quarto em específico era o maior da casa, pois havia duas camas de beliche, uma de cada lado das paredes e duas grandes cômodas, onde os meninos puderam guardar suas roupas e alguns de seus outros pertences. 

James havia trazido poucas coisas para a viagem, na verdade, apenas uma mala cheia de roupas — principalmente roupas de verão, porque mesmo que tecnicamente o Brasil estaria no inverno, o inverno do Brasil era mais quente que o verão de Londres. E também sua vassoura — que não podia faltar, e mais algumas coisas de quadribol porque: “Eu não posso ficar uma semana sequer sem treinar nas férias, mamãe!”. E, óbvio, sua varinha. 

Sirius havia trazido muitas roupas, principalmente as muito estilosas de couro, também sua vassoura, alguns discos de sua coleção (os que ele mais gostava), e alguns produtos para ele passar no cabelo. Remus havia trazido roupas tanto de verão quanto de inverno; porque ele precisava estar adaptável a qualquer clima, poções que Euphemia havia preparado para as luas cheias, muitos discos do David Bowie, dois livros que ele estava lendo no momento e outro que ele gostaria de ler quando acabasse com esses, além de um caderninho para ele anotar memórias da viagem. Peter era realmente quem estava levando menos coisas, apenas roupas, alguns doces que ele havia comprado na Zonko’s, e um mapa mágico da região — que ele mesmo havia feito, a partir das pesquisas de Remus e as informações de Fleamont.

BLACK BEAUTY / JAMES POTTEROnde histórias criam vida. Descubra agora