Dois mundos

. . . . . ╰──╮ 33. Kai╭──╯. . . . .

Agora que tentei conversar com você e te fazer entender
Tudo o que você tem que fazer é fechar os olhos e estender as mãos
Para me tocar, me abraçar, não me deixar partir jamais
Mais do que palavras é tudo que você tem que mostrar
Então, você não precisaria dizer que me ama
Pois eu já saberia...
Extreme - More Than Words

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"Depositei minha confiança nele de um jeito que pensei que nunca mais faria. Coloquei meu coração em suas mãos e algo me diz que fiz a escolha certa." (Diário de Ayana)

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Durante muito tempo, me recusei a dormir ao lado de alguém. Eu sempre ia embora. Nunca quis ficar ao lado de ninguém depois de uma noite de prazer. Com ela foi diferente. Acordar e ver seu sorriso brilhante fez meu dia parecer o mais bonito dos dias. Uma vez escutei um romântico incurável dizer que quando fazemos amor pela primeira vez, sentimos como se a lua e as estrelas parassem para ver dois pequenos infinitos se tornando um só. E ali estava ela, sendo um infinito junto comigo. Talvez, naquela noite, haja sido a primeira vez para ambos apesar de tantas outras experiências que tive antes.

Quando a abracei, ela riu, mas também pareceu se encolher um pouco me fazendo torcer um sorriso gigante.

– Está com dor? – perguntei acariciando seus cabelos. Eu fui cuidadoso com ela, mas sabia que esse pequeno incômodo podia surgir.

Ela ficou vermelha com a minha pergunta me fazendo rir.

– Um pouco – ela falou cobrindo o rosto no meu peito.

– Tudo bem – beijei sua cabeça – não precisa ficar com vergonha por isso. É normal.

Ela forçou ainda mais seu rosto em mim e ficou assim um tempo, até que finalmente pulou assustada.

– A sua apresentação é daqui a dois dias – ela arregalou os olhos.

– Você parece mais ansiosa do que eu – ri puxando-a de volta para a cama.

– Não está nervoso? – ela perguntou ao cair de volta.

– Não – respondi tranquilamente – porque sei que se eu tiver em apuros você vai estar lá para me salvar.

Ela pareceu gostar de ouvir aquilo, porque os brilhos nos seus olhos chegaram a ofuscar a minha visão.

– Claro – ela me beijou – sua princesa de armadura brilhante vai te proteger sempre.

– Eu tenho certeza de que sim – puxei ela encaixando-a no meu corpo de novo. Aquela manhã pareceu quente demais só para acordar e deixá-la ir, e sem dúvidas o calor não se devia ao sol.

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Me levantei tarde já com alguém batendo na porta.

– Majestade, vim preparar o seu banho – uma senhora falou entrando sem qualquer pedido de licença e quando olhou para cama, onde Ayana estava dormindo, o rosto de desagrado dela me fez tremer de raiva por dentro.