Minha Adorável Sophia

10 - Confie em mim

౨ৎ Carol ౨ৎ

Mais uma semana se inicia, o inverno chegou com tudo e sua ira despertou a minha.

Acordei de péssimo humor com o despertador tocando às cinco da manhã (horário habitual), desliguei aquele alarme idiota e ia me levantar mas Sophia me agarrou pela cintura me fazendo deitar novamente.

— Eu preciso ir trabalhar. - falei baixinho e tirei as mãos dela da minha cintura. — Vê se não passa a manhã inteira na cama. Inclusive, quero minha cama arrumada quando eu chegar.

— Tá, tá, vai logo. - me respondeu dando tchauzinho com a mão descoberta e depois se cobriu até a cabeça.

Escovei os meus dentes, tomei um banho quentinho e voltei no quarto para me vestir. Como estava frio coloquei uma calça jeans escuro bem justa no corpo, um coturno preto, uma blusa e o casaco por cima.

Desejei muito que Camila estivesse em casa para me oferecer um café quentinho antes de ter que sair, mas infelizmente nem tudo são flores nessa vida.

Desci para o estacionamento do prédio pelo elevador e entrei no carro quase caindo pra trás quando olhei o meu reflexo no espelho, não sei em que momento me deixei ficar tão desleixada. Subi de volta até o apartamento e fiz uma make leve para o dia.

Cheguei na confeitaria no horário, seis em ponto, minha amiga sorria largamente e acenava assim que eu entrei na loja.

—Você voltou! - falou e correu para me abraçar.

— Uau, isso tudo é saudade? - perguntei dando risada e a abracei de volta.

Segui para a cozinha atrás da Camila que caminhou rápido lá para dentro assim que apartamos o abraço.

— Eu estava louca pra voltar pra casa mas não aguento ficar lá sozinha. - ela começou a passar cobertura em alguns cupcakes e suspirou fundo antes de continuar a falar.
— Tina e eu tivemos uma discussão feia no sábado à noite, tive que sair no meio da noite pra casa da minha mãe e você já deve imaginar o que aconteceu depois.

— Espera, mas porque vocês brigaram? - me debrucei em cima de uma das mesas apoiando meus braços.

— Os ciúmes bestas de sempre, ela acha que é minha dona.

— Não sei o que dizer. - falei me aproximando e peguei um dos doces. — Ciúmes é uma droga, por isso eu não namoro.

— Pois é. Minha mãe fez a maior cena do mundo, até queria ir na casa da Valentina tirar satisfações quando cheguei lá.

— O que?! - dei risada quase me engasguando com o pedaço de bolo na boca. — Sua mãe é bem doidinha.

— E você acha que eu não sei? - Camila riu também mas em seguida voltou a ficar séria.
— Enfim, que bom que você já voltou e eu tenho companhia em casa, não preciso mais dormir fora.

— Duvido que isso dure muito, vocês duas não aguentam ficar longe uma da outra. - falei e limpei meus dedos no guardanapo. — Vou lá pra frente.

(...)

Passei a manhã toda atendendo clientes com o pensamento lá na minha cama, só queria voltar pra lá e ficar embaixo das cobertas quentinhas.

Eu não tinha outras opções a não ser continuar trabalhando então foi o que fiz, almocei com Camila no mesmo restaurante perto da confeitaria antes de ir para o meu segundo trabalho. Tem uma semana exata que comecei a trabalhar no teatro e por sorte me acostumei bem rápido com essa nova rotina, embora sentisse falta de ter mais tempo livre, é óbvio.