30: Um sonho, um fim.

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Junho, 1977

Pela primeira vez na vida, James estava na frente de Saphira e não sabia o que falar ou o que fazer. Ele queria poder chorar, gritar e culpar o mundo por todos os sentimentos ruins que o invadiam agora, mas nada fazia. O mundo era injusto e cruel, a realidade era injusta e cruel. Por quê? Por que isso tinha que acontecer justo agora, em que eles estavam tão bem e felizes? 

Ele não tinha ideia do que aconteceria quando fossem ao escritório de Dumbledore. Tudo o que ele sabia agora era que o mundo parecia estar desmoronando ao redor deles, e Saphira estava desmoronando na frente dele.

— Saphira, você precisa se acalmar… — ele tentou, com a voz firme, mas suplicante. Entretanto, para ela, a voz dele soava distante; tudo o que ela podia ouvir agora era um zumbido e os batimentos de seu próprio coração. — Você tem que tentar se acalmar, eu vou resolver isso, eu juro, olhe para mim…

— James, ela não está bem — Hazel argumentou, seus olhos naturalmente finos agora estavam muito alargados, ela parecia tão assustada quanto Saphira e James. — Ela não vai conseguir…

— Ela está bem — James tentou convencer mais a si mesmo do que a outra. — Saphira, você consegue me ouvir?

Saphira havia levado as duas mãos para os ouvidos como se quisesse abafar tudo o que ouvia, como se quisesse parar com todo aquele barulho. As lágrimas rolavam de seus olhos para seu queixo, mas ela nem notava, nem sabia em que momento havia realmente começado a chorar. 

Ela queria estender sua mão, queria tocar James, mas não conseguia, ela não conseguia fazer nada agora. Queria que tudo parasse, que James parasse de falar, parasse de tentar tocar nela e Hazel parasse de olhar para ela com aquela expressão tão apavorada. 

— Ei, o que aconteceu? — Evan chegou à cena, seus olhos estavam posicionados apenas em Saphira e seu cenho estava franzido. — Que porra aconteceu com ela, Potter?

A mandíbula de James apertou ao som da voz de Evan, ele se virou, encarando o garoto com um olhar sombrio. Realmente, sempre havia como piorar uma situação que já estivesse horrível o suficiente.

— Isso não é da sua conta, Rosier. Vai embora.

Evan o ignorou, ele avançou em direção à Saphira e tentou pegar no braço dela, que ainda estava para cima, para tapar seus ouvidos com as duas mãos. Ela se afastou dele, e James cerrou o punho.

— Cara, vai embora daqui! — James o empurrou brutalmente. 

— James! — Hazel exclamou, se colocando entre os dois garotos para evitar uma briga. — Você quer mesmo brigar agora? Evan pode ajudar, ok?

— Ajudar? — James cuspiu, estreitando os olhos para Hazel. — Você acha que ele realmente iria querer ajudar?

— Você não é o único que se importa com a Saphira, seu egoísta do caralho! — Evan exclamou, ainda atrás das costas de Hazel.

— Me poupe, Rosier, você se importa consigo mesmo! — ele acusou, apontando o dedo para Evan.

— Ei! — Hazel gritou, exasperada. — Vocês não vão brigar agora, vocês vão ajudar a Saphira! Pelas barbas de Merlin!

Saphira. Ele estava perdendo seu foco, ele precisava proteger ela, ajudá-la e Evan havia desviado sua atenção. James suspirou profundamente e lançou para o garoto um olhar frio.

BLACK BEAUTY / JAMES POTTEROnde histórias criam vida. Descubra agora