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Porque você não era meu para eu perder

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Porque você não era meu para eu perder.

— August, Taylor Swift 

      Londres, Inglaterra.

O barulhinho de patas pelo chão fizeram a italiana se afundar entre os cobertores apenas esperando Obi-Wan chegar até ela, o golden lambeu o rosto da tutora tirando um sorriso amarelo dela. Desde Monza, ele era seu único companheiro, bom tinha Willow também. Não tinha como escapar dela, ninguém conseguia. Tinha ficado uma semana sem atendê-la e na outra ela já estava invadindo o apartamento da assessora da Aston Martin. Além de as vezes ligar para os seus pais, dava graças a Deus que eles odiavam o mundo do automobilismo. 

Monza só serviu pra isso, para se aproximar dos seus pais.

Florencia sentia vergonha de conversar com as outras pessoas, vergonha de sair de casa. Pediu para Low avisar a Sebastian que ela estava bem, sabia que ele estava preocupado pelo sumiço dela e bem provavelmente desapontado com a atitude da assessora.

Monza foi tão ruim que chamaria de estratégia da Ferrari. Deveria estar muito maluca para achar que Mick iria corresponder o seu beijo. Na internet foi mais cancelada que toda família Piquet junta, as pessoas realmente a odiavam. Flora teve que desativar suas redes sociais oficiais e ficar apenas com suas fakes. Até duas semanas atrás, quando descobriram que Mick tinha curtido várias fotos de Jade, quando viu os vários prints no twitter comprovado as curtidas logo após o circuito de Miami, foi como um soco em seu estômago. A modelo não tinha mentindo sobre terem se divertido muito no circuito.

Infelizmente Florencia estava perdidamente apaixonada por Mick Schumacher.

E infelizmente Mick não a correspondia.

Três semanas em que sentia saudades de uma pessoa que não correspondia seus sentimentos, amava um homem que já tinha planos para o futuro, com outra. Mas não poderia lhe cobrar nada, não tinha esse direito e nem ao menos brigar com ele, a culpa novamente era sua. Por se apegar a algo que apenas existiu em seus pensamentos. Agiu como uma boba, confundiu amizade que estava sendo oferecida com amor romântico.

As vezes se questionava se quando passavam as noites juntos, acordavam entrelaçados um no outro, dividiam o banheiro ou se escondiam apenas para aproveitar a companhia um do outro, se tinha sido real para ele ou apenas midiático. Para Carbone tudo tinha sido real! Todas as sensações que sentia com ele, as brincadeiras, carinhos na madrugada.

Em nenhum dos seus relacionamentos, que particularmente foram sem sucesso, tinha sentindo as coisas que sentia com Mick. Quando estavam juntos era como se não houvesse ninguém por perto, poderiam estar no meio de uma multidão que ainda seriam os dois em uma bolha. Quando ele a tocava, era como ser tocada por um anjo, se sentia segura estando em seus braços. Mas ele nunca tinha sido dela, em nenhum momento.

Ouviu resmungos do outro lado da porta e o trinco se mexendo, suspirou pesadamente se virando de costas, tentando ao máximo evitar conversar com a franco-brasileira, se pudesse queria se esconder da sociedade pra sempre. Escutou passos se aproximando e logo em seguida em leve carinho em seus cabelos bagunçados.

- Se levanta, Flor. Vamos tomar um banho quentinho, em? Comer alguma coisa? 

- Não quero, me deixa quieta. — Sua voz soou abafada.

- Você precisa sair desse poço! Não vai ficar aí o resto da vida! — Exclamou irritadiça.

Florencia se levantou na marra fazendo biquinho, seu poço era tão fundo que já tinha visto a Samara algumas vezes. A italiana verificava as redes sociais de Mick pelo menos duas vezes por dia, apenas para saber como ele estava. Ele ligava para ela todos os dias, mas nunca era atendido. Ainda sobrava um pouco de dignidade em seu corpo.

Enquanto enchia a banheira com água quente, Low se virou para encarar a amiga. Seus olhos castanhos tinham um misto de confusão, ela engoliu em seco colocando alguns sais de banho na água.

- O que acha de sairmos hoje? Em algum momento você precisa sair, não vai poder se esconder por muito tempo.

- Queria me esconde pra sempre, poderíamos descobrir onde o Elvis mora, posso ficar lá.

Willow gargalhou vendo a amiga entrar na banheira, água estava quente a fazendo soltar um gemido satisfeito.

- As coisas aos poucos vão voltando ao normal. Os meninos perguntaram sobre você.

- Quais meninos? Você tem vários.

- Os seus meninos, Florencia. — Rebateu rapidamente. — Lando, Drugo, LazyTown, Daniel e até mesmo o Charles. Estão loucos para te ver, aparentemente eles não se importam com as minhas informações.

Florencia franziu a testa confusa, talvez ver os meninos fizesse bem a ela. Poderia até ser uma ideia maluca, um sorriso maroto brincou em seus lábios.

- Acho que seria legal os ver, talvez me faça bem.

- Tá falando sério?— As írises castanhas da franco-brasileira brilharam. 

Ela assentiu em positivo, sentindo suas bochechas corarem. Low a beijou na bochecha antes de sair do banheiro.

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Quase uma hora depois, Felipe chegou. Do quinteto era o único que estava em Londres, provavelmente passando um tempo com uma certa assessora da Mclaren.

Assim que o brasileiro a viu a abraçou cheio de saudades, com tanta força. Florencia não aguentou e soltou algumas lágrimas, não que fossem suas primeiras desde Monza.

- Ah não chore! Até te trouxe chocolates, florzinha!

- Não precisa, Lipe. 

Deu um sorrisinho triste ao pegar a pequena caixa das mãos dele. Low tinha acabado de descer para esperar a pizza deles. Carbone jogou os pés sobre o colo do piloto ao se sentarem no sofá, um sorrisinho maroto brincou nos lábios dela ao sentir uma leve massagem em seus dedos.

— Como você está, Flor? — Suas írises castanhas brilhavam cheias de preocupação.

Ela estava péssima, qualquer coisa a fazia se lembrar de Mick. Não adiantava jogar as roupas dele, o seu cheiro estava impregnado pelo apartamento todo, a sensação do seu toque memorizado em seu corpo.

— Depois de ser cancelada? Vou superar, Lipe.— Deu de ombros com um sorriso dolorido nos lábios. — Pelo menos estou de folga.

Ele gargalhou negando com a cabeça.

— Não estava falando sobre isso. — Florencia se sentou no sofá, tentando não olhar para o homem ao seu lado. — É bom não tocarmos naquele assunto.

— Como estão os seus dias no apartamento da Willow? — Perguntou na tentativa de mudar de assunto. 

— Ela te contou? — As bochechas dele estavam coradas como tomates maduros. — Willow me faz muito bem, espero estar fazendo bem a ela também.

— Você está, Felipe. — Abraçou-o de lado e plantou um beijo estalado na sua bochecha. — Obrigada por ter vindo aqui, me ver.

— Eu adoro você, Florencia. — Acariciou os cabelos bagunçados da morena com gentileza. — E também adoro sua melhor amiga.

Florencia gargalhou alto se desvencilhando ele, suas energias estavam se recarregando aos poucos com a ajuda dos seus amigos. E isso era o que importava naquele momento.

Daylight - Mick Schumacher Onde histórias criam vida. Descubra agora