Daylight - Mick Schumacher

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"Chuva de prata que cai sem parar, quase me mata de tanto esperar, um beijo molhado de luz sela o nosso amor"- Chuva de Prata, Gal Costa.

📍São Paulo. Brasil.
Domingo.

Sebastian arrastou Florencia para um jantar com os ex-pilotos Rubinho Barrichello e Felipe Massa. A italiana só tinha aceitado o convite para não ficar sozinha, sabia que caso isso acontecesse iria encher a cabeça de asneiras que a fariam ter uma crise de ansiedade e não dormir durante a noite. Voltaram do jantar às onze, Flora estava sorridente e aliviada por ter aceitado, estava escorada em Vettel enquanto esperavam chegar no andar do piloto, que era um abaixo do dela. Se despediram com um beijo na bochecha quando as portas metálicas se abriram.

O sorriso leve da Carbone sumiu ao ver quem estava em frente ao seu quarto.
Mick estava encostado na porta, com os olhos fechados como se estivesse dormindo. O coração da assessora bateu tão rápido, que pensou ser um sintoma de infarto. Engoliu em seco ao vê-lo abrir os olhos e se levantar às pressas, as bochechas do alemão estavam coradas. O corpo da assessora tremia como vara verde, não entendia a razão dele estar ali, já tinham se resolvido.

- Precisamos conversar, Flor.

- Precisamos não, já resolvemos tudo em Austin.

Sua voz saiu dura enquanto tentava abrir a porta do quarto, mas suas mãos tremiam tanto que as chaves caíram no chão. Com uma rapidez impressionante, Mick as pegou e gentilmente abriu a porta para a italiana. Estavam tão próximos que ela conseguia sentir o calor do corpo dele, o seu perfume cítrico a fazendo se lembrar da primavera, os olhos oceânicos com um brilho triste.

- Você não me deixou falar em Austin. Agora é a minha vez, eu não vou embora enquanto você não escutar a minha versão.

Mick soou tão autoritário que a fez arregalar os olhos surpresa, ele tinha razão. Apenas deu espaço para ele entrar, precisavam botar as conversas as claras e talvez voltarem a serem amigos, como antes. Florencia deu um sorrisinho ao tirar os saltos, vê-lo novamente em seu quarto era tão nostálgico, sentia falta de o ver assim que abria os olhos pela manhã, da sua careta ao acordar para mais um dia de trabalho.

- Pode começar, Mick. Mais rápido terminamos melhor para nós dois.

Mordeu o interior da bochecha na falha tentativa de se acalmar, mas foi em vão. Assim que os olhos azuis oceânicos encontraram os seus castanhos, suas pernas voltaram a tremer enquanto as borboletas no seu estômago dançavam animadamente. O alemão se aproximou dela em passos rápidos e segurou o rosto da italiana entre suas mãos, Florencia não ousou em retirar o toque dele, estava sem reação. Mas seu corpo reagia por ela, seu coração batia tão acelerado como um princípio de infarto.

Mick acariciou as bochechas da assessora com os polegares, seu toque tão quente e íntimo. A fez suspirar baixinho e encarar aqueles olhos tão bonitos, tão brilhantes como duas pedras preciosas. A pequena diferença de altura entre eles foi diminuída quando o piloto se abaixou, seu nariz quase tocando o dela e seus lábios a milímetros de distância. Ele suspirou impaciente, as bochechas tão coradas como em um dia de sol.

- Eu te amo, Florencia. Não quero ficar com outra pessoa que não seja você, será que é tão difícil de perceber o quão apaixonado eu estou?

Schumacher sussurrou cada maldita palavra a fazendo arregalar os olhos assustada com a declaração, fechou os olhos tentando assimilar. Aquilo só poderia ser uma brincadeira de mal gosto, provavelmente ele apenas estava confuso com seus sentimentos.

- Como? Você está confuso, somos só amigos.....

- Porra, Florencia! Não estou confuso. Só quero saber se você também tem sentimentos por mim.

O piloto da Haas roçou o nariz na bochecha da italiana a fazendo suspirar baixinho, seus lábios plantaram um beijinho tímido na bochecha esquerda dela. Florencia o afastou, era difícil pensar quando se era tocada daquela forma.

- Você está delirando, Mick. Consegui ver isso em Monza, você não nutre nenhum tipo de sentimento por mim, e tudo bem.

- Sabe o quanto era difícil dormir ao seu lado todas as noites e não poder te beijar? Queria tocar todo seu corpo do jeito que você merece, te dar prazer! Em Monza, eu fui pego de surpresa! Fiquei sem reação e depois você evaporou.

Florencia sentia seu rosto pegar fogo com as frases do piloto, por um segundo se pegou pensando em Mick lhe dando prazer. Ignorou seus pensamentos vergonhosos por um instante, quando se deu por si. Ele estava próximo a ela novamente, segurando seu rosto entre as mãos. Schumacher tinha um brilho de desejo nos olhos azuis cristalinos, seus lábios finos entreabertos.

- Eu te amo, Florencia, desde que larguei tudo para ir até Mallorca. Só que eu negava todos esses sentimentos, era mais fácil fingir que você era apenas minha amiga.

- Tem certeza?

- Absoluta, mas se você não corresponder eu vou entender...

- Cala a boca e me beija logo, Schumacher!

Ele sorriu ladino antes de colar seus lábios finos nos grossos da assessora. Florencia achou que estava no céu, a sensação dos lábios quentes dele era como estar no paraíso, estar flutuando. Mick a prensou contra a parede a segurando pela cintura, Flora entrelaçou as pernas na cintura do piloto. Seus lábios se encaixavam perfeitamente como se fossem feitos um para o outro, ambos pareciam sedentos por aquele contato. Era um beijo bruto, ansiando por mais, ele deu um sorrisinho maroto ao ouvir a assessora gemer baixo quando ele mordiscou o pescoço dela.
Mick sentia seu peito arder e o seu coração acelerado, conseguia senti-la em cada parte do seu corpo, o cheiro adocicado, os lábios voluptuosos brigando por uma dominância. Tudo parecia uma música de extremo bom gosto, feita unicamente para ele, cada nota musical foi minimamente pensada, cada tom, até mesmo os acordes. Florencia era uma música que Mick gostaria de ouvir em todos os segundos possíveis.

Florencia tinha vivido tanto tempo no escuro, tudo dando errado em sua vida. Até Mick chegar, como um dia de sol e iluminar a sua vida, lhe tirando da escuridão. As suas melhores noites tinham sido ao lado dele, às vezes ele nem precisava abrir a boca para a fazer bem. Sua presença, seu cheiro que impregnava por onde quer que ele fosse, já eram o suficiente para ela.

- Eu também amo você, angelo mio.