{XIV} Tesouro

407 43 132
                                    

"O oceano trouxe a vida, ele é o pai da criação desse planeta

Essa imensidão azul, é para muitos um mistério

Não tem riqueza nesse mundo que nos pague um verdadeiro amor

Tesouro de pirata ou as perolas que eu possa encontrar"

Sereia das Águas, Planta e Raiz

P.o.v. Pedro

Acordei cedo naquela manhã, como sempre, apesar de não ter minhas obrigações como cavaleiro para fazer.

Fui atrás do Jão na joalheria, agradecendo que o Hugo não estava, não tenho nada contra ele, muito pelo contrário, mas sei que ele é um dos maiores fofoqueiros desse castelo.

Não que eu ligue muito, até porque pelo pouco que presenciei ele e o Jão parecem ter uma relação quase fraternal, e imagino que se ele perguntar, o Jão vá contar o que foi fazer o dia todo.

Jão: — Você vai assim? — Ele pergunta, apontando para a minha espada. — Sem ofensas, claro.

Pedro: — É, um cavaleiro não deve nunca abaixar a guarda, Jão, já estou indo para fora do castelo sem usar a farda, mas a espada eu preciso sempre ter comigo.

Jão: — Entendi, tudo bem.

Pedro: — Vamos então?

Jão: — Vamos!

Inicialmente, levo Jão para dar uma volta pelo centro comercial da capital, porque imagino que ele nunca tenha tido a oportunidade de conhecer a cidade.

Ele parece vislumbrado pelas coisas mais simples, tenho vontade de perguntar a última vez que ele esteve em além do porto de uma cidade.

Jão: — Scorpios é realmente um reino muito próspero, eu ouvia falar, mas estou impressionado.

Pedro: — Apesar de nossos soberanos não serem lá os melhores do mundo, a gestão da família Videira não é de todo mal.

Jão: — É, estou percebendo.

Jão fica um tempo calado, quando passamos pela região portuária do reino, o único local movimentados próximo ao mar, seus olhos miram o oceano, mas não chegam a se firmar nele.

Pedro: — Quer comer alguma coisa? — Pergunto.

Jão: — Acho que seria bom!

Pedro: — Então vamos fazer uma pausa para isso, depois eu vou te levar no lugar que planejei.

Jão: — Pensei que seu plano era simplesmente dar uma volta pela cidade.

Pedro: — Não exatamente, mas achei que você deveria ver de perto o local em que eu nasci, e bom, o motivo de eu arriscar a minha vida diariamente.

Jão: — Achei que seu motivo eram os seus soberanos.

Pedro: — Também João, as duas coisas não se anulam.

Depois de comer, ainda passamos pela praia aonde nos beijamos pela primeira vez.

 Jão: — Criei realmente um vínculo com essa praia. — Ele comenta.

Pedro:  — Acho que eu também...  

Nem sei direito quem de nós dois tomou a iniciativa, mas quando vi, nossas mãos estavam enlaçadas, continuamos andando assim.

Não muito longe da praia, estávamos chegando em uma trilha que dava para a floresta.

Mas Eu Sou Um Pirata... - PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora