FEVEREIRO, 1977
ㅤJames nunca soube muito sobre o ato de estar apaixonado. Antes, já havia beijado muitas garotas e saído com algumas delas, quase ultrapassando os "limites" algumas vezes. Não era difícil para ele obter a atenção e a validação feminina; de fato, seria estranho se não tivesse. James sempre exalava confiança, o que naturalmente o destacava. Isso era algo com que ele sempre lidou. No entanto, o problema atual era que ele havia escolhido uma garota que não parecia estar disposta a escolhê-lo de volta e, para complicar ainda mais, estava percebendo poder estar apaixonado por ela.
Estava se apaixonando por ela.
Não era um simples encanto passageiro, como aquele que sentira pela filha da amiga da mãe quando eram crianças, ou o fascínio bobo pela monitora da Grifinória em seu primeiro ano, mesmo ela sendo bem mais velha que ele e rindo de seus flertes inofensivos.
Era um sentimento que percorria seu corpo, alma e mente a cada vislumbre dela ou de qualquer coisa que lembrasse sua presença. Desde uma simples bota de couro até uma jaqueta, passando por qualquer garota de pele pálida, cabelos escuros, sardas ou olhos azuis. Tudo o que pudesse evocar sua imagem aquecia seu peito de forma palpável, um calor que ele sentia com intensidade. Era inconfundível, a sensação de estar profundamente e irreversivelmente apaixonado.
James nunca havia experimentado uma paixão assim, tão avassaladora. Cada pensamento, cada suspiro, cada batida do coração parecia ser dominado por ela e apenas ela. Era como se o universo conspirasse para lembrá-lo constantemente da necessidade da presença dela em sua vida. Ele precisava dela, necessitava dela e de uma forma que parecia ter sido enfeitiçado por ela, enfeitiçado após cair nas tentações dos lábios dela.
Não via nenhum problema nisso, nem mesmo o fato de ela parecer não o querer, mesmo após ter beijado ele, por consciência própria. Para ele, tudo estava bem, até Rebecca Prickett lhe dar um bom dia seco pela manhã. Ele estava rindo com Peter e passando creme de avelã na torrada quando ela chegou, não parecendo muito feliz, ela parou no banco bem a frente dele.
— Bom dia, Potter. — Foi o único que disse, fazendo o sorriso do rosto de Peter se desmanchar e ele voltar os olhos azuis para seu café, o que fez mostrar a James que algo estava errado e que Peter sabia disso.
James não conseguiu não franzir um pouco a testa, olhar para os lados, olhar para Peter, antes de perguntar o que havia acontecido, o que ele mesmo havia feito para ela estar agindo daquela forma. E Peter olhou para James com um olhar preocupado e significativo, mas não disse nada. De qualquer forma, James já percebeu.
Rebecca respirou fundo antes de continuar.
— Precisamos conversar. Agora.
Enquanto ele se levantava, seguia com a mão sendo segura pela dela para longe do Salão, com o olhar de Peter nas costas deles, provavelmente já prevendo o que aconteceria a seguir. Ele começava rapidamente a recordar tudo rapidamente e de maneira avassaladora, milhares de memórias, vozes e frases diferentes invadindo sua mente. Todas envolvendo Rebecca, todas falando indiretamente ou não sobre um possível envolvimento amoroso com Rebecca, um envolvimento amoroso entre James e Rebecca.
"Rebecca gostaria de uma chance, James."
"Por que você não convida a Becca para isso James?"
"Olhe como a Becca está linda hoje, James."
Todas as vezes, todos os empurrões, momentos que Rebecca tocou nele, falou com ele com as bochechas rosadas, todo o tempo ele não parecia ter notado que Rebecca realmente tinha um interesse real nele, até agora.
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BLACK BEAUTY / JAMES POTTER
Hayran Kurgu𝑺aphira Black, uma jovem que está presa aos preconceitos e tradições de sua família purista, é, frequentemente obrigada a conviver com James Potter, um garoto destemido e de bom coração da Grifinória. Inicialmente, ambos se detestam, mas com o deco...