XV

687 87 36
                                    

Liam abriu os olhos para encontrar as costas contra seu corpo. Os lábios sorriam antes mesmo de a luz matinal irritar suas pupilas. Cada pinta na pele acetinada era como uma fase de um jogo. Um beijo na escápula, um beijo no nó da vértebra... Ele se enfiou de baixo das cobertas e continuou tracejando a boca contra os pontos pretos que surgiam. Quando o rosto ficou de frente com as fendas da região do cóccix a língua começou seu passeio, criando movimentos circulares e degustando o sabor intenso da pele.

O gemido longo veio acompanhado de uma vã tentativa de liberdade. Liam deixou o riso escapar por entre os dentes que raspavam contra o volume perfeito da nádega. E outro gemido, mais seco e comprido, inebriou seus tímpanos. O corpo de Zayn era perfeito para Liam. A pele de textura leitosa, mas com aquela tez de um beijo de sol. O cheiro de xampu e perfume, mas com aquele agridoce que só ele tinha. O timbre longo e preguiçoso, mas que chegava a oitavas agudas quando em êxtase.

- Liam... – A voz veio de longe, provavelmente de baixo dos travesseiros. – Li-am! – A coluna curvou para frente quando a língua encontrou a fenda entre as duas bochechas circulares. – N-Não... Humm...

As mãos afastaram as duas porções e revelaram o botão que procurava se esconder. O grito oco o preencheu de prazer quando ele guiou sua língua ao encontro da pele rosada. E Liam sabia como trazer mais gemidos para si. Os movimentos eram circulares e lentos, pressionando vez ou outra. E as coxas roliças de Zayn começaram a se esfregar naquele estado de latência que ele adorava ter a oportunidade de observar os castanhos tão nebulosos que só lhe restava sugar aqueles lábios pecaminosos. Mas ele precisava terminar o serviço que havia começado. Um serviço de tortura que culminaria em um grito de prazer agudo e comprido de Zayn. E nada iria o impedir de alcançar seu objetivo maior.

- Liam...! – A voz felina era mais aguada do que pronunciada. Zayn estava chegando perto e ele já podia sentir a própria ereção contra o lençol. – Li-am! Ahn! Hmn! Liam! Liam! Li-ammm...

- Liam! – Zayn sacode os ombros do outro com força. – Liam! Acorda!

As pálpebras se desgrudam e os castanhos encontram os diferentes tons de caramelo. E, em um ímpeto, o braço alcança a nuca do moreno e sem muito esforço ele consegue trazer os lábios mais doces e macios do universo contra os seus. Zayn não reage de primeira, deixando apenas a língua úmida do outro procurar uma entrada, mas então a força de hábito o atinge e sua boca o trai. E a explosão de sentidos é como se houvesse fogos de artifício através de seus olhos. Liam guia todo o entrosamento com força e violência ao mesmo tempo em que acaricia a nuca do outro com o polegar.

- L-Liam! – Zayn espalma as mãos contra o peito do outro, os dedos querendo explorar a musculatura e a penugem que tanto lhe agrada. – N-Não! – Ele se afasta em um empurrão para longe de Liam, as bochechas vermelhas e os lábios melados.

- Bom dia... – Liam diz com o sorriso torto.

- Como é? – O moreno perde o ar por alguns segundos. – O que você pensa que está fazendo?

- Beijando a pessoa mais linda desse planeta. – Ele responde deixando a palma encontrar a coxa do outro.

- Pare com isso. – Zayn dá um tapa de leve contra a mão dele e se levanta. As mãos puxam a camisa para baixo em uma vã (e fútil) tentativa de se recompor. Tudo o que suas células gritam é para que ele se entregue. Seu corpo quer se jogar no abismo que é Liam. – Eu vou buscar as crianças hoje e você precisa tomar banho. – Os braços se cruzam diante do peito magro. – E pare de rir!

- Ok! – Liam segura os últimos lapsos de riso. – Está bem. Mas só tem um probleminha...

- O quê? – Zayn semicerra os olhos.

Ugly Boy | Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora