Mas Eu Sou Um Pirata... - Pejão

{XVII} Imprudências

"Na minha porta agora cê me pede a sorte

Se engana e chora porque não achava que eu fosse forte

Eu aprendi a te ferir no seu próprio esporte

Você não quer que eu fique, amor

Você só quer que eu volte..."

— Se O Problema Era Você, Por Que Doeu Em Mim?, Jão

P.o.v. Narrador

Mais um dia amanheceu e todos os cavaleiros e amazonas teriam uma reunião no centro de treinamento, já que a corte de um reino vizinho, tinha acabado de chegar ao reino e os cuidados teriam que ser dobrados.

Depois disso, a tropa foi liberada, mas Pedro se manteve no centro de treinamento como sempre.

Ele seguia praticando, sentindo cada vez mais melhora nos seus reflexos quando sente alguém se aproximando, num andar calmo, esnobe e até meio majestoso, ele desejou aos deuses estar engando.

— Tófani... quanto tempo... — Ele enrijeceu a postura ao escutar aquela voz e se virou imediatamente, ele estava certo.

Pedro: — Vossa alteza. — ele se curvou.

Jonas: — Acho que não precisamos de tanta formalidade, Pedro. — O príncipe Jonas riu, se aproximando mais dele. — Como estão as coisas por aqui?

Pedro: — As mesmas de sempre. — Ele encolhe os ombros.

Jonas: — Mas e como você está?

Pedro: — Bem. — Ele deixa escapar um suspiro pesado, percebendo que não vai conseguir se livrar enquanto o príncipe não conseguir o que quer que ele queira. — E você, como vão às coisas em Libres?

Jonas: — Vão bem, ser rei não é bem o que eu imaginava, mas até que consegui me adaptar, e quanto ao Álvaro, bem, ele é um bom marido, acredita?

Pedro: — Você fala serio?

Jonas: — Pra você ver, não sei, essa coisa de casamento arranjado sempre me soou como a pior coisa que poderia me acontecer, ainda mais porque me prometeram ao Álvaro antes que eu nascesse, mas, ele se mostrou um homem gentil e honesto, ele até mesmo respeitou meu tempo, consegue acreditar?

Pedro: — Acho você estava com as expectativas tão baixas em relação a esse casamento que qualquer gentileza dele o tornaria uma boa pessoa.

Jonas: — Pode ser. — Ele ri e dá mais um passo em direção a Pedro. — Não piso nesse palácio há quase uma década, mas quando estou volta nada parece ter mudado, você, por outro lado, me parece maior que da última vez que nos vimos.

Pedro: — Acho que eu cresci, príncipe. — Pedro suspira outra vez. — Talvez vossa alteza não tenha reparado.

Jonas: — Acho que o certo seria majestade.

Pedro: — Não aqui, você é o rei de Libres, mas em Scorpios é apenas um príncipe. — Ele cerra os olhos. — Então, enquanto o seu pai for o rei, é alteza, príncipe Jonas.

Jonas: — Algumas coisas realmente não mudam, Pedro. — Ele ri, a cada passo se aproxima mais. — Sabe, estou até meio mal porque a Helena atinge a maioridade em menos de uma lua, agora ela vai poder reivindicar o trono

Pedro: — Sim.

Jonas: — Bom, de toda forma, ela teria que se casar para assumir o trono, e caso ela decida não fazer isso, Libres e Scorpios se tornarão enfim um reino só. — Ele dá um sorriso ambicioso. — E então, eu vou passar a ser seu rei.