XXII

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Os dedos deslizam pelos antebraços, alcançando os cotovelos e aproximando os corpos lentamente. Zayn fecha os olhos, sentindo o veneno de Liam energizar sua pele arrepiada. Os dígitos gelados escorrem pelos bíceps, passeando vagarosamente pelos ombros e circundando as clavículas. Os lábios se separam em busca de oxigênio, mas são devorados com voracidade.

Zayn geme ao sentir a textura dos lábios de Liam roçando contra sua boca, a língua delineando caminhos circulares em busca de uma passagem. Ele pensa em recusar, em se afastar, mas tudo o que seu corpo faz é permitir que o calor do outro o invada. É como se labaredas de fogo brincassem em sua garganta conforme sua língua é enroscada, puxada e massageada. Uma mistura de sensações que levam suas mãos aos ombros largos, os dedos trêmulos se recusam a forçar o enlace, mas é tão difícil.

Vagarosamente as mãos abandonam seu maxilar e se encaminham para suas costas, o que encurta o espaço entre os dois corpos e o faz abrir os olhos. O beijo se parte por alguns segundos e, antes de Zayn se recompor, Liam o captura em outro enlace molhado e quente. As mãos grandes percorrem as costas em movimentos circulares, forçando ainda mais o corpo para frente. As bocas estalam em busca de um encaixe mais profundo, as línguas se enroscam com mais vontade e tudo começa a enevoar. Zayn sente os nervos acalmando e o corpo relaxa conforme o par de mãos puxa sua lombar, provocando arrepios na base de sua nuca.

- Hmnnn! – Zayn desenrosca os lábios para puxar o ar, mas ainda mantém a coluna curvada para frente ao sentir as pontas dos dedos gelados de encontro com o cóccix.

- Você é lindo. – Liam diz antes de mordiscar o lóbulo da orelha do outro, provocando gemidos longos e o enfraquecimento dos joelhos do outro. Ele aspira o perfume que só Zayn possui, delineando a linha do pescoço até o ombro, deslizando o nariz pela pele morna.

- Liam... – Ele arranha em busca da própria voz, os dedos dobrados e perdidos, como as pernas de uma aranha sendo queimada viva. A consciência o proíbe de cravar as unhas na pele do outro, ela o lembra do estado de saúde dele. Mas... Ah! Liam deposita os lábios em seu pescoço, chupando a pele e roçando a língua, realizando movimentos circulares. – Mhn!

Zayn sente a corrente de ar gelado conforme as mãos em sua lombar começam a enrolar a barra da camisa, puxando o tecido para cima. Os dedos, antes convulsivos, agora pousam no maxilar de Liam, buscando acalmar a intensidade do beijo. Ele sente as unhas raspando devagar contra os nós de suas vértebras, provocando-lhe lentamente. Um lamento surge em sua garganta e explode através de seus lábios em um gemido grave. Liam se afasta com um sorriso e termina de puxar o tecido, obrigando-o a levantar os braços.

Antes mesmo de dos caramelos conseguirem focar mais um gemido lhe escapa. Os dentes de Liam mordiscam sua clavícula, os lábios sugam o a pele e a língua traça percursos circulares na região. Os gemidos vêm à sua garganta com força quando os dedos gelados beliscam seus mamilos. O indicativo e o polegar esfregam a pele sensível, puxam, repuxam, massageiam e beliscam novamente. Zayn deixa a cabeça pesar, os olhos focam o teto e os lábios nem se fecham com a sequência de gemidos que lhe escapam.

Liam não resiste um riso de leve conforme ele continua saboreando a pele do outro e brincando com o ponto sensível. Ele gosta do efeito que provoca no moreno, de como ele consegue perturbar a sintonia dele, de como só ele pode quebrar a pose de bom esposo, de como só ele destrói a racionalidade que existe nele. E ele está pronto para abocanhar um dos botões, a cabeça descendo o peito magro com sua língua, quando, de repente, Zayn desperta. Os dedos compridos puxam sua cabeça para longe e os castanhos conseguem enxergar a luxúria dentro dos caramelos.

Zayn respira fundo, observando a expectativa surgir nos olhos de Liam. A onda de calor percorre seu corpo, sussurrando em seus ouvidos as ações que ele deve tomar. Os dedos ainda pairam absortos segurando o rosto do outro em suas mãos, sua nuca totalmente arrepiada conforme a brisa gelada brinca com seus sentidos e as narinas dilatando enquanto o ar refresca e oxigena o cérebro, os lábios descolam sutilmente.

Ugly Boy | Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora