BLACK BEAUTY / JAMES POTTER

23: Leões e Águias.

ABRIL, 1977
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Após o atentado contra o vilarejo e toda a confusão em Hogwarts que se arrastou pelo resto daquele dia, a rivalidade entre Sonserina e Grifinória pareceria aumentar mais. Também, era óbvio que as farpas, as confusões pelos corredores, os maus olhares, iam ainda além da “simples” rivalidade de anos que existia entre as duas casas. Repentinamente, Sonserina virara a maior apoiadora de Lord Voldemort e seus comensais, enquanto a Grifinória lutava contra esses pensamentos.

Obviamente, não era exatamente assim, nem todos os sonserinos apoiavam Voldemort e nem todos os grifinórios achavam que a ideologia de Voldemort era realmente ruim, talvez apenas a forma com que ele a executava. Mesmo assim, pelas semanas seguintes os corredores do castelo se transformam em palcos de duelos nada amistosos, e durante as refeições no Salão Principal era possível ouvir as farpas sendo trocadas.

Conforme o tempo passava, o fim do ano letivo chegava e consequentemente o também fim da Copa das Casas, com a Grifinória contra a Corvinal, a rivalidade deixou de ser apenas entre as duas casas e a casa das águias entrou no meio da confusão. No fatídico dia do jogo, parecia que Hogwarts inteira estava dividida entre dois lados, Grifinória e Corvinal, dessa forma a Sonserina estava apoiando declaradamente a Corvinal enquanto a Lufa-Lufa havia dado o seu apoio à Grifinória.

Durante o café da manhã, minutos antes do último jogo do ano, muitos sonserinos vestiam alguma parte de peça azul, apenas para provocar a Grifinória, outros simplesmente eram orgulhosos demais para usar outra cor ou apoiar outra casa que não fosse a sua. A mesma coisa com a Lufa-Lufa, mesmo que muitos deles também apoiavam a Corvinal, ou simplesmente eram neutros perante os resultados.

Saphira estava vestindo suas roupas casuais, como de costume durante os feriados em Hogwarts. No entanto, desta vez, ela usava um laço azul com listras douradas no cabelo, indicando claramente seu apoio à Corvinal. Hazel e Evelyn também adotaram o azul, pintando listras azuis nas bochechas delas e de Saphira com tinta da mesma cor. Era evidente para todos qual lado elas estavam escolhendo na partida daquele dia.

Mas quando James e Saphira se encontraram “repentinamente” num corredor e ele a arrastou para dentro de um armário de vassouras, ele pareceu levemente ofendido ao retirar as listras azuis das bochechas da namorada. Ele já estava vestido com o uniforme de quadribol, também com seu distintivo de capitão brilhando em seu peito.

— Ei, você estragou! — Ela exclamou, enquanto assistia ao garoto limpar os dedos sujos de tinta azul na parede.

As paredes, que eram de um bege, agora ganharam manchas de um tom azul-claro, parecido com o laço que Saphira tinha no cabelo, um laço que de certa forma ele achou muito bonito.

— Ah, para, você fica melhor assim — murmurou dando um rápido beijo na bochecha, agora limpa, dela. — Aliás, por que você está apoiando a Corvinal? Você não está namorando um Grifinório? Que, aliás também é o capitão do time? Que, aliás sou eu?

— Eu namoro você, não com a maldita Grifinória toda. — Revirou os olhos e ele sorriu para a cena, também se encostando na parede e cruzando os braços, sem tirar os olhos dela. — Além disso, estou apenas apoiando a cor que prefiro... o azul é uma cor mais bonita que o vermelho. É um fato.

— Ah morceguinha, você ama me provocar, não é? — Ainda encostado na parede, ele a puxou em sua direção e abraçou-a pela cintura de uma maneira em que ambos ficaram muito grudados.