Florencia nunca imaginou que um simples sorvete de chocolate e uma carona fossem a colocar em um dos assuntos mais comentados no twitter. A assessora estava acostumada a lidar com os problemas de mídia da equipe em que trabalhava, era invisível aos...
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"Eu preciso de você todos os dias, acredite em mim quando digo"- Like I Want You, GIVĒON
França.
Guardou o batom vermelho na nécessaire e a fechou, antes de sair do banheiro alisou seu vestido preto de alças finas. Realmente só tinha aceitado ir a esse jantar com Lance, Esteban e Elena porque não bancária nada. Nunca em hipótese alguma negaria comida de graça, era contra os seus princípios. E pela primeira vez, não estava atrasada para um compromisso. Procurou Mick pelo quarto e o encontrou na varanda, sentado admirando a noite francesa.
- Ei príncipe, já podemos ir se quiser.
Parou em frente ao piloto que a analisou dos pés a cabeça, suas írises azuis pareciam queimar como brasas em seu corpo. Ele sorriu a puxando pela cintura, Florencia se sentou desajeitadamente em seu colo, suas bochechas queimaram violentamente com a atitude.
- Você está deslumbrante, schatz.
Sua voz saiu nada mais que um sussurro quente nos ouvidos da Carbone, um arrepio percorreu seu corpo a deixando sem ar. Engoliu em seco tentando procurar sua sanidade mental.
- O que está fazendo aqui fora? Está frio.
- Apenas pensando, gatinha.
- Pensando em quê, posso saber?
Mick roçou o nariz pelo ombro da italiana e logo plantou um beijinho na sua pele quente e cheirosa. Florencia sentiu sua respiração ficar irregular com o contato dos lábios quentes do alemão, um calor queimou por dentro do seu corpo, como se estivesse pegando fogo.
- Pensava no futuro.
- Então me conte sobre o futuro. O que você quer dele, Mick Schumacher?
Schumacher soltou uma risadinha baixa tão sensual nos ouvidos de Florencia que a fez se aninhar no peito dele e olhar para as estrelas, antes que cometesse um erro.
- Muitas coisas. Quero ser campeão mundial, estar em uma boa equipe, me casar com o amor da minha vida e ter filhos. E você, Flor? O que quer para o futuro?
Carbone brincou com os dedos longos e esguios do piloto. Ele merecia tudo isso e muito mais, Mick merecia o mundo embrulhado em presente. Já ela? Não tinha ideia do que queria nem para o almoço, imagina para o futuro.
- Sinceramente? Só queria ter uma casa com um jardim enorme para Obi-Wan correr, ter filhos talvez.
- E se casar com o amor da sua vida? Não pensa nisso?
- Não sei, Mick. Todos os meus relacionamentos foram péssimos, não tenho expectativas de encontrar o amor da minha vida, se encontrar alguém me ature já é o suficiente.
O piloto da Haas apertou a cintura da italiana a fazendo soltar um gritinho assustado, e lhe deu um tapa ao se virar para encará-lo. Depois de ver aqueles olhos oceânicos a chamando para mais perto, se arrependeu amargamente por ter feito isso. Um sorriso maroto brincava em seus lábios finos, sem quebrar o contato visual. Mick afasta uma mecha castanha do cabelo dela, a colocando atrás da orelha.
- Então já encontrou. Depois de ser forçado a te ouvir cantar, provavelmente aguento tudo.
Florencia soltou uma gargalhada alta sendo acompanhada por ele. A assessora sabia que cantar e dançar não estavam em sua lista de qualidades, mas pouco se importava. A frase do piloto ainda ecoava em seus pensamentos, qualquer mulher que conseguisse conquistar o coração de Mick Schumacher, era uma grande sortuda.
- O sujo falando do mal lavado! E você se diverte com as minhas cantorias.
- Não disse que não era engraçado. Mas poderia mudar o repertório às vezes, né? Já sei toda a discografia da Taylor Swift.
- Isso é cultura, amore mio!
O telefone da assessora berrou vindo do quarto, Florencia saiu às pressas tropeçando nos próprios pés em busca do aparelho. Se demorasse a responder qualquer um dos seus meninos, estaria ferrada. O nome de Felipe brilhava na tela, fazendo o coração da italiana bater acelerado de preocupação.
- Oi bebê! Aconteceu alguma coisa?
- Você pode vir até meu quarto rapidinho? Preciso de ajuda para escolher uma roupa.
- Tô indo, pode abrir a porta já.
Desligou o telefone e se virou olhando para Mick que estava logo atrás. Seu semblante era sério, seus lábios estavam pressionados formando uma linha fina.
- Vou ajudar o Lipe, rapidinho. Me espera lá embaixo, se não podemos chegar atrasados no jantar.
- Acho que ele já é grandinho o suficiente pra saber se cuidar.
- Você também é, mesmo assim eu cuido de você. Agora faça o que eu pedi, vá benne?
Florencia calçou seus saltos rapidamente antes de sair avoada pela porta em direção ao quarto do brasileiro. Nem bateu, apenas abriu e o flagrou com as mãos na cintura e um sorriso envergonhado nos lábios, seus cabelos bagunçados como sempre. Usava apenas uma bermuda.
- Caceta! Tá linda em!
Revirou os olhos castanhos sentindo um rubor subir pelo seu rosto.
- Obrigada Lipe. Vai sair com os meninos?
Ele assentiu em positivo antes de se jogar na cama. Parecendo exausto, Florencia sorriu com a atitude do rapaz. Sem nenhuma timidez, começou a fuçar na mala do rapaz. Em questão de segundos resolveu o problema do rapaz, antes de sair apertou os ombros largos de Felipe.
- Se acontecer alguma coisa, me ligue. E não beba, ok?
- Só vamos jantar mamãe, não se preocupe. Vá se divertir, Flor.
- Tenha um ótimo jantar, querido.
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Assim que chegou ao saguão encontrou um certo piloto emburrado, como uma criança mimada. Deu um sorriso ao se aproximar dele o beijando na bochecha, deixando uma marca de batom na pele clara do alemão.
-Vamos ou prefere ficar emburrado?
- Não tô emburrado, Flor.
- Imagina, tá parecendo um pato!
- Então você é a pata!
Se entreolharam assim que adentraram no carro e logo caíram na gargalhada com tamanho infantilidade dos dois. O caminho até o restaurante tinha sido tranquilo e o jantar também. Foi uma noite agradável para ambos, assim como o restante da madrugada. Dormiram agarradinhos como se tivessem sido colados.
