36: De volta à Hogwarts.

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Início de Setembro, 1977

Quando a porta da cabine abriu repentinamente pelo “nada”, Saphira soube quase subitamente de que se tratava de James e sua Capa da Invisibilidade. Ele estava dentro da cabine com eles; entrou provavelmente com ela, ouviu tudo o que haviam dito. Elantiu raiva pela sua intromissão, porque ultimamente raiva era o que mais sentia, raiva e apatia, o tempo inteiro em sua mente. Fechando os punhos com força, se levantou do banco e avançou para a porta da cabine, abrindo-a para sair.

— Saphira? — Ouviu o chamado de Jeffrey, antes de colocar realmente o pé para fora do compartimento. 

Ela virou-se para ele.

— Preciso usar o banheiro.

Saiu e bateu a porta com força, se vendo mais uma vez no corredor pouco movimentado do expresso. Foi avançando em direção ao banheiro, precisava jogar água no rosto e respirar um pouco fora de sua própria pele. Mas ao avançar mais adiante, bem em frente à porta do banheiro feminino e a outras três meninas que esperavam para entrar, estava o carrinho de doces e a madame que os vendia, o comprador era um garoto alto de pele escura, cabelos cacheados e um sorriso bobo. Saphira parou, perdendo o ar por um segundo. Seus olhos focalizaram em James Potter, que estava segurando alguns doces nos braços como um bebê, conversando paralelamente com a mulher. Por um segundo, não soube o que fazer, se deveria virar de costas ou simplesmente avançar em direção ao banheiro, mas simplesmente continuou parada, imóvel.

Depois da compra, a mulher foi avançando e levando o carrinho e foi neste momento em que James notou Saphira. Rapidamente, ele abaixou os braços e todos os doces que acabou de comprar caíram em cima de seus tênis vermelhos. Ele entreabriu os lábios e piscou algumas vezes, como se Saphira fosse sumir de sua frente, desaparecer como fumaça no ar. Ambos continuaram sozinhos no corredor, e suportando a sensação de se ver mais uma vez durante quase três meses separados. Agora, não mais como namorados, mas dois estranhos cheios de memórias afetivas e que se amavam mais do que poderiam ter amado qualquer outra coisa em sua existência.

Aquela foi a primeira vez, durante tantas semanas, que Saphira sentiu algo além de pura apatia.

James foi o primeiro a recuperar-se, abaixando-se para recolher os doces caídos no chão. Saphira o observou, sua mente ainda girando com todas as memórias e emoções que ele despertava nela. Quando recolheu todos, enfiando-os nos bolsos da calça, ele se endireitou, sem tirar os olhos dela. Abriu a boca mais uma vez, prestes a dizer algo e por um segundo ela esperou que ele fizesse isso, mas não aconteceu. Ele apenas engoliu em seco, desviou os olhos do rosto dela e seguiu reto, passando por ela e entrando de volta na sua cabine.

Saphira não entendeu, virou o rosto para vê-lo ir embora e entrar de volta para a sua cabine, como se tivesse acabado de se encontrar com uma menina qualquer. O ar foi arrancado de seus pulmões, precisou se segurar na parede para não cair, fechando os olhos, suspirando fundo, tentando se recompor. Mas mesmo com os olhos fechados, a expressão de James antes de sair continuava clara e vívida em sua mente, ele nunca havia olhado-a daquele jeito, nem mesmo antes, ele nunca havia demonstrado tanto desgosto perante a presença dela.

Ela suspirou fundo mais uma vez, abriu os olhos e calmamente foi caminhando até o banheiro e a fila de três garotas. Porém, não iria ficar na fila, e assim que a porta foi aberta e uma garota da Lufa-Lufa saiu, ela avançou para entrar.

— Ei! — a garota que deveria ser a próxima exclamou, ao ver Saphira entrar no banheiro sem respeitar a fila.

— Cale a boca, sangue-ruim — murmurou em resposta, entrando no compartimento e batendo a porta com um chute traseiro.

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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BLACK BEAUTY / JAMES POTTEROnde histórias criam vida. Descubra agora