24 - Nostalgia

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౨ৎ   Carol   ౨ৎ

Acordei pela manhã e ao tentar me mexer fui impedida por algo pesando em meu ombro, virei para o lado tendo a visão do rosto de Sophia que pelo jeito veio para a minha cama no meio da noite. Não pude evitar sorrir enquanto observava os seus lábios contraídos em um bico fofo.

Fiquei naquela posição até sentir o braço começando a ficar dormente e então não me restava opções a não ser acorda-la.

— Sophia. - falei baixinho cutucando a sua testa com o dedo indicador e ela juntou as sobrancelhas em reprovação, sem abrir os olhos. — Acorda.

— Não. - me respondeu passando o braço por cima da minha barriga até que se encontrasse com a minha cintura.

— Meu braço já está a ponto de cair. - reclamei chorosa e ouvi uma risada que era abafada pelo tecido da minha camisa.

Sophia levantou a cabeça apenas o suficiente para que eu puxasse o meu braço retirando-o de lá e voltou a deitar a cabeça, dessa vez no travesseiro, enquanto permanecia agarrada à minha cintura.

— Não quero sair daqui. - resmunga me fazendo revirar os olhos antes de obriga-la a me olhar.

Apoiei os meus dedos em seu queixo e suspendi sua cabeça.

— Nós temos que pegar a estrada daqui a pouco. - falo de uma vez encarando-a. — E eu estou com fome, quero levantar daqui.

— Certo. - ela cede por fim afrouxando o aperto em minha cintura e se levanta junto comigo, não antes de reclamar um pouco, é óbvio.

Quero pegar a estrada cedo e assim a gente chegará na casa dos nossos pais antes de escurecer. Desde que me mudei para Málaga,  três anos atrás, eu só apareço por lá em ocasiões especiais, nos aniversários e na ação de graças, mas com essa já era a minha segunda vez indo até lá em um período tão curto de tempo.

— Que cara feia é essa? - a voz de Luiza me tira de meus devaneios quando dou um gole no meu café e percebo que ele já está gelado na xícara.

— Esse café... urgh. - falo me levantando da mesa. — Vou ir arrumar as coisas.

— Quer ajuda? - Sophia pergunta com um pedaço de bolo na boca.

— Não precisa, pode ficar aí comendo.

A garota dá de ombros e eu saio da cozinha, voltando para o quarto e enfiando algumas peças de roupa em uma mala pequena.

Com tudo já pronto e as malas dentro do porta malas, nos despedimos de Luiza e saímos.

Era por volta de dez da manhã e com as seis horas de viagem, se não houver atrasado, consigo chegar antes de escurecer como o planejado.

(...)

Seguindo pela rota da estrada AP7, enquanto dirijo Sophia está com as pernas esticadas e os pés apoiados no painel, depois de ter trocado de música pelo menos seis vezes.

— Você tá bem? - pergunto olhando rapidamente para ela antes de voltar a minha atenção para o trânsito.

— Sim. - responde rápido demais e então solta um suspiro. — Só tem muita coisa passando pela minha cabeça agora.

Minha Adorável Sophia Onde histórias criam vida. Descubra agora