{XXVIII} Melhor Agora

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"Crescei, luar para iluminar

As trevas fundas da paixão

Eu quis lutar, contra o poder do amor

Caí nos pés do vencedor

Para ser um serviçal de um samurai

Mas eu tô tão feliz

Dizem que o amor atrai..."

— Samurai, Djavan

P.o.v. João

Rever o Pedro naquela noite foi como voltar a respirar.

Como puxar o ar depois de um longo tempo submerso.

Eu estava concentrado no polimento de uns cristais quando ouvi aquela movimentação agitada na frente da joalheria.

Logo, Hugo se aproximou de mim.

Hugo: — A tropa está de volta. — Ele me diz, sorrindo. — Eu vou te liberar por hoje, João.

Abri um sorriso.

Jão: — Muito obrigado, senhor, de verdade. — Agradeço. — Será que eu posso... ficar livre amanha também? — Peço.

Hugo: — Vou te dar folga dessa vez porque você é um excelente assistente. — Ele ri. — Agora vai, tem alguém te esperando.

Agradeço outra vez e saio da joalheria.

Corri para o quarto do Pedro e bati na porta, ele abriu imediatamente, como se me esperasse.

Jão: — Você está bem? — É a primeira coisa que eu pergunto. 

Ele sorri e se aproxima de mim, unindo nosso lábios

Pedro: — Estou bem, Jão. — Ele sussurra contra os meus lábios. — Melhor agora.

Jão: — Eu tava tão preocupado... — Abraço ele, segurando minhas lágrimas.

Pedro: — Eu prometi que ia voltar para você, não prometi?

Sem se soltar dos meus braços, ele me puxa para dentro do quarto.

Jão: — Está bem mesmo? — Pergunto outra vez só para ter certeza.

Ele me olha nos olhos e sorri, meu peito dispara.

Pedro: — Estou, só um pouco cansado. — Ele me beija suavemente e em seguida, acaricia meu rosto. — Já você tá com cara de quem não dorme direto a luas...

Jão: — Realmente...

Pedro: — Então, vamos resolver isso. — Ele deixa ouro beijo suave nos meus lábios.

Meu cavaleiro me puxa para a cama e dorme nos meus braços, eu me sinto completo.

No dia seguinte eu acordo antes dele para ir atrás de algo para ele comer quando acordar, como eu fiz da última vez.

Jão: — Bom dia... — Chamo o despertando, Pedro abre os olhos sonolento e sorri quando seu olhar encontra o meu.

Pedro: — Bom dia, meu pirata.

Jão: — Trouxe para você, meu amor. — Indico a cesta, seu sorriso se expande.

Pedro: — Sabe, nunca pensei que um dia receberia tamanho cuidado. — Ele beija meu rosto. — Obrigado.

Ele sorri e em seguida come em silêncio, penso em como Pedro é precioso, em como por trás daquela amadura e pose rígida de cavaleiro existia um homem frágil que merecia ser cuidado.

O meu cuidado.

Pedro: — Como de costume, estou livre hoje e amanha, quer fazer alguma coisa? Ir à praia, sei lá.

Penso no som do oceano me chamando, a última coisa de que preciso agora é entrar nesse conflito de novo.

Jão: — Na verdade, por que não me leva de novo naquele lago que você me levou há um tempo atrás? Acho que seria agradável passar uma tarde lá.

Pedro sorri com um olhar meio surpreso, talvez ele não esperasse que eu me lembrasse desse lugar.

Pedro: — Acho que seria incrível passar outra tarde com você lá.

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E assim nós fomos, passamos por um caminho mais rápido do que o que fizemos da outra vez, por sorte, evitamos a praia.

Nos sentamos em frente ao lago, ele deitou a cabeça no meu ombro naturalmente, o som da água me lembra um pouco o mar, mas de uma forma diferente, mas sutil.

Pedro: — Sabe, eu fiquei pensando muito em você nesse tempinho fora. — Ele diz. — É como se uma parte minha tivesse ficado no castelo.

Jão: — Eu também pensei muito em você...

Pedro: — Está tudo bem, Jão? Você me parece ansioso.

Jão: — Muitas coisas na minha cabeça, mas, nada importa nesse momento. — Beijo o topo da cabeça dele. — O que importa é que você tá aqui comigo de novo.

Pedro: — O meu cargo te incomoda um pouco, né? Pode falar, eu sei como a preocupação tira seu sono, sei como não é fácil a insegurança de saber que estou me arriscando e...

Jão: — Ei, Pedro. — Interrompo ele gentilmente. — Uma parte de mim dói quando penso que posso te perder em uma dessas missões, mas nada disso é maior do que a alegria que eu sinto quando te vejo, que todas as coisas boas que já passei ao seu lado, pode ser difícil, às vezes, mas eu aguento, aguento porque eu amo você e sei que seu posto é importante para você, não se culpe por tirar meu sono, meu amor.

Pedro me olha com os olhos marejados.

Pedro: — Você não sabe o quanto isso é importante para mim, João, eu já perdi tantas pessoas por ninguém querer suportar isso, sabe, sempre pensei que ninguém me amaria o bastante pra aguentar tudo.

Ele me abraça.

Jão: — Obrigado.

Por um tempo a gente só se beija silêncio, e aquilo era o que ambos precisávamos.

Pedro: — Jão... — Ele chama contra os meus lábios.

Jão: — Sim, Pedro...

Pedro: — Eu também te amo. — Ele me beija outra vez. — E eu também suportaria qualquer coisa por você.

Outro beijo.

Jão: — Fico feliz em ouvir isso, meu amor.

Pedro: — E, eu não brinquei quando disse que a exceção a minha lealdade ao reino era você, se em algum momento o mundo desabar, saiba que eu estarei do seu lado, passarei por cima do reino por você.

Estremeci com o peso de suas palavras.

Jão: — Eu sei que sua lealdade está entranhada em você, Pedro, não teria problema em lidar com isso, sei que doeria desrespeitar sua função.

Pedro: — Mas te perder doeria mais.

Jão: — Não acho que a gente tenha que se preocupar com isso. — Beijo seus lábios outra vez. — Mas obrigado, meu cavaleiro, prometo fazer por merecer.

Pedro: — Você já merece.

Ele me beija de novo.

Jão: — Sabe... — Sussurro entre o beijo. — Sei que já te disse isso, mas estou feliz por ter você.

Pedro: — Eu também estou feliz por ter você, meu amor.

"Dizem que o amor atrai..."

Mas Eu Sou Um Pirata... - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora