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Louis estava sentado na cadeira de couro, a persiana balançava contra a janela conforme uma leve corrente de ar penetrava no pequeno escritório. Em sua frente o trabalho que ele mais conseguiu enrolar do que realmente fez. Ele só precisava estar na média. Nada mais importava do que ele conseguir o diploma. Mas ali estava ele, sentado no escritório daquele professor. Justamente aquele professor.

- Então. – O homem cruzou os dedos. – O que temos aqui? – Ele era gordo. Não era acima do peso, muito menos era uma pancinha de cerveja. Aquele homem era gordo. Além de calvo e ter um bigode ridículo. – Você entregando um trabalho, Louis? Está tudo certo? Você não está doente, espero...

- Eu só quero passar de ano, professor. – Louis respondeu de olhos baixos.

- É claro que você quer. – Ele riu de leve. – Mas infelizmente o seu texto é insuficiente. E, como você sabe, eu não faço trabalhos de recuperação.

Foi difícil para Louis engolir em seco. Tudo que ele mais queria era se livrar daquele campus maldito e daquela vida. Zayn já nem perdia mais tempo indo o procurar para as festas (na verdade ninguém mais o procurava para nada). Ele não bebia mais, ele não cheirava mais, ele não injetava mais, ele não ingeria mais. Louis Tomlinson não existia mais. Louis, o Tom Tom, não existia mais. Agora ele era apenas Louis. Ou o que restou dele.

- Então quer dizer que eu vou reprovar? – Ele perguntou mesmo não querendo saber a resposta.

- Oras, você não precisa ser tão negativo. – Louis ergueu os olhos e encontrou o sorriso no rosto daquele homem que lhe provocava ânsia. – Eu tenho certeza que você conhece uma boa maneira de compensar sua nota.

Sim, ele não era um santo. Louis sabia muito bem do que aquele homem estava falando. E ele odiava admitir que aquela não era a primeira vez que ele estava naquela situação. Só que, bem, em todos os outros anos ele é quem oferecia. Ele nunca pensou que fosse ter nojo disso. Ele nunca achou que fosse querer preservar o próprio corpo.

- Hum? – O som do cinto sendo liberado penetrou o cérebro relutante de Louis. – Você não quer reprovar, não é mesmo?

- Não. – Louis respondeu. O gosto de sangue preencheu sua boca e ele parou de morder o lábio inferior. Ele ia fazer aquilo. E aquela ia ser a última vez.

Ele decidiu não pensar. Quando se prostrou de joelhos na frente daquele homem asqueroso, ele jurou que não ia pensar. Ele já estava duro e os fios grisalhos despontavam da base do pênis. Louis fechou os olhos e abriu a boca. Um, dois, três... E então começou. Ele queria chorar e gritar para todos que estava sofrendo um abuso. Mas qual a moral que ele tinha? Ele já tinha feito aquilo com quase todos os professores. E ele ainda chegou a brindar o fato com Zayn. Na verdade ele se sentia sortudo por não ter nenhuma professora. Ninguém ia ouvir. Ninguém ia se importar.

- Isso... – O professor grunhia abafado. Os dedos grossos puxando a cabeça de Louis com força, obrigando-o a engolir seu membro por inteiro. – Você é muito bom nisso. Ah! Isso!

Louis só queria que aquilo acabasse. Ele só precisava que aquilo acabasse. Em desespero por qualquer saída, ele forçou a sucção, acreditando que o outro só precisava se aliviar e tudo ficaria certo. Ele precisava tanto que aquilo acabasse.

- Com licença professor... – Alguém abriu a porta do escritório. Um iceberg brotou no estômago de Louis, as lágrimas escorreram antes mesmo que ele pudesse compreender que a pessoa tinha visão total de si. E era Harry. Os azuis encontraram os cachos antes de enxergarem os verdes. Tão profundos, tão pesados, tão machucados. – Ah... Desculpe. – Harold ignorou a existência de Louis, levando os olhos para o professor. – O senhor está ocupado, deixarei meu artigo na mesa de sua secretária. – Ele disse antes de sair e fechar a porta.

Ugly Boy | Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora