Eu não falo com gente bonita, é muita pressão

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Os prédios, as árvores e os poucos resquícios de chuva do lado de fora do carro eram flashes diante dos olhos de Mina. Em sua frente o homem aparentemente gentil e calmo dirigia o veículo em destino a sua casa onde o motivo principal de sua ida a esperava.

Por um momento amaldiçoou-se pela pressa em vê-la.

Apesar de ter uma noção do que seria a tal conversa, o horário para tal não era apropriado e muito menos cabível. Passara a semana inteira sozinha mas apesar de tudo, estaria alí, não para adrada-la, muito menos para ajudar no que precisaria, e sim para tê-la.

O que Mina queria? satisfazer seus desejos.

As pessoas são solitárias porquê constroem muros ao invéz de pontes.

Satisfazer seus desejos como a melhor forma de preencher aquele quem vivia vazio, a quem vivia apenas para bombear o sangue de seu corpo e deixar achar que, por alguns minutos ou algumas horas alguém se importava com ele.

Satisfazer os desejos daquilo que jamás havia sido inalcançavel e talvez... Nunca seria, cômodo vazio, aquele quem tinha como refúgio, que por mais que fosse sempre visitado e acostumado com vozes e risadas alheias era vazio, frio... Aconchegante.

Olhando mais uma vez para frente onde o homem de aparência gentil  dirigia era possível notar o seu cançasso, talvez estivesse louco para chegar em casa, dar um abraço em sua esposa ou esposo e deixar-se relaxar finalmente seu corpo cansado na cama. Assim como ele ela também ansiava a chegar em casa.

E assim olhando pela janela já na rua de sua casa mais uma vez lembrou-se da menina que a esperava, foi ridícula sua pressa e talvez vergonhoso dada a situação. Porém precisava tê-la e senti-la pelo menos mais uma vez, o saber do ato pecaminoso e escondido dava um ar mais excitante , o proibido era sempre o melhor e mesmo que durasse anos, no sigilo era sempre melhor, não enjoava.

A japonesa antes de descer do veículo deu ao homem gentil as cinco estrelas, pelo seu bom gosto na música e por não ter se sentido um tanto quanto constrangida alí dentro, o homem com traços americanos era calmo e ainda lhe entregou um bombom.

Os tênis caminharam na grama recém molhada pelos ultimos resquícios da chuva de mais cedo, dalí podia ver a Son sentada no canteiro das rosas do largo jardin em frente a casa. Vestia um casaco azul listrado e grande, o que evitou Mina de sentir certa pena por conta do frio. Chaeyoung se levantou depois de constar a presença da mais alta e caminhou atrás dela para finalmente entrarem na casa.

— Mina...

— Shiii – A Japonesa pos o indicador sobre os lábios apontando com o outro para o sofá onde seus pais e sus irmã dormiam em frente a enorme Tv.

Chaeyoung tapou a própria boca com as próprias mãos e assentiu quando Mina pediu que esperasse lá em cima em seu quarto.

— Ei, vocês dormiram aí denovo. – Sussurrava as palavras com medo de acordar a pequenininha nos braços do pai.

— Nem percebi quando dormi – O Myoui mais velho sorriu minimamente — Você chegou cedo, que milagre.

— A festa não tava muito legal, por isso voltei — A cara nem tremeu.

Mina apanhou Mi-suk no colo, a única coreaninha da família rodeou suas pernas em volta de sua cintura e voltou a dormir no colo da irmã mais velha. A senhora Myoui beijou as duas filhas e desejou boa noite, seguindo para o quarto com o marido.

A pequena tirou um tempinho para coçar os olhos, bocejar e olhar a irmã mais velha ajeitar o cobertor em seu corpo, a pequena estendeu os dois braços.

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