Let you go

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Nós dois sentimos amor, nós dois sentimos dor, eu vou escolher o sol ao invez da chuva e eu tentarei amar só você, eu tentarei o meu melhor para ser verdade, oh querida, eu tentarei.

Sete anos atrás...

O caminho inteiro aquela cobertura de chocolate sobre o bolo de cenoura era cobiçado pela menininha banguela que o segurava com todas as suas forças e cuidado, como se sua vida dependesse daquilo.

Café da manhã na escola.

Quase todo adolescente dessa geração já participou de um bom café da manhã na escola, onde cada um leva algo para comer e compartilhar com os colegas e a folgada da professora, que nunca levava nada.

Chaeyoung sabia que Dahyun amaria comer aquele bolo, mas infelizmente a amiga não iria a aula naquela manhã em específico pelo mau-estar da noite anterior de seu próprio aniversário, aonde passou a noite comendo doces em excesso.

[...]

A mesa repleta de alimentos era a segunda atração da foto na câmera digital que a diretora segurava, atrás dela estavam os alunos que faziam poses juntamente da professora, Chaeyoung esbanjava o maior sorrisão, com as mãos juntas uma na outra tinha em mente que aquelas fotos chegaria em sua mãe mais tarde.

Se sentiria a criança mais feliz do mundo. Vendo as fotos junto de sua mãe e com a travessa do bolo provavelmente vazia, o qual a dona Son havia feito noite passada com todo orgulho do mundo, Chaeyoung se sentia mais que especial quando sua mãe sempre tirava um tempinho para fazerem algo juntas. Prometeu a sua mãe que contaria o que seus colegas de turma acharam do bolo.

Acreditava qua mãe estava mais do que empolgada para receber os elogios.

Depois de se servir de um copo de leite e uma fatia do bolo de cenoura Chaeyoung foi pro seu cantinho na sala, como de costume, se sentou sozinha.

As três japonesas da turma se sentaram um pouco mais a sua frente e aquilo fez Chaeyoung se encolher um pouco o cheiro bom "Ma Chérie" de uma delas três adentraram suas narinas e em dois segundos se lembrou de sua prima Emma, ela tembém usava aquele perfume.

— Eu não sou maluca, minha mãe mandou me examinar — Momo respondeu a crítica da Minatozaki com o punho estendido — Ela me levou no sociólogo!

— É psicólogo — A mais nova das três revirou os olhos ao responder.

Mina apesar de ser a mais jovem entre as três era a que sempre tinha menos paciencia pelas coisas idiotas ditas por Momo ou algum menino bobo da sala.

Chaeyoung sorriu. Sentia vontade de se juntar as colegas de classe e sentir o divertimento que era corrigir a Hirai a cada fala sem sentido, mas as vezes, sabia que era insuportável o fato de ter um QI um pouco mais avançado que seus colegas, acreditava que esse era o motivo de ninguém querer ser sua amiga na escola.

Na aula de natação, na aula de violino, na igreja que sua mãe insistia em lhe levar.

Se sentia diferente. Sentia que sua presença era desinteressante, e chata.

Sorriu depois de ter feito uma aranha com o copo descartável rasgado, pegou o corretivo dentro do estojo e passou pelo plástico branco para quando secar, pinta-lo de diversas cores com os pincéis caros que ganhou de sua avó. Apartir daquele momento, percebeu que se tivesse a sua própria presença, a de Dahyun e de sua mãe nada mais desejava. Sorriu, aquilo lhe bastava.

Chaeyoung levantou o rosto para ver o bolo ainda apenas com uma única fatia retirada, suspirou percebendo os olhares indiscretos das três japonesas em suas frente, elas riam e cochichavam coisas uma nas orelhas da outra. Chaeyoung sabia que era dela que estavam rindo.

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