21: Os Riscos do Amor.

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MARÇO, 1977

Era madrugada quando Saphira Black acordou de seus sonhos intranquilos, estava absorta na escuridão de seu dormitório e principalmente porque dormia com as cortinas esverdeadas abertas, envolvendo toda a sua cama. Não tinha noção do que havia feito acordar, principalmente por estar no meio da noite, não era de costume. Então, logo ouviu um sussurro na escuridão: “Saphira…”, achou estar ficando louca, e se manteve atônita quando viu uma das cortinas verdes serem abertas por nada além de vácuo.

Mas as coisas se tornaram claras quando a cabeça de James apareceu flutuando, e consequentemente todo o seu corpo foi revelado também. Ele jogou a Capa da Invisibilidade em cima da cama dela e sorriu radiante. Saphira quase gritou.

— Que caralho você está fazendo aqui? — Não conseguiu conter o palavreado, entre sussurros.

— É o meu aniversário! — exclamou, tentando manter sua voz tão baixa quanto a dela.

Saphira se ajeitou melhor na cama, sabendo estar vestindo apenas uma camisola de seda preta, mas lembrando que o garoto já havia a visto em condições piores antes. Ainda assim, era constrangedor ficar daquela maneira perto do garoto de que gostava. Entretanto, ele não parecia nada incomodado, estava vestindo seu uniforme de quadribol e cheirando a álcool.

Saphira tentou manter a calma, era notável que se irritar com a situação só iria piorar as coisas, além de que poderia acordar Evelyn e Hazel, e a atenção de suas amigas para isso era o que ela menos queria agora.

Ela gesticulou para James sentar na sua cama, enquanto encostava as costas no acolchoado de seus travesseiros. A essa medida, o quarto já não estava tão escuro, a luz esverdeada que vinha do Lago Negro o iluminava. Mesmo assim, Saphira acendeu o seu abajur de luz amarelada.

— Alguém te viu entrar aqui? — Foi o único que ela perguntou, sua voz calma e etérea.

James negou com a cabeça.

— Estava usando a Capa da Invisibilidade. Tive que testar um monte de senhas, mas ainda bem que vocês, sonserinos, são bem previsíveis. Presa de Serpente, que senha idiota.

— Cale a boca — murmurou, quase rindo. — E as senhas da Grifinória? Baba de Dragão, Cauda de Hipogrifo…

— Ah, para, para. — Ele se jogou por cima dela, fazendo-a empurrá-lo com certa brutalidade e então consequentemente ele teve que se deitar ao lado dela. — Não fale da minha amada Grifinória.

— Sua amada Grifinória — zombou, deitada ao lado dele e olhando diretamente para seu rosto. — Sua única amada…

James começou um gargalho, mas Saphira tapou rapidamente a boca dele usando a própria mão. Quando ela afastou, ele novamente estava sorrindo.

— Claro que não, você é minha única amada. A Grifinória não é nada comparada a você.

Saphira sentiu seu coração dar um salto ao ouvir aquelas palavras, mas tentou manter a compostura.

— Você é um bobo, Potter — murmurou, tentando desviar o olhar para disfarçar a intensidade de suas emoções. Porém, era difícil ignorar a sinceridade nos olhos de James.

James, deitado ao lado dela, levantou o braço direito para tirar uma madeixa do rosto de Saphira levando-a em direção à orelha exposta dela, como se quisesse olhar com mais detalhes em seu rosto sonolento. Ele sorriu para a visão, e para as palavras dela.

BLACK BEAUTY / JAMES POTTEROnde histórias criam vida. Descubra agora