{IV} Madrugada

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"Você não precisa fazer o que não quiser

Ninguém veio aqui pra te aplaudir

Não me olhe com esses olhos

De quem nunca me viu antes

Antes mesmo eu já estive aqui

Talvez seja cedo demais

Sair antes do sol sair

E eu não tenho medo, não mais

De ficar aqui"

— Reggae Bom, Lagum

P.o.v. Pedro

— Você tem certeza que vai conseguir voltar para o seu quarto? — Davi, o soldado que ia me substituir no meu posto, me pergunta pela terceira vez.

Pedro: — Tenho, sim, não precisa se preocupar.

Davi: — Então tá, bom descanso, Tófani.

Pedro: — Agradeço, Lima, e boa vigilância para você.

Me afasto dele e começo a caminhar pelos corredores pouco iluminados do castelo, já está de madrugada, eu estava orgulhoso de mim mesmo, eu havia conseguido, fazer a vigilância do quarto dos reis.

Tudo bem que não era algo tão desafiador assim, uma vez que a maior parte dos reinos são nossos aliados e depois do massacre a tripulação de James, acredito que nenhum pirata vai ter a audácia de pensar em nos atacar por uns anos.

Ainda assim, eu havia provado que conseguia, que minha falta de equilíbrio não me tornaria um cavaleiro inútil.

Eu caminhava lentamente com apenas a luz do pequeno lampião iluminando meus passos, até sem querer eu bato em uma quina.

Até aí tudo bem, calculei mal o espaço da curva, exceto pelo fato de que eu derrubei minha única fonte de luz.

Pedro: — Droga... — Murmuro baixinho. — Como eu vou achar meu quarto agora?

Eu tenho esse palácio decorado na minha mente e sei que em condições normais eu não teria dificuldade para achar meus aposentos no escuro.

Mas, não estamos em condições normais.

Ainda estou dando passos lentos quando percebo uma pequena luz, fraca como um vaga-lume vindo de um dos cômodos, cuja porta está aberta.

Me aproximo lentamente e noto pelos detalhes da porta, que toco com meus dedos, que se trata da joalheria do castelo.

Cogito entrar por um tempo, sei que Hugo vai para a cama cedo todas as noites, talvez ele só tenha esquecido alguma vela acessa, o que me ajudaria a chegar ao meu quarto...

Entro no cômodo e a primeira coisa que noto é que a fraca luz não se trata de uma vela, mas sim de um pequeno vidro com dois ou três vaga-lumes dentro, em cima da bancada de trabalho, onde logo em seguida percebo que não estou sozinho.

Pedro: — Desculpa, eu não queria te assustar, imaginei que não tivesse ninguém aqui. — Digo ao assistente do Hugo, que a pouca luz consigo ver sua expressão surpresa e levemente assutada.

Jão: — Tudo bem, — Ele respira fortemente — O que faz aqui a essa hora?

Pedro: — O que você faz aqui a essa hora?

Mas Eu Sou Um Pirata... - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora