II

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Os resquícios do pôr do sol encontravam o rosto lânguido de Louis aos poucos, quando conseguiam escapar por entre as lâminas da persiana. Seus lábios roçavam uns nos outros, de vez em quando os dentes superiores amassando os lábios inferiores. Um grunhido comprido e sôfrego fugiu de sua garganta, o tronco manipulado para frente, as mãos apoiadas no chão.

- Você tem o buraco mais incrível, Louis... – A voz grave eletrificou os tímpanos do moreno. – Você é tão apertado, que merda, que delícia...

O veterano, ou quem quer que fosse (ele já perdeu as contas mesmo) continuava balançando o quadril, jogando seu membro grosso e enrijecido para dentro de seu corpo. Louis gemia, cravando as unhas no piso, aproveitando a sensação, deliciando-se com aquilo. Isso até que um novo par de pernas surgiu a sua frente, acompanhado de uma voz mais grave do que a do garoto atrás de si.

- Ora, ora, mas o que temos aqui. – Louis ergueu o rosto, o prazer estampado em seus olhos enevoados. – Você está se divertindo, hum? Quer me ajudar a relaxar também?  - Ele abriu o cinto e puxou a calça junto com a cueca, já revelando o próprio membro ereto e gotejante. – Você vai me ajudar, não vai, Tom Tom?

E Louis sorriu. Uma risada em meio a um gemido, a língua umedecendo os lábios que as lufadas de seu eco teimavam em secar. O veterano, aquele com o pênis dentro de Louis, puxou o garoto, erguendo seu tronco e avançando em seu quadril.

- Ahhn! – Louis arquejou, perdendo a consciência momentaneamente, estando agora de joelhos e sentindo o tronco úmido em suas costas.

- Olha o aviãozinho... – E tudo o que os azuis conseguiram captar foi a cabeça gotejante do pênis em sua frente. E ele não resistiu, curvou os lábios em um sorriso e aumentou a abertura de sua boca...

O tronco levanta em um ímpeto. Os lábios abertos, sugando o ar como se ele estivesse se afogando. O coração saltita, atrapalhando os sentidos de Louis. Pausa. Ele olha para os lados, procurando onde está. Aos poucos reconhece o próprio quarto. Os objetos enviam flashes de sua segurança, de sua realidade atual. Ele fecha os olhos, deixa o ar sair e busca normalizar a respiração.

- Foi só um sonho... – Ele vocaliza para si. – Foi só um sonho.

*

O grunhido felino finalizado por um gemido esticado ecoa diante do incessante despertador. Os braços esticados no ar deixam as mangas compridas de seda preta escorrerem, encontrando os cotovelos. Alguns momentos de silêncio mental antes de a mão irritada cessar a sonoplastia desgastante do relógio. Zayn respira fundo, deixando a meia luz atingir seus olhos. Ele desliza a mão sobre as cobertas, procurando o calor humano de Liam, mas tudo o que encontra é o vazio.

- Liam...? – A voz sai fraca e mais preguiçosa do que o normal. Ele se estica, jogando a cabeleira desarrumada para longe dos olhos, buscando o marido caído no chão. Nunca se sabe, ele diz para si mesmo.

Mas Zayn apenas encontra o carpete. Nada de Liam. Ele joga os olhos para o teto e procura na mente, em meio aos efeitos colaterais de muitas taças de champanhe, se o marido foi chamado para uma emergência no hospital. E a imagem de Harry, imundo e fora de si, queima as suas retinas e lança uma pontada aguda para o fundo da cabeça, indicando uma possível ressaca. Ele senta na beirada da cama e procura os chinelos com os pés, deslizando-os para o conforto aquecido assim que os encontra.

Zayn levanta e, então, de repente, consegue escutar muito mais do que ouvia há segundos atrás. Os carros na rua, a própria respiração, a ducha da suíte... Os lábios aveludados sorriem e as pernas embarcam em uma jornada felina até o piso gelado do banheiro. Ele enfia a cabeça pelo batente, encontrando o box embaçado e a figura borrada de Liam. Os dentes mordiscam os lábios para esconder o riso, a antecipação ansiosa pesa em seu estômago.

Ugly Boy | Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora